sexta-feira, 10 de fevereiro de 2023

Devastação na Turquia e na Síria: Terremoto de Magnitude 7,8 na Escala Richter

 

Pai segurando a mão de sua filha de 15 anos, morta,
nos escombros (cidade de Kahramanmaras, Turquia)
Imagem capturada na Internet
Fonte: Portal G1
Foto: Adem Altan/AFP


Quando iniciei a minha primeira aula na rede municipal de ensino, no dia 06/02 (2ª feira), neste ano, eu nem imaginava a dimensão do desastre natural que estava para ser revelada com o passar das horas daquele dia...  

E que ainda continuou e continua, com o passar dos dias...  

Como sempre faço no primeiro dia de aula, inicialmente, fiz a minha apresentação à turma 1705 (e, depois, às demais, também). Em seguindo passei para os Informes Gerais (Regras de Convivência Escolar, Método de Ensino, Uso de Celular, Caderno, Apostila do Rio Educa, Avaliações, entre outros aspectos pertinentes a minha prática de ensino).  

Ao discorrer sobre os Instrumentos de Avaliação (Teste; Trabalho de Pesquisa ou Atividade Dirigida e Prova), chamei atenção do Teste Relâmpago que, junto com a frequência integral bimestral, faz parte dos chamados “Pontos Extras”.  

Citando exemplos de perguntas que poderiam cair entre as 10 questões do respectivo Teste (conteúdo de Geografia do 7° Ano e do 6° Ano; Atualidade e uma pergunta banal/boba), eu mencionei sobre o terremoto noticiado, naquela manhã, como opção de atualidade.  

Eu não citei o nome do país, pois a questão era justamente esta, isto é, identificar o país euroasiático (com território tanto na Europa quanto na Ásia), que havia sofrido um forte terremoto na madrugada do dia 06 de fevereiro, o qual ocasionou 600 vítimas fatais e 3.000 feridos. Eu havia ouvido a notícia no telejornal da manhã, antes de sair de casa rumo à respectiva Unidade Escolar.  

Contudo, eu desconhecia a magnitude deste (Escala Richter) e que a Síria, em sua região fronteiriça com a Turquia, havia sido afetada também pelo mesmo sismo.  

Como era esperado, nenhum aluno soube responder, naquele momento, pois a notícia havia sido divulgada bem cedo, mas – mesmo assim – fiz uso desta como exemplo de questão de atualidade 

Pois bem, conforme as horas foram passando, o número de mortos só aumentou e, ao longo da semana, tive que retificar a resposta com todas as turmas acerca tanto da dimensão do desastre natural quanto do aumento de vítimas fatais.  

Na última 4ª feira (08 de fevereiro), os boletins oficiais dos dois países já contabilizavam mais de 15 mil mortes (informação obtida às 20h58), sendo a maior parte na Turquia.  

Como eu já previa, os números aumentaram mais ainda, alcançando um número, indiscutivelmente, assustador... 

Segundo as mais recentes contagens oficiais e publicadas, hoje,  no Portal G1 (10/02), o número de mortos nos dois países superou a marca das 21 mil vítimas fatais, de acordo com os seguintes registros:    

. Turquia: 18.342 mortos;

. Síria: 3.162 mortos. 

Infelizmente, a tendência é desses números aumentarem ainda mais...  

O primeiro terremoto, de magnitude 7,8 na escala Richter, teve o seu epicentro na província de Gaziantep, no Sul da Turquia, na fronteira com a Síria e, segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS), o seu hipocentro ocorreu a uma profundidade de 24,1 Km.  

Imagem capturada na Internet

Só a nível de esclarecimento...  

Hipocentro corresponde ao ponto, no interior da crosta terrestre, onde se tem o foco do terremoto (de onde se origina os abalos sísmicos), já o Epicentro é o ponto da superfície terrestre atingido pelo terremoto.  

