domingo, 27 de julho de 2025

Mensagem: Laços Afetivos


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Fonte: Personare


LAÇOS AFETIVOS

Texto modificado

Se eu nascesse de novo e pudesse escolher ser outra pessoa, 

Eu certamente escolheria ser a mãe de minha mãe.

Por quê? 

Bem, eu daria a ela todos os beijos que faltaram quando criança.

Eu leria todas as histórias que ninguém nunca leu para ela.

Quando eu a colocasse na cama, à noite, 

Eu diria a ela, com todo o meu amor, o quanto eu a amo.

Eu a ensinaria que a vida é bela nos braços de quem lhe ama.

Eu compraria uma maçã caramelo para ela.

Eu cantaria músicas para ela ouvir.

Nos jogaríamos no chão.

Eu pentearia o cabelo dela todas as manhãs, antes dela ir à escola.

Não teria que funcionar tão pequena.

Ela não teria que chorar tanto.

Ela não iria crescer costurando seu coração tristemente.

E ela seria uma garota feliz.

Se pudesse ser outra pessoa mãe, seria sua mãe sem hesitar, lhe ensinaria que o amor não é dor, e como é maravilhoso acordar todas as manhãs ao seu lado.

Porque se eu a amo tanto por ser sua filha, como a amaria quando nascesse para segurá-la em meus braços.

Desconheço a Autoria

DICA: Mensagem para o Dia das Mães ou para qualquer ocasião.

Fonte: Vida em Equilíbrio - Facebook


sexta-feira, 25 de julho de 2025

Violência contra Mulheres Aumenta e o Feminicídio Bate Recorde


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Fonte: Carta Capital

Isso, realmente aconteceu comigo... Posso não estar lembrada das palavras exatas do diálogo, mas foi – mais ou menos – neste sentido como este transcorreu. A primeira pergunta que o aluno me fez, em relação ao meu esposo, me surpreendeu muito... 

Certo dia, no início da minha aula, quando estava explicando aos meus alunos a respeito do trabalho de pesquisa do 1º bimestre (fevereiro – março – abril), um aluno levantou o dedo e me indagou:

- Professora, a senhora apanha do seu marido?

Prontamente, eu respondi:

- Eu não! De jeito nenhum! Por que você está me perguntando isso?

- É porque a senhora, todo ano, passa trabalho sobre a mulher, sobre a Lei Maria da Penha e da violência contra a mulher.

- Eu passo, porque este tema é muito importante e deve ser trabalhado nas escolas, principalmente com vocês, jovens. A violência contra a mulher é uma questão cultural do nosso país. Vivemos em uma sociedade ainda patriarcal e machista, onde o homem se acha o senhor absoluto da verdade e da mulher, que é tratada como inferior a ele, devendo ser obediente e atender todas as suas ordens. 

Eu sempre tive a preocupação de contextualizar o papel da mulher brasileira ao longo dos séculos e o seu papel na sociedade e no mercado de trabalho. Mencionando outros temas conexos, como o Dia Internacional da Mulher (08 de março); o Dia Nacional da Mulher (30 de abril); a Lei Maria da Penha; a violência doméstica; o feminicídio, entre outros. 

Além de acreditar que a legislação referente à violência contra a mulher ainda não se mostre com a devida rigidez, considero a educação com um grande poder de mudanças positivas a esse respeito. Daí eu sempre pedir este tipo de trabalho no 1º Bimestre, por ocasião destas duas datas, Dia Internacional da Mulher (08 de março) e o Dia Nacional da Mulher (30 de abril). 

E mais uma vez, neste espaço, confirmo a importância de trabalharmos o contexto da violência doméstica nas escolas. Até porque muitos dos alunos são testemunhas e convivem com esta dura realidade dentro de suas próprias residências. 

Como sempre enfatizei que o aluno precisa ser ouvido, saber que as pessoas se importam com ele e que podem ser ajudados, eu sempre procurei manter uma conversa acolhedora e franca a respeito disso. 

E ao longo dos anos em que dei aula no Ensino Fundamental II e Médio, alguns desabafos deles me marcaram muito, como por exemplo:

- Eu queria que minha mãe se separasse do meu pai, pois ele é muito violento com ela. Ela vive chorando. Acho que ela não se separa dele por causa de mim e do meu irmão mais novo;

- Meu pai é muito grosso e, quando ele chega bêbado em casa, ele xinga e bate em todo mundo;

- Minha mãe é muito boba, sofre com ... e ele não é nem o nosso pai. 

As estatísticas comprovam os fatos e as mídias estão aí para informar e fazer um tipo de alerta à população, em geral. 




Em 2024, o Brasil registrou um crescimento da violência contra as mulheres, batendo recorde histórico quanto aos casos de feminicídios, que são as mortes de mulheres pelo fato de serem mulheres e, também, de mortes de crianças e adolescentes. 

Esse aumento do número de vítimas de feminicídio se deu em 11 estados brasileiros, os quais – juntos - totalizaram 757 feminicídios, representando 50,7% do total dos registros em todo território nacional: 

 

. Região NORTE (07 estados):

- Amazonas;

- Roraima. 


