Catalunha
Imagem capturada na Internet
Fonte: Carta Capital
Não é de hoje que os nacionalistas catalães
demonstram interesse na emancipação da Catalunha, comunidade autônoma da Espanha, a fim de torná-la um país
independente. Na verdade, esse embate é antigo e
envolve vários fatores intrínsecos, muitos quais não se sustentam por serem
inverdades, segundo alguns especialistas.
Verdadeiras ou falsas, uma coisa é certa, esse
embate acerca do movimento separatista da Catalunha e o posicionamento político
contrário do Governo espanhol vêm alimentando intensamente a crise e o estado de tensão política entre ambas as
partes, ainda mais, porque amanhã (1° de outubro) será realizado um referendo para
consultar à população local sobre a independência da Catalunha.
De acordo com o historiador catalão, Joan Baptista
Culla, o movimento separatista atual se fundamenta, sobretudo, por fatos mais
recentes, acometidos nos últimos sete ou oitos anos, como por exemplo, em 2010,
quando o Tribunal Constitucional da Espanha anulou uma parte-chave do novo
Estatuto de Autonomia da Catalunha, que concedia a categoria de
"nação" à região.
Embora, o referendo esteja marcado para amanhã, o
governo espanhol afirma que o mesmo é ilegal perante a Constituição do país
e que este não irá acontecer, tal como almejam os nacionalistas catalães. As
tensões tendem a aumentar no início deste domingo...
O Generalitat, como é chamado o governo regional
da Catalunha, ignorou os argumentos apresentados pelo Governo espanhol acerca
da inconstitucionalidade do referendo e continuou apoiando e mobilizando a
sociedade a ir às urnas, neste domingo.
Ademais, os catalães, ocupando a maior
parte das cadeiras no Parlamento, desde 2015, aprovaram duas leis para proteger
o referendo e estabeleceu uma série de procedimentos a serem seguidos até a
independência.
No entanto, o governo espanhol já o
advertiu que medidas judiciais contra a realização do referendo serão tomadas a
fim de impedir que a população catalã vá às urnas.
De acordo com uma pesquisa realizada pelo próprio governo
catalão, em junho deste ano, a sociedade catalã se mostra muito dividida,
indicando que 49% da população eram contrários à sua independência e 41% a favor.
Catalunha é uma comunidade autônoma da Espanha, localizada
a nordeste da Península Ibérica. Sua capital é Barcelona.
Sua área territorial é de aproximadamente 32.000
km² e esta faz limites com a França e Andorra, ao Norte; com a Comunidade
Valenciana, ao Sul; o mar Mediterrâneo, a leste e, com Aragão, a oeste.
Se o referendo for realmente realizado e
considerado legal, seu resultado favorável à separação, ou seja, à independência
da Catalunha implicará riscos para ambos os lados, no entanto, mais para o lado
da Catalunha.
Principalmente riscos políticos e econômicos, sem esquecer que o famoso
futebol espanhol também será afetado, pois o Barcelona não poderá participar mais
do Torneio Nacional da Espanha e nem da Liga dos Campeões.
Além da questão de sua ruptura com a União
Europeia (bloco econômico) há a preocupação de que o mesmo venha incitar o desencadeamento
de movimentos semelhantes a outras regiões, que almejam ter os seus próprios
territórios emancipados, como o País Basco, a Irlanda do Norte, Escócia, Flandres etc.
A apreensão do governo espanhol, em termos econômicos, também tem
fundamento, uma vez que a Catalunha responde por um 1/5 (cerca de 19%)
do PIB espanhol e, a sua separação implicará em perdas significativas à Espanha e a um
agravamento à crise econômica que o país atravessa, assim como outros da
chamada Zona do Euro.
Vamos aguardar para ver!
Para maior aprofundamento à matéria, recomendo "Dez Mitos sobre a Independência da Catalunha" - El País
Fontes de Consulta
. El País
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