Raça Humana
Imagem capturada na Internet
Fonte: Paperblog
Embora, eu tenha assinalado o dia de ontem como uma data
comemorativa em relação à raça (Dia da Raça), este possui significado
maior em Portugal, uma vez que - no
Brasil - a referida data é comemorada no dia 05 de setembro, como Dia da
Raça Brasileira. E é por esta divergência de datas e, sobretudo, por seu
embasamento conceitual, que minha abordagem, neste artigo, se faz necessária.
O conceito de raça
foi empregado, inicialmente, na classificação
das espécies animais e vegetais no
âmbito das Ciências Naturais, mais especificamente, na Zoologia e Botânica,
respectivamente.
No entanto, com o passar dos séculos, esse conceito passou a significar
também a descendência (ou linhagem), assinalando grupo de pessoas com um ancestral
comum, cujos descendentes possuíam
determinados atributos físicos semelhantes
(características biológicas).
No final do Século XVII (1684),
o francês François Bernier empregou
o termo raça para diferenciar a humanidade
em grupos fisicamente distintos, ou
seja, de acordo com a sua diversidade, três
raças foram consideradas na história
de formação da humanidade: a branca,
a amarela e a negra.
Além de sua conotação
biológica, o conceito de raça também passou a ser tratado no
campo das classes sociais para
legitimar e justificar as relações de dominação e de sujeição travadas entre a
nobreza e a plebe, por exemplo, independentemente de haver ou não diferenças
biológicas entre ambas as classes. Sob esta mesma conotação atribuiu-se o
conceito de hierarquia de valores entre
as raças, baseado na ideia da
superioridade de um grupo sobre o outro, de uma raça em relação a outra.
Sendo assim, embasado
nesta suposta hierarquia de valores entre as três raças humanas, a branca
passou a ser considerada como padrão genético superior da “raça” humana, a linhagem mais pura
entre os seres humanos. E esse pressuposto serviu de base para o discurso e prática da dominação europeia
em relação aos demais povos (colonialismo
e o imperialismo europeu).
Vale ressaltar que o conhecimento de novos povos, como os ameríndios no Novo Mundo (América),
os melanésios no Novíssimo Mundo (Oceania) e outros, reforçou e ampliou essa
ideia de diversidade de raças para além
das três consideradas.
Em suma, o conceito apreendido, ao longo dos séculos, distinguiu
o homem em raças distintas, hierárquicas,
baseado na ideia da superioridade de uma
raça em relação a outra.
Hoje, no entanto, como é de conhecimento geral, raça só existe uma, que é a raça humana, considerando que todos os
humanos pertencem à mesma espécie (Homo sapiens) e à subespécie (Homo sapiens sapiens).
Por isso, a partir da segunda
metade do Século XX, em se tratando de grupos
humanos, a palavra raça caiu em
desuso, sendo substituída por outras expressões, como – por exemplos - populações, povos e grupos étnicos. No
entanto, atualmente, em termos mais gerais, o termo etnia é o mais empregado e o seu conceito mais abrangente envolve
os aspectos culturais. A noção de raça
deu lugar à noção de cultura.
As mudanças engendradas a partir deste novo conceito,
discordante da hierarquia biológica das chamadas raças humanas, passam pelo
grifo de um novo olhar, ou seja, de um olhar de respeito às diferenças e especificidades
culturais de cada grupo étnico.
“Etnia significa grupo
que é culturalmente homogêneo. Do grego ethnos, povo que tem o mesmo ethos,
costume, e tem também a mesma origem, cultura, língua, religião, etc.”*
Sob esta perspectiva, falar de raça portuguesa (tal como é
comemorado hoje) ou raça brasileira (em 05 de setembro) é um equívoco
conceitual. O mais correto seria tratar as respectivas datas em menção ao povo
português e ao povo brasileiro.
Fontes de Consulta
. MUNANGA, Kabengele. Uma abordagem conceitual das nocões de
raça, racismo, identidade e etnia. Palestra proferida no 3º Seminário
Nacional Relações Raciais e Educação-PENESB-RJ, 05/11/03. Disponível em:
. Wikipédia
É muito bom falar desse assunto, principalmente para esclarecer que grupos diferentes, com etnias diferentes ,só mudam a cor, além de ser um assunto que gera um certo conhecimento , acaba com o preconceito que o povo tem sobre a etnia negra.
ResponderExcluirCaio Dos Anjos Silva
Turma 2006
E.E Scudese
Há tanto preconceito hoje em dia que é raro de se ver uma postagem abordando esse assunto no lado positivo. As pessoas falam tantas coisas ruins e não entendem que somos todos iguais, a etnia não significa nada. Devemos amar o próximo, sendo ele como é.
ResponderExcluirMileny Carvalho de Araujo.
Turma: 2006