domingo, 5 de fevereiro de 2023

Memorial às Vítimas do Holocausto do Rio de Janeiro

Monumento: Memorial às Vítimas do
 

No dia 29 de janeiro, como já havia combinado com a minha filha, fomos conhecer o Memorial às Vítimas do Holocausto, construído no Parque Yitzak Rabin, no Morro do Pasmado, em Botafogo (Rio de Janeiro).  

Tristeza e baixo astral, só em imaginar aquela época, como também ao ver os registros de imagens e dos relatos. Mas, eu precisava conhecer...  

Recém-inaugurado (dezembro de 2022) e aberto ao público, em janeiro deste ano, posso afirmar que não há como sair de lá com o coração sereno e em paz, pois todos os registros, ali expostos, são reais e impactaram intensamente a humanidade. Até hoje!  

Adolf Hitler e o seu partido de extrema direita (Partido Nazista) praticaram atrocidades contra os judeus e outros grupos minoritários, antes e durante a II Guerra Mundial.  

O Holocausto ou Shoah (palavra hebraica que significa "destruição” ou “catástrofe") consistiu em uma perseguição sistemática e política de extermínio em massa de judeus europeus, na Alemanha.  

A base de tudo era o antissemitismo alemão, cujos pressupostos pregavam a superioridade da raça ariana (branca/alemã) sobre as demais. Ao mesmo tempo, Hitler e os nazistas atribuíram, mais especificamente, aos judeus, a responsabilidade quanto à derrota alemã na I Guerra Mundial (1914 e 1918).   

A chamada Era do Holocausto teve início em janeiro de 1933, antes da deflagração da II Guerra Mundial (1939 e 1945), com a tomada de poder de Adolf Hitler e o Partido Nazista na Alemanha, terminando em maio de 1945, assinalando o final da II Grande Guerra, quando as Potências Aliadas derrotaram a Alemanha nazista 

O regime nazista promoveu em perseguições, migrações forçadas para os guetos (bairros fechados e murados), campos de concentração e de extermínio com câmaras de gás ou não.  

Considerado o maior genocídio da humanidade, foram 6 milhões de judeus assassinados, entre os quais eram – segundo fonte de pesquisa (Wikipédia) – mais de um milhão de crianças, dois milhões de mulheres e três milhões de homens.  

Além dos judeus, outros grupos minoritários também se tornaram alvos de repressão, perseguição e morte nas mãos dos nazistas, como os ciganos roma e sinti*, pessoas com deficiências ou distúrbios mentais, opositores políticos, negros, comunistas e outros.    

De acordo com o Site Significados, a palavra genocídio derivada do grego “geno” (“raça, “tribo" ou "nação") e do termo de raiz latina "-cida", que significa "matar".

Sendo assim, a palavra significa o ato de exterminação sistemática de pessoas (o grupo todo ou parte deste) motivado principalmente por diferenças étnicas, de nacionalidade, de religiosidade, ideológicas e sexuais (de gênero).  

 “O termo foi criado por Raphael Lemkin,

um judeu polaco, jurista e que foi conselheiro

no Departamento de Guerra dos Estados Unidos

durante a Segunda Guerra Mundial.

A tentativa de extermínio total do povo judeu pelos nazistas (Holocausto)

foi um motivo forte que levou Lemkin a lutar por leis

que punissem a prática de genocídio.

A palavra passou a ser usada após 1944.

 

O genocídio contra os judeus (Holocausto) não foi o único no mundo, no entanto, foi o maior de todos, no Século XX. 

Embora, o Memorial às Vítimas do Holocausto tenha como foco principal a vida, no sentido de ser um espaço de memória e, não, da morte, direta e/ou indiretamente, ambas estão ligadas e carregam como tal a tristeza do racismo, da discriminação, da intolerância e do ódio que levou à morte precoce de milhões de pessoas.  

O Memorial às Vítimas do Holocausto do Rio de Janeiro é o terceiro construído em nosso país. O primeiro foi erguido, em 2011, em Curitiba, capital do Paraná, na região Sul do Brasil.  

Construído junto ao complexo da Sinagoga Beit Yaacov e ao lado do Centro Israelita do Paraná, o acervo do Museu do Holocausto de Curitiba é composto por objetos e declarações de sobreviventes do respectivo genocídio alemão.  

Coube a São Paulo, capital do estado homônimo, fundar o segundo do Brasil, em 2017, o Memorial da Imigração Judaica e do Holocausto, no bairro Bom Retiro, cuja história é assinalada pela imigração judaica. O nome do Memorial destaca a imigração de muitas famílias refugiadas para o nosso país durante e após o fim do Holocausto.  

De acordo com as fontes de pesquisa, o seu acervo também é composto por fotos, vídeos interativos, objetos de épocas e outros itens contextualizados.  

