Imagem capturada na Internet
e modificada no Adobe Photoshop
Fonte: Wil
Essa
indagação pode até parecer estranha, mas a resposta é verdadeira! Eu não sou,
mas, no entanto, eu posso garantir que a maioria
dos jovens é nomofóbico, assim como – também - um número expressivo
de adultos.
Imagem capturada na Internet
Fonte: Pixabay
Quanto
a mim, eu reitero a minha resposta, não sou, de jeito nenhum! Nunca fui e
acredito que, dificilmente, eu mudarei os meus hábitos!
Para
ser sincera, eu até esqueço e o deixo de lado por muito tempo. Utilizo-o regularmente,
mas não sou obcecada por ele. O primeiro, eu nem comprei, ganhei do meu esposo,
ou seja, ele adquiriu um novo e passou o dele pra mim, que relutava, até então,
na inovação tecnológica no âmbito da comunicação móvel.
Só
para se ter uma ideia do meu total desapego, eu já compareci a um determinado compromisso,
em local distante, quando o mesmo já havia sido desmarcado, para o meu total
desconhecimento inicial. Mas, justamente, por não ser nomofóbica, eu não
cheguei a ler a mensagem acerca do respectivo cancelamento.
Só
tive que ficar indignada comigo mesmo, é claro! Neste caso específico, a culpa
só foi minha, mas, com certeza, fico mais ainda com quem está ao meu lado e é deste
tipo... Sem me dar a atenção devida. Ninguém merece uma companhia assim!
Ser
ou não ser nomofóbica, eis a questão!
A
Nomofobia é considerada um distúrbio causado pelo uso excessivo da tecnologia, em particular, o aparelho celular. Não se refere em termos de
uso regular do mesmo, mas no sentido de exagero
e viciante, capaz de desenvolver uma
condição psicológica - na pessoa - de ter medo de ser desconectada, seja por conta de o aparelho
estar descarregado seja por ter o esquecido em algum lugar seja por falha na
conexão (Internet) ou por ter ficado sem créditos, entre outras situações adversas.
A ansiedade que se manifesta, a extrema inquietação e aflição por esta possibilidade ou quando essa situação ocorre de fato demonstra o quanto a pessoa é dependente do aparelho móvel e do mundo virtual.
A ansiedade que se manifesta, a extrema inquietação e aflição por esta possibilidade ou quando essa situação ocorre de fato demonstra o quanto a pessoa é dependente do aparelho móvel e do mundo virtual.
Segundo
fontes bibliográficas, o termo Nomofobia
foi criado pelos Correios do Reino Unido (UK Post Office) e
utilizado, pela primeira vez, em 2008,
em um artigo publicado acerca do comportamento dos
usuários de aparelho móvel.
Eles
contrataram a empresa de pesquisa de mercado, YouGov,
sediada na Inglaterra, para realizar o
levantamento e análise (estudo) acerca da ansiedade
dos usuários de telefones celulares. A área de cobertura da pesquisa
foi a Grã-Bretanha (Inglaterra, País
de Gales e Escócia) e o que a empresa de pesquisa descobriu foi que - em
comparação às mulheres - os homens
correspondiam ao público mais afetado
(mais ansioso).
O
referido termo se baseou na composição, em inglês, de: no + mobile + phone + phobia, que
significa a fobia de ficar sem o telefone celular.
Posteriormente,
este começou ser empregado nas mídias do Reino Unido e, depois, se espalhou
pelo mundo. No entanto, ele só foi adicionado ao Cambridge
Dictionary online
no início de 2018.
Descrevendo,
assim, uma condição psicopatológica, na
qual as pessoas sentem medo de serem desligadas
da conectividade do telefone móvel (celular).
“ (...) as pessoas que apresentam uso abusivo do celular têm maior chance de desenvolver transtornos psiquiátricos como ansiedade, depressão e sintomas de impulsividade, embora a relação de causa-efeito nem sempre seja fácil de ser
estabelecida. Problemas físicos frequentemente ocorrem, incluindo fadiga,
patologia ocular, dores musculares, tendinites, cefaleia, distúrbios do sono e
sedentarismo. Além disso, é evidente a maior propensão em se envolver em um acidente automobilístico e de sofrerem quedas ao andar.” (Veja, 2017)
Certamente, sem o estabelecimento de limites ao seu uso, a pessoa deixa de ter uma vida normal, não aproveitando as oportunidades e situações a sua volta para viver um mundo virtual, na maioria das vezes, ilusório e solitário. E isso é preocupante!
