Imagem capturada na Internet
Fonte: Voz da Bahia
Uma aluna disse que eu era uma professora “Chata-legal”...
“Chata-legal”,
como assim? Pensei, logo de imediato!
Eu ri e a questionei. Há testemunhas, pois foi na sala de
aula, e entre estas, muitos alunos concordaram com a opinião da aluna.
Ela explicou que eu era Chata porque: chamo a atenção da conversa paralela durante
as minhas explanações; dos cochichos durantes as provas (eles sempre alegam
outros assuntos e nunca a cola); não permito boné e celulares na sala de aula;
passo "Atividade Domiciliar" (dever de casa) tanto no Ensino
Fundamental quanto no Médio; chamo o responsável; tiro pontos quando isso se
faz necessário, entre outras coisas mais.
O Legal, porque... quem me conhece sabe como sou!
Eu considerei um elogio, pois as minhas atitudes chatas têm por
base o cumprimento dos direitos e deveres de todos, sobretudo, quando um deles
coloca em risco o processo ensino-aprendizagem. O boné é por uma questão do uso
do uniforme oficial, o qual não se inclui o boné como acessório (nem em uma escola,
em um templo religioso ou igreja e nem em um quartel).
Amo minha profissão e até, hoje, me lembro de um aluno chamado
Ricardo, da antiga 5ª série (atual 6˚ Ano do Ensino Fundamental II), que me
cumprimentou assim: “Bom dia, querida professora” e, hoje, ouço ainda a mesma saudação
por parte de uma aluna do Ensino Médio (sem tom de deboche).
Ser professor regente de turma, hoje, sem dúvida nenhuma, é
uma tarefa bastante difícil e, na opinião de outros, muito arriscada. Problemas,
de diversas naturezas, surgem como entraves ao bom ambiente onde se busca a conciliação
integral do processo de ensino e o da aprendizagem.
Alunos indisciplinados e descompromissados, a falta de
material didático, a infraestrutura precária das Unidades Escolares,
responsáveis ausentes, a infrequência excessiva, o próprio êxodo escolar, a falta
de professores, a violência, o Bullying e outros fatores internos e/ou externos
chegam a desanimar e provocar o desinteresse dos professores em dar
continuidade a sua prática docente.
No entanto, muitos se mantêm por amor à carreira escolhida,
por acreditar que a Educação é o único e privilegiado caminho para a
transformação do mundo e, também, por observar que muitos alunos acreditam nisso
e se desenvolvem com base numa relação dialógica, amiga e de troca, onde o
ensino e a aprendizagem se fundem em um mesmo plano de equilíbrio.
E se não houver um equilíbrio entre ambos os processos, seja
por alguma falha pontual, o aluno – enquanto agente autônomo vai atrás do
conhecimento só para atender a sua necessidade e mostrar ao professor que ele,
mesmo, faz a diferença.
Ensinar é um ato de amor e de seriedade em prol do desenvolvimento
do aluno, capaz de dar os caminhos por onde o mesmo deverá buscar e construir o
seu conhecimento, descobrir seus talentos e por em prática as suas potencialidades.
Somos
eternos aprendizes e, por isso, ensinar e aprender sempre estarão ativos em
nossas vidas, seja escola formal seja na escola da vida.
Parabéns a todos os professores pelo seu dia!
“Ensinar
não é transferir conhecimento,
mas criar
as possibilidades
para a
sua própria produção ou a sua construção.”
(Paulo
Freire)
Nenhum comentário:
Postar um comentário