Imagem capturada na Internet para fins ilustrativo
Fonte: G1 Mundo
Há muito tempo, prometi aos meus alunos, publicar uma matéria
acerca do encontro entre os parentes
que foram separados em razão da Guerra
da Coreia (1950-1953) e a divisão da
península coreana em duas repúblicas (Coreia do Norte e Coreia do Sul).
Como, na semana passada, a Coreia do Norte permitiu este reencontro aos
sul-coreanos, por três dias, aproveitei para escrever e publicar, agora, neste
espaço.
Como muitos sabem, entre os cinco países que ainda se mantêm
sob o sistema socialista (China,
Coreia do Norte, Cuba, Laos e Vietnã), a Coreia
do Norte é o mais fechado de todos e o que mais preocupa a comunidade
internacional em razão das constantes
ameaças de um ataque, principalmente,
aos EUA e a sua vizinha na mesma
península, a Coreia do Sul.
Recentemente, por ocasião do 70º aniversário do Partido dos Trabalhadores, ocorrido no dia 10 do
mês em curso, o líder da Coreia do Norte,
Kim Jong-un, voltou a mencionar que
o país está pronto para qualquer guerra
contra os EUA.
Líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un
Imagem capturada na Internet para fins ilustrativo
Fonte: Revista Veja
Por sua vez, os EUA
e a Coreia do Sul realizaram e
intensificaram exercícios militares,
sobretudo, no mês de agosto, simulando tanto uma invasão à Coreia do Norte
quanto uma situação em que esta atacava a fronteira com a Coreia do Sul. Tais
testes foram considerados provocações por parte do governo norte-coreano.
Cobiçada pelas potências asiáticas, a península coreana foi colonizada pelos japoneses, no início do
século XX (1910), contudo, com a
rendição do Japão, assinalando o fim da
II Guerra Mundial (1945), os japoneses foram expulsos da mesma.
Com o fim da II Grande
Guerra, os EUA e a União Soviética (URSS) emergiram como
superpotências, políticas e militares, respondendo pela Nova Ordem Mundial, bipolar.
Com sistemas político-ideológicos totalmente contraditórios e conflitantes, capitalismo e socialismo, respectivamente, ambas vão protagonizar – logo depois –
a chamada Guerra Fria.
Sob o contexto da Guerra
Fria (1947-1991), a península coreana (Coreia) foi dividida em duas zonas de ocupação e de influência, uma
pela União Soviética (porção norte
socialista) e a outra pelos Estados
Unidos (porção sul capitalista).
Em julho de 1948
foi constituída a Coreia do Sul e,
logo depois, a Coreia do Norte.
O clima de estabilidade política e de paz entre ambas não
durou muito, sendo rompida, em junho de
1950, quando os norte-coreanos invadiram a Coreia do Sul na tentativa de
dominar toda a península coreana. Em razão disso, deu-se por início a Guerra da Coreia, que se estendeu de 1950 a 1953, considerado um dos mais
violentos conflitos do Século XX, pois as atrocidades cometidas foram por
ambos, os lados.
A divisão da península vai se consolidar, efetivamente, com o
fim do referido conflito (Guerra da Coreia), com o armistício, em 1953. Contudo, mesmo com o cessar-fogo entre ambas
as partes, não houve o estabelecimento de um tratado de Paz
entre a Coreia do Norte e do Sul. Isso implica dizer que, oficialmente, a guerra não acabou.
Com esse armistício foi instituída a linha de demarcação (“fronteira”) entre as duas Coreias, definida no
paralelo 38˚ e, ainda, que as respectivas
tropas do Exército deveriam ficar 2 Km de distância da referida “fronteira”,
delimitando - com isso – a chamada zona
desmilitarizada da Coreia (ZDC), a qual existe até hoje, protegendo o
limite territorial de trégua entre elas.
Imagem capturada na Internet para fins ilustrativo
Fonte: Rusmea
Por conta da divisão geográfica da península coreana, no
paralelo 38˚ e de formação dos dois Estados-Nações, de orientações
político-ideológicas distintas, a República
Popular Democrática da Coreia (Coreia
do Norte) e República da Coreia
(Coreia do Sul), milhares de pessoas
foram separadas de suas respectivas famílias.
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Fonte: Nova Escola
Desde o final da Guerra da Coreia (1953), membros de uma mesma família foram
deslocadas para a Coreia do Norte enquanto outros permaneceram
no Sul. Em razão disso e do regime ditatorial norte-coreano, muitos sul-coreanos
ficaram - por mais de seis décadas - sem ter e/ou manter contato com os seus
familiares. De acordo com as fontes de pesquisa, a separação mexeu, muitas
vezes, com famílias inteiras, tendo pais e filhos, maridos e esposas, irmãos e
irmãs separados.
Imagens capturadas na Internet para fins ilustrativo
Fonte: G1 Mundo
No entanto, em 2000,
durante uma cúpula bilateral, a
Coreia do Norte deu início a um programa
anual de reencontros familiares, mas apesar da ideia inicial pregar a periodicidade anual, o mesmo não foi cumprido em consequência das diversas
tensões ocorridas entre ambas, as Coreias. Com isso, muitos dos encontros foram
cancelados. Algumas vezes, a suspensão ocorreu em cima da data, o que deve ter
provocado muitas angústias entre os familiares.
No último dia 20 de
outubro, o governo da Coreia do Norte possibilitou o segundo Encontro entre os familiares de ambos os lados, o que
beneficiou cerca de 400 sul-coreanos que cruzaram a fronteira na intenção de reencontrar
seus parentes.
Ao todo foram três dias
de visitas, divididos em seis
ocasiões, cada qual durando 2 horas,
ocorrendo de forma privada e
publicamente.
A viagem dos
sul-coreanos até a fronteira com a Coreia do Norte, no paralelo 38˚N, foi feita
de ônibus e estes foram acompanhados
por quatro carros da Cruz Vermelha,
incluindo ambulâncias devido a saúde frágil de muitos. Não podemos esquecer que
a faixa etária de todos os membros, tanto do lado da Coreia do Sul quanto da
Coreia do Norte, ultrapassa – no mínimo 62 anos – tendo em vista que a
separação ocorreu efetivamente no final da Guerra da Coreia (1953).
Muitos já devem ter morrido, em ambos os lados, sem ter tido
esta oportunidade de reencontro.
O destino foi o complexo hoteleiro no Monte Kumgang, local do
referido evento de três dias, que encerrou, com certeza, cheio de emoções, no dia 22 do mês em curso.
Imagens capturadas na Internet para fins ilustrativo
Fonte: G1 Mundo
Fontes de Consultas
. Norte-coreanos se despedem de familiares do Sul após visita histórica
. Um país fora do nosso tempo - Revista Nova Escola
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