Certamente, sem o estabelecimento de limites ao seu uso, a pessoa deixa de ter uma vida normal, não aproveitando as oportunidades e situações a sua volta para viver um mundo virtual, na maioria das vezes, ilusório e solitário. E isso é preocupante!
Sabemos
que o processo de inovação tecnológica
na área da Comunicação (Tecnologias de Informação e Comunicação/TICs) foi rápido e mudou
muito a vida das pessoas, os seus hábitos e condutas diante do mundo...
“Antigamente, eu tinha um walkman,
uma agenda, uma câmera fotográfica,
uma agenda, uma câmera fotográfica,
um álbum de fotos, um jogo portátil, um mapa,
um despertador, um relógio de pulso e uma calculadora.
Hoje? Hoje, eu tenho um celular...”
(Grifo meu/Frase de autoria desconhecida)
(Grifo meu/Frase de autoria desconhecida)
E
a evolução tecnológica continuou... Com a chegada do smartphone, o celular passou a apresentar
diversas funções que vão além de realizar e receber ligações telefônicas ou
como estas, descritas acima. Conceituados como "telefones inteligentes", os smartphones se
destacam por conterem os mesmos recursos de computadores pessoais (PCs), com
funcionalidades avançadas, as quais são estendidas por meio de aplicativos (e-mails, WhatsApp, redes sociais,
pesquisas on line, bancos etc.). Esses recursos permitem acesso fácil e mais
rápido às informações pessoais e à Internet, além da grande vantagem
de ser tudo em um aparelho móvel.
O
seu poder de fascinação e até o seu grau de status na sociedade ganhou mais adeptos
conforme novos modelos, mais modernos, também começaram a surgir com o passar do
tempo.
Como
doença específica do Século XXI,
pode-se dizer que a própria evolução tecnológica nos levou a isso, mas a culpa
não é do desenvolvimento deste setor e, sim, das pessoas que não sabem estabelecer
limites ao seu uso em consonância com o seu tempo disponível e suas responsabilidades.
O
descompasso desta relação é o que pode causar diversos problemas de ordem comportamental,
física, psicológica e afetiva às pessoas.
Quantas
vezes passamos por situações em que estando em conversa com uma pessoa, esta
não dá a devida atenção, porque está mais preocupada em ler as mensagens que
chegam – a todo instante – no WhatsApp? Ou, quando saímos para passear ou
viajar com a família e, um membro desta, não consegue relaxar, se divertir e desfrutar
as companhias presentes, pois é difícil se desconectar do celular e aproveitar
os momentos únicos de lazer, naquele momento específico.
Estes
são apenas dois exemplos de comportamentos prejudiciais no âmbito das relações interpessoais. No entanto, além de
sua influência negativa nas situações cotidianas e nas relações sociais,
afetivas, os especialistas alertam que essa dependência
direta ao celular também se torna maléfica
em outros setores de maior responsabilidade na vida do indivíduo, como o profissional e o acadêmico,
ao interferir na concentração e na produtividade.
Uma
situação curiosa a esse respeito, no âmbito profissional, aconteceu em Uberlândia (Minas Gerais), em 2015, virou notícia nas mídias e, depois,
viralizou nas redes sociais, envolvendo um anúncio
de vaga de emprego no ramo de vendas (comércio) e o uso do WhatsApp.
De
acordo com os dados do Relatório “Estado do
Mundo Móvel 2020”, da consultoria App Annie (2019), o WhatsApp foi o aplicativo
(app) que apresentou o maior número de usuários
mensais no mundo e no Brasil.
Pois
bem, o referido anúncio de emprego, feito
em cartaz, ficou exposto do lado de fora do próprio estabelecimento comercial.
De
acordo com o empresário, proprietário da loja, ele chegou a contratar 12 candidatas
à vaga, mas acabou dispensando cada uma delas, posteriormente, por causa do “uso excessivo e sem controle” do WhatsApp no horário
de trabalho.
Segundo o próprio, em reportagem no G1, na época (acesse a reportagem, Aqui!), ele estava “cansado de dispensar funcionárias que trocavam clientes por um bate-papo no WhatsApp”.
Segundo o próprio, em reportagem no G1, na época (acesse a reportagem, Aqui!), ele estava “cansado de dispensar funcionárias que trocavam clientes por um bate-papo no WhatsApp”.
Cartaz anunciando a vaga de emprego
Imagem capturada na Internet
Fonte: G1
Foto: Gilmar Gomes/Arquivo Pessoal
Apesar de ter
recebido bastante críticas, na época, seja por conta de sua posição discordante
à atual Era Tecnológica, sob um mundo conectado e, também, por seu anúncio ter
um possível viés discriminatório, ele conseguiu – por fim - contratar uma
funcionária com o perfil que se adequava a sua preferência, ou seja, sem o
referido aplicativo ou, pelo menos, sem o usar no horário de trabalho.
