Imagem do meu acervo particular
Conforme mencionei às minhas turmas, a dica da vez é a
Exposição Fotográfica “Morro da Favela Á Providência de Canudos”,
do fotógrafo Maurício Hora, que pode
ser visto no Espaço Cultural BNDES.
Ainda a tempo, pois a referida Exposição vai até o próximo dia 14 de julho. Infelizmente, antes do
Recesso Escolar da rede pública de ensino (Municipal e Estadual), já que os
dias e horários de visitação coincidem com os dias úteis da semana, ou seja, de
segunda à sexta-feira (exceto
feriados, sábados e domingos), no horário das 10h às 19h.
A Exposição começou no final de maio, mas eu só tive a oportunidade de visitá-la na 2ª feira passada (26/06).
Bastante interessante, o fotógrafo Maurício Hora, nascido e
criado no Morro da Providência retrata – por meio de suas belas imagens capturadas por meio fotográfico –
um paralelo entre a realidade atual da primeira favela do Brasil (Morro da Providência) e de suas raízes (povoamento), marcada por uma distância geográfica que o levou até ao sertão
baiano, mais precisamente, ao município de Canudos.
A ligação histórica entre as duas regiões, ou seja, entre
Canudos (Bahia) e o Morro da Providência (Centro da cidade do Rio de Janeiro)
tem a ver com a Guerra de Canudos (07 de novembro de 1896 a 05 de outubro de
1897), travada no atual município baiano (na época tratava-se de uma
comunidade), entre o Exército Brasileiro e os seguidores de um movimento social
e religioso, liderado por Antônio Conselheiro.
Sem entrar no mérito de discorrer e aprofundar sobre o
referido conflito armado, a vitória das tropas do Exército só veio a acontecer
na quarta expedição militar, depois três expedições fracassadas, o que resultou na destruição total da comunidade de Canudos.
Soldados de vários estados do Brasil foram convocados às
quatro expedições do Exército à Guerra de Canudos.
Segundo consta em diversas fontes de pesquisa, o número de
mortos foi muito alto, em ambos os lados. Estima-se, em aproximadamente, vinte e
cinco mil sertanejos (seguidores de Antônio Conselheiro, incluindo o mesmo) e
cerca de cinco mil soldados. Por esses números é fácil deduzir as razões da
Guerra de Canudos ser conhecida como o “grande massacre nordestino”.
Na ocasião, o governo junto ao Ministério da Guerra prometeu
aos soldados – em caso de vitória dos mesmos na Guerra - a entrega de uma residência
a
cada um deles, o que não foi cumprido por falta de recursos financeiros.
Mediante a essa situação, os soldados (cerca de 10 mil combatentes) e os
migrantes nordestinos se apropriaram e ocuparam a encosta do atual morro da
Providência, localizado no Centro do Rio de Janeiro, próximo à Estação
Ferroviária Central do Brasil.
Inicialmente, os moradores a denominaram de “morro da Favela”
em menção a um morro de mesmo nome existente em Canudos, que serviu como ponto
de apoio aos soldados durante os combates e, também, ao arbusto bastante comum
na região do sertão baiano, conhecido popularmente como “Faveleira” ou “Favela”
(Cnidoscolus quercifolius).
Posteriormente, não se tem a data precisa, o mesmo passou a
ser referenciado como “morro da Providência” em razão do seu histórico ligado, justamente,
à “providência” tomada pelos soldados em ocupar a encosta do morro diante do
não cumprimento da promessa feita pelo governo, após a vitória dos combatentes na
referida Guerra.
Embora, haja controvérsias recentes quanto à titularidade, no
âmbito da cidade do Rio de Janeiro, considera-se, oficialmente, como primeira
favela do Brasil a do morro da Providência (1897), que nesse ano completará 120 anos.
Daí a Exposição ter dois recortes espaciais (ou sessões),
sendo o primeiro de suas origens no sertão baiano, hoje, município de Canudos
e, o segundo, o atual morro da Providência, privilegiando a realidade de seus
moradores.
Sessão às Raízes no Sertão Baiano de Canudos
Faveleira” ou “Favela” (Cnidoscolus quercifolius)
Sessão acerca do atual Morro da Providência
Fica aqui a minha dica... Vale a pena visitar a Exposição! A Entrada é franca.
Espaço Cultural BNDES
Av. Chile, 100 - Centro - Rio de Janeiro/RJ
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