O Memorial do Rio de Janeiro (capital), situado no alto do Morro do Pasmado (bairro de Botafogo) e erguido na área do Parque Yitzak Rabin (Mirante), conta com um monumento de 20 metros de altura em sua parte externa e central, cuja base foi inscrita a frase “Não matarás”.  

Sua área expositiva fica no subsolo e, seguindo o mesmo padrão de abordagem e apresentação dos dois primeiros, sua exposição conta com imagens da época, retratando os fatos marcantes do antes, durante e depois do regime nazista. A mesma oferece vídeos interativos com as histórias e/ou relatos de sobreviventes do Holocausto, bem como de refugiados que vieram para o Brasil, entre outros aspectos.  

A Organização das Nações Unidas (ONU) instituiu 27 de janeiro como o Dia Internacional em Memória do Holocausto. Essa data faz referência à liberação do campo de concentração Auschwitz-Birkenau, fundado pelos alemães, em 1940, no sul da Polônia 

Trata-se do maior dos campos de concentração nazistas, o qual possuía o campo principal e mais de 45 campos satélites. Este representava um dos principais símbolos do regime nazista e de sua política de extermínio em massa de judeus, especialmente poloneses.  

Na época em que foi construído (1940), sua principal função era – no âmbito do plano alemão de apagar a Polônia do mapa - aniquilar opositores e intelectuais poloneses e, não, o extermínio de judeus. Tanto foi que os poloneses e prisioneiros de guerra soviéticos foram primeiros a morrerem nas câmaras de gás.  

Em 1947, graças à persistência dos sobreviventes, o campo de concentração e extermínio Auschwitz-Birkenau foi transformado em museu, visando a sua preservação. Em 1979, o Museu Estatal Ausch­witz-Birkenau recebeu o título de Patrimônio da Humanidade pela Unesco 

A princípio, esse título pode soar desrespeito às vítimas do Holocausto, mas – pelo contrário – tombado, ele garante a preservação de suas evidências físicas, que a memória do genocídio cometido pelo regime nazista não será apagada e, muito menos, negada. Foi tombado, justamente, em respeito às vítimas 

E, ao mesmo tempo, promovendo e servindo de ponte entre os eixos Educação, Memória e Pesquisa, sob a ótica temporal do passado, presente e futuro, como estabelece Carlos Reiss, coordenador-geral do Museu do Holocausto de Curitiba 

A Educação é a nossa vacina contra o ódio.

Nunca foi tão importante estudar sobre o Holocausto

quanto nos dias de hoje, e a questão vai além do antissemitismo.

Quando falamos ‘nunca mais’, estamos renovando um pacto coletivo

de que vamos identificar os sinais e lutar

contra toda e qualquer forma de ódio, intolerância e discriminação,

contra qualquer grupo e em qualquer parte do mundo

(NICOLAU, 2023)  

 O próprio Secretário-Geral da ONU, António Guterres, em cerimônia ao Dia Internacional em Memória do Holocausto (27 de janeiro) solicitou que o genocídio dos judeus jamais seja esquecido e que nem se aceite que outros “esqueçam, distorçam ou neguem” tanto o Holocausto quanto as suas vítimas.    

Sob este mesmo contexto, a frase que finaliza a Exposição no Memorial às Vítimas do Holocausto do Rio de Janeiro diz muito e é capaz de ascender uma preocupação recorrente quanto a isso... 

O Ódio e o Preconceito permanecem reais”.

 

Memorial às Vítimas do Holocausto  

. Endereço: Alameda Embaixador Sanchez Gavito, s/n°

Mirante do Pasmado, Botafogo (acesso pela Rua General Severiano); 

. Dias e Horário de funcionamento: de quinta a domingo, das 10h às 18h (última entrada às 17h); 

. Classificação Etária: 12 anos;  

. Ingressos: gratuitos e devem ser retirados pelo site da Sympla; 

. Dias e horário de funcionamento do Parque Yitzhak Rabin: diariamente, das 8h às 22h


Memorial às Vítimas do Holocausto do Rio de Janeiro

Todas as imagens, abaixo, são do meu acervo particular   

















Mirante/Parque Yitzhak Rabin









Fontes de Consulta

 . ALTARES, Guillermo: Auschwitz: a luta para preservar a memória do horror (2017) – El País Internacional 

. CAPARELLI, Karol e CASTRO, Nathália: Memorial às Vítimas do Holocausto é inaugurado no Rio (2023) – G1/ Rio de Janeiro 

. Holocausto – Wikipédia 

. Introdução ao Holocausto – Enciclopédia do Holocausto 

. NICOLAU, André: Conheça 3 lugares de memória e lembrança do Holocausto no Brasil (2023) – Educaçãoe Território 

. SIMÕES, Leila: Museu do Holocausto Curitiba – Agenda, Acervo e Dicas de Atrativos Próximos! (2022) - Transportal 

. Significado de Genocídio - Significados

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