Imagem capturada na Internet
Fonte: Ingresso Fácil
Desde ontem (21/07), a região do Vale do Paraíba passou
a oferecer aos seus visitantes o retorno ao passado, isto é, ao período de um
dos mais importantes ciclos econômicos do Brasil, o ciclo do café (Século XIX).
Melhor dizendo, ontem teve início e vai até o próximo dia 30 do mês corrente, a
15ª Edição do Festival Vale do Café.
A região do Vale do Paraíba compreende uma parte
dos estados de São Paulo (leste) e do Rio de Janeiro (oeste), situada entre a
Serra do Mar e a Serra da Mantiqueira, cortada pelo rio Paraíba do Sul e, hoje,
também, pela Rodovia Presidente Dutra (Via Dutra).
Só para se ter uma ideia da importância histórica e
econômica da Região do Vale do Paraíba, durante o ciclo do café (1850 a 1930), a
região chegou a ser responsável pela produção de 75% do café consumido
mundialmente. O café projetou o Brasil na liderança mundial tanto como produtor
quanto exportador. A história da região é marcada tanto pela expansão e apogeu da cultura cafeeira quanto pela decadência de sua produção.
No entanto, apesar desta abranger municípios desses
dois estados (São Paulo e Rio de Janeiro), o Festival Vale do Café – aqui em
destaque - se restringe ao circuito do chamado Vale do Paraíba Sul Fluminense,
ou seja, apenas aos municípios do Rio de Janeiro, entre os quais constam as
cidades de Rio das Flores, Barra do Piraí, Vassouras, Valença, Conservatória e
Engenheiro Paulo de Frontin.
O Festival Vale do Café, na verdade, é um festival
de música (“Pura celebração! Para seus
ouvidos…”). Criado em 2003 e realizado sempre no mês de julho, a ideia do
Festival foi da primeira harpista da Orquestra Sinfônica do Teatro Municipal do
Rio de Janeiro, Cristina Braga, com a direção de Turíbio Santos, um dos maiores
violonistas clássicos da atualidade.
Os concertos de música acontecem nas fazendas
históricas (ingressos pagos), em shows gratuitos em espaços públicos (praças),
oficinas de música com crianças da região, etc.
“Pura
celebração! Para seus olhos…” Trata-se de uma grande oportunidade de
visitar algumas fazendas históricas, muitas delas, antigas propriedades dos
Barões do Café (hoje, hotéis-fazendas), bem como todo o conjunto histórico
urbanístico e paisagístico de cada cidade (igrejas, casarios antigos, prédios públicos,
praças, monumentos etc.). Neste âmbito do chamado Turismo Rural ou Turismo
Cultural, a preservação das fazendas históricas incluem também o mobiliário, louças e
outras peças de época, assim como a existência de capela.
Em razão da produção do café também ter sido escravista
(escravos africanos e seus descendentes), antes da chegada dos imigrantes, é possível
constatar - na maioria das fazendas - esse lado desumano da história do nosso
país visitando as ruínas das antigas senzalas.
“Pura
celebração! E até para o seu paladar!” A gastronomia é outra parte do festa
a considerar, cujos serviços – em geral – são oferecidos nos restaurantes, nas fazendas históricas durante as visitas programadas, em praças públicas etc.
Em 2010, eu e minha família fomos ao Festival Vale
do Café, na cidade de Vassouras. Fundada em 1833 como Vila, Vassouras elevou-se
à categoria de cidade, em 1857, graças a cultura do café, cultivo este que lhe
deu o título de "maior produtora de café do mundo", a reconhecendo
como a "Princesinha do café".
Entre as muitas fazendas voltadas para o turismo
rural, nos visitamos a Fazenda Cachoeira do Mato Dentro. De acordo com dados
obtidos durante a visita guiada e outros adquiridos na Internet, a referida
fazenda foi construída em 1874, sendo o Barão do Ribeirão, José de Almeida Avelar, o seu primeiro
proprietário.
Na época, eu consegui registrar em foto, a
cozinheira da fazenda, descendente de escravos (seus avós).
Realmente, vale como dica de Evento Cultural, pois é uma viagem no tempo!
Fotos do meu acervo particular (2010)
Entrada da Sede da Fazenda
Lateral da Sede
Antigo terreiro para secagem do café
Parte frontal da antiga senzala, segundo o atual proprietário
Parte interna da Casa Sede da Fazenda
Sala de Jantar
Banheiro
Fogão a lenha
Fogão a lenha
Capela
Penico
Da direita para esquerda, eu, uma ajudante e a cozinheira
A cozinheira
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