Este tremor aconteceu quando a maioria da população ainda estava dormindo, ou seja, pegou as pessoas de surpresa (desorientação inicial e pouco tempo para tomar as devidas providências) e, como agravante do quadro, muitos edifícios desabaram após terem suas estruturas colapsadas, soterrando milhares de pessoas. Tremores secundários foram sentidos, posteriormente, em toda a região.  

De acordo com o que foi noticiado a este respeito, até a última 4ª feira (08/02), mais de 3.700 prédios desabaram no país e, em consequência disso, as buscas por sobreviventes iriam continuar, uma vez que muitas pessoas ainda se encontravam soterradas, nos escombros.  

Imagem capturada na Internet
Foto: BBC

Quanto ao número elevado de edifícios colapsados após os terremotos, uma grande parte deles, sobretudo, os mais recentes, apresentavam problemas quanto aos regulamentos de segurança contra terremotos, ou seja, deveriam ser à prova de abalos sísmicos e não eram. Assim como, a Turquia concedeu anistia a muitas edificações que não cumpriram o que determina as normas de segurança.  

Como é de conhecimento da grande maioria, toda área de grande susceptilidade e vulnerabilidade a eventos tectônicos, sobretudo, abalos sísmicos, tem que seguir certos regulamentos de engenharia anti-sísmica, capazes de prevenir ou mitigar os efeitos do terremoto, tais como estruturas internas de aço, amortecedores eletrônicos ou de molas que dissipam os tremores de terra, entre outras tecnologias modernas.  

Como há muito tempo não ocorria um forte terremoto na Turquia, em parte porque a falha tectônica, onde o terremoto ocorreu, se mantinha mais ou menos estável, as construções mais recentes não seguiram as normas de segurança à risca, ignorando a necessidade do cumprimento dos regulamentos correspondentes a uma área de alta sismicidade.  

As consequências destas “brechas” e falhas na legislação e fiscalizações acabaram dando no que deu: o desabamento de milhares de construções e um número elevado de mortos.  

“As normas mais recentes exigem

que estruturas em regiões sísmicas

usem concreto de alta qualidade reforçado com aço.

As colunas e vigas também devem ser distribuídas

de forma que absorvam efetivamente

o impacto dos terremotos. (BBC/Portal G1)


Este tremor do último dia 06/02 durou cerca um minuto e meio e foi seguido por mais de 90 réplicas, cujas magnitudes variaram entre 4,3 e 5,7 na Escala Richter, tendo algumas com magnitudes próximas ao primeiro e principal tremor.  

O tremor foi sentido em um raio de alcance de 250 Km, atingindo centenas de municípios. Sendo sentido, também, em Israel, Chipre e no Líbano, sem registro de vítimas.  

O segundo terremoto, de magnitude 7,5 na Escala Richter, é um tremor secundário do principal terremoto, ou seja, o anterior de magnitude 7,8.  

Considera-se tremores secundários todos os terremotos individuais, que não sejam mais fortes que o terremoto original.

Este segundo teve o seu epicentro na cidade turca de Kahramanmaras e o seu hipocentro se deu a 10 Km da superfície, profundidade esta considerada muito baixa. Por ter sido muito rasa, o impacto na superfície é pior, mais forte.  

Ao contrário de que muitos pensam, esses eventos tectônicos não são raros na Turquia, pelo contrário!  

A Turquia está localizada em uma área de grande instabilidade tectônica do Mediterrâneo. Isso se dá por ser uma área de encontro de placas tectônicas (placas convergentes). Daí os abalos sísmicos serem mais constantes 

Até a presente data, o terremoto principal da última 2ª feira (06/02/2023) é o segundo maior registrado na Turquia, tendo o pior ocorrido em 1939. Embora, este tenha registrado a mesma magnitude (7,8 na Escala Richter), o número de mortos foi bem superior, na ordem de 32 mil pessoas.  

Maiores terremotos registrados na Turquia


Imagem capturada na Internet
Fonte: Poder 360

E as buscas por sobreviventes não param...  