Imagem capturada na Internet
Fonte: Pixabay
No
meio escolar, sabemos o quanto os adolescentes,
com nomofobia, transformam o aparelho móvel no centro
de sua vida. E isso fica em evidência, sobretudo, na sala de aula,
quando nos deparamos – no meio da explicação da matéria – com os movimentos
sutis, logo após do som de notificação no WhatsApp e a olhadela rápida na nova
mensagem no celular, muitas das vezes, prolongada pois há tempo ainda de
respondê-la. Quem é professor regente, como eu, tem noção do que eu estou
falando.
Nossa, eles não conseguem ficar
um, quanto mais dois tempos de aula sem estar conectado no celular, recebendo
ou mandando mensagens!
Imagem capturada na Internet
Fonte: Pixabay
Segundo especialistas, os adolescentes podem apresentar dificuldades,
cada vez maiores, em se relacionar afetivamente quando da presença física de
outra pessoa. E acrescentam ainda que a sua dependência
ao celular, com uso e abuso do mesmo, sem limite, pode provocar a
sua exposição a diversas situações,
como:
- Estado de ansiedade permanente;
- Transformar seu comportamento em
um vício de difícil controle;
- Insônia, diante da ansiedade em
olhar o aparelho, constantemente, ele não consegue relaxar e descansar devidamente;
- Baixa concentração na escola e,
consequentemente, baixo rendimento escolar.
- Dificuldades em socialização;
- Baixa autoestima.
Em geral, de acordo com o Journal of Family Medicine and Primary Care(2019), os sinais e sintomas mais usuais
do nomofóbico, além da ansiedade, são:
- Agitação/Inquietação;
- Alterações respiratórias;
- Tremores;
- Transpiração;
- Desorientação;
- Taquicardia.
Vale
ressaltar, aqui, que em decorrência da própria evolução das Tecnologias de
Informação e Comunicação (TICs), em muitas referências bibliografias acerca do
tema, o conceito de Nomofobia aparece
ampliado, indo além de designar os estados
de ansiedade e de temor por ficar desconectado
ou “off-line” em um aparelho
móvel (celular).
Muitos
consideram que essa fobia perpassa a
nível de qualquer tecnologia de informação e
comunicação, virtual, abrangendo
além do próprio aparelho celular, o
microcomputador, o tablet e outros.
Independente
da abrangência do seu campo conceitual, sabemos o quanto essas tecnologias de
comunicação são importantes e indispensáveis – no mundo de hoje - em nossas atividades
cotidianas, seja socialmente, profissionalmente ou no meio acadêmico. O
problema a ser visto e revisto é como estamos reagindo mediante a situações
adversas, nas quais possa haver uma interrupção por quaisquer motivos, capazes
de desencadearem em mudanças comportamentais significativas e alterações do nosso
estado mental.
Realmente
é algo bastante complexo e, ao mesmo tempo, intrigante.
"O
importante é procurarmos manter uma relação saudável e comedida com todos estes
aparatos tecnológicos no cotidiano, procurando evitar as consequências nocivas
e usufruindo com sabedoria de tudo de bom que nos proporcionam. O entendimento correto
dos comportamentos, atitudes e consequências do uso e abuso das novas
tecnologias é que vai nos dar os parâmetros para desenvolver bons hábitos no
cotidiano. Podemos usar os benefícios das novas tecnologias sem que essas nos
tragam prejuízos ou interfiram indevidamente na vida pessoal, social e
ambiental." (KING e NARDI, 2020)
Fontes
de Consulta
.
CRIPPA, José Alexandre - Nomofobia: a dependência do telefone celular. Este é o
seu caso? Veja, 2017.
.
DALIBOR - Nomophobi– Phobia That Destroys Humanity Click by Click – Webislove, 2019.
.
GUPTA, Milon - The rise of nomofobia – Eurescom.
. KING e NARDI - Nomofobia: Uma
Nova Patologia ou Adaptação ao Novo? – Academia Nacional de Medicina (ANM),
2020.
.
'Nomofobia' é a palavra do povo do Reino Unido de 2018 – Language )( - Magazine,
2018.
.
Nomofobia: o vício em celular pode prejudicar sua saúde – Vittude Blog, 2019
.
Nomophobia: No Mobile Phone Phobia - Journal of Family Medicine and PrimaryCare, 2019.
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