Para piorar as condições de buscas e dos próprios sobreviventes nos escombros, o inverno rigoroso, com precipitação de neve e chuvasdificulta a ação dos socorristas e agrava a situação dos sobreviventes, que estão em risco com a demora da remoção dos mesmos.  

Se só isso não bastasse, não podemos esquecer que a referida região, no lado sírio, vive em uma situação de guerra, com o controle territorial dividido entre oposição e governo e, também, de crise humanitária com a migração de refugiados.  

A energia do terremoto que arrasou o sudeste da Turquia e o norte da Síria foi abordada, pelos sismólogos, como análoga a cerca de 32 bombas atômicas lançadas na cidade de Hiroshima, no Japão (no final da II Guerra Mundial).  

De acordo com o Instituto Nacional de Geofísica e Vulcanologia (INGV) da Itália, responsável pelo monitoramento geológico da região, e publicado no Portal G1, este terremoto foi desencadeado por um deslocamento de três metros da placa tectônica Arábica -  na direção nordeste-sudoeste - em relação à placa da Anatólia.  

Na área de encontro das placas tectônicas (Arábica e Anatólia) há uma fenda no subsolo. Submetendo-se que o tipo de encontro de placas foi o de deslizamento lateral. Como deixa claro o pronunciamento do chefe do INGV, Carlo Doglioni,

“O movimento tectônico resultou

em um terremoto de magnitude 7,8,

com as placas "escorregando"

de 30 a 40 segundos”.  

Diversos países, Organizações Internacionais e outras entidades enviaram, além de ajuda humanitária, equipes de resgate, incluindo, médicos, bombeiros e cães farejadores para ajudar nas buscas de sobreviventes nos dois países afetados pelo terremoto (Turquia e Síria). Mas, o pouco tempo e as condições da estação do ano (inverno) poderão comprometer o trabalho dos agentes.  

Com esta mesma finalidade solidária, o governo de São Paulo comanda uma missão nacional e enviou, ontem (09 de fevereiro), uma equipe composta de 22 bombeiros, dois médicos militares, dois integrantes da Defesa Civil e três pastores belgas malinois e uma labradora.  

Além de São Paulo, agentes de Minas Gerais, Espírito Santo e Brasília também foram para Turquia para dar assistência nas buscas.  

As imagens, abaixo, foram capturadas da Internet


Imagem capturada da Internet
Foto: Umit Bektas/ Reuters


Todas as 8 Imagens abaixo foram capturadas da Internet
Fonte: CNN


















Todas as 04 Imagens abaixo foram capturadas da Internet






Fontes de Consulta  

. BEZERRA, Antônio Luiz Moreira: Por que o terremoto na Turquia e Síria foi tão devastador? (2023) – Assembleia Legislativa do Estado do Piauí  

. Bombeiros, médicos e cães farejadores de SP embarcam para a Turquia para ajudar no resgate de vítimas do terremoto (2023) – G1/São Paulo  

. Frio e crise política contínua dificultam resgates após terremoto na Turquia e na Síria (2023) – MSN/Folha de São Paulo  

. HORTON, Jake e ARMSTRONG, William: Turquia anistiou prédios que não cumpriam normas de segurança contra terremotos (2023) – BBC (publicado no Portal G1)  

. MILLER, Brandon:  Turquia registra segundo forte terremoto; número de mortos passa de 2,7 mil (2023) - CNN  

. Mortes no terremoto na Turquia e na Síria passam de 20 mil; ACOMPANHE AO VIVO (2023) – PortalG1  

. O Japão e a incrível Engenharia Anti-Sísmica (terremoto) – (2021) – Constru360°  

. Terremoto na Síria e Turquia: número de mortes passa de 19 mil (2023) – UOL Internacional  

. Terremoto na Turquia: a imagem de pai segurando mão de filha morta que mostra desespero de sobreviventes (2023) – BBC News Brasil  

. Terremoto na Turquia e Síria: especialista estima que 180 mil pessoas possam estar soterradas (2023) – O Globo/Época

. Veja infográficos com os dados sobre o terremoto na Turquia (2023) – Poder360

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