. Região NORDESTE (09 estados):

- Alagoas;

- Maranhão;

- Piauí. 


. Região SUL (03 estados):

- Paraná. 


. Região SUDESTE (04 estados):

- Espírito Santo;

- Rio de Janeiro;

- São Paulo. 


. Região CENTRO-OESTE (03 estados e o Distrito Federal):

 - Mato Grosso;

- Mato Grosso do Sul. 


De acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, esses registros não refletem a realidade, pois os números são subnotificados. Segundo a organização, o sistema de justiça tende “a compreender o feminicídio em seu sentido restrito, ou seja, apenas quando a morte decorre de violência intrafamiliar ou doméstica” (Brasil de Fato, 2025). 

Sob este contexto, 

“Assim, a morte de mulher decorrente de menosprezo

ou discriminação que acontece fora

do ambiente doméstico, ou a morte perpetrada

 por uma pessoa que não seja conhecida da vítima

(mais especificamente, por alguém que não seja

seu companheiro, ex-companheiro e familiar)

acaba não recebendo a tipificação de feminicídio.”

 

Os números indicaram que as tentativas de feminicídio subiram 19%, no ano passado, enquanto os registros apontam que 1.492 mulheres foram assassinadas por motivo de gênero, o que representa o maior índice desde 2015. 

E mais...

As tentativas de feminicídio subiram 19%, enquanto os registros apontam que 1.492 mulheres foram assassinadas, no ano passado, por motivo de gênero (maior número desde 2015). E mais...

. Cerca de 70,5% das vítimas tinham a idade entre 18 e 44 anos;

. 63,6% das vítimas eram mulheres negras;

. 64,3% dos crimes ocorreram dentro de casa;

. 97% dos crimes foram cometidos por um homem, sendo 80% pelo companheiro ou ex-companheiro;

. 48% das vítimas foram mortas por arma branca, como - por exemplo - uma faca;

. O descumprimento de medida protetiva atingiu 18,3% dos casos de feminicídios. 

Os dados de estupro totalizaram 87.545 vítimas, sendo a maioria crianças e adolescentes do sexo feminino. Isso significou que a cada seis minutos, uma pessoa foi estuprada no Brasil. 

Esses dados e outros acerca da violência são do Anuário da Segurança, divulgado ontem (24/07) pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). Esse levantamento é realizado desde 2011, espacializando os respectivos registros criminais, os quais são realizados anualmente pelas Secretarias de Segurança Pública das 27 Unidades Federativas do Brasil (26 estados e o Distrito Federal). 

O referido levantamento mostrou um aumento da letalidade policial, principalmente, no estado de São Paulo, onde os homicídios por intervenção da polícia cresceram 61%, com destaque para Santos e São Vicente. 

Além disso, a violência contra crianças e adolescentes cresceu em todas as faixas etárias. 

De acordo com a análise de Renato Sérgio de Lima, diretor do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, os números revelam que “há uma epidemia de golpes e estelionatos e um aumento da insegurança em espaços antes vistos como protegidos, como casas e escolas”. 

Os golpes e os estelionatos cresceram 408% desde 2018. Esse tipo de crime ocorre, em grande parte, via ambiente virtual e celular. 

Em 2024, o Brasil registrou 2.166.552 casos de estelionatos. O crescimento foi em torno de 7,8% em um ano. São Paulo concentrou 1/3 dos casos, com taxa de 1.744 por 100 mil habitantes, enquanto a média nacional foi de 1.019,2. As capitais com as maiores taxas foram: São Luís, Belém, São Paulo e Salvador. 

Os estados com maiores taxas de violência por 100 mil habitantes são Amapá (45,1), Bahia (40,6) e Ceará (37,5). Os de menores taxas são São Paulo (8,2), Santa Catarina (8,5) e Distrito Federal (8,9). 

Apesar dos números continuarem altos, os crimes por roubos e furtos de celular mostraram-se em queda (12,6%).


Fontes de Consulta 

. Crimes virtuais e violência contra mulheres e crianças disparam – Poder 360 

. Feminicídio aumenta em 11 estados, e Brasil registra recorde de mortes ligadas a gênero em 2024 – Brasil de Fato 

. Mapa da Violência mostra recorde em casos de feminicídio no País – Carta Capital 

. STABILE, Arthur: Feminicídios e mortes de crianças e adolescentes crescem em meio à queda da violência no Brasil, mostra Anuário da Segurança – G1/Globo

quinta-feira, 24 de julho de 2025

Cartas de Paz e Consolação

 

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Fonte: Chico - Cartas de Paz e Consolação (Página do Facebook)

Depois de mais de 30 anos de casamento, ele começou a notar algo diferente.

A esposa já não respondia como antes…

Parecia distraída, alheia.

Mas, em vez de brigar ou magoá-la, resolveu agir com delicadeza.

 

Foi até um médico, curioso:

— Doutor, acho que minha esposa está com problema de audição… O que posso fazer sem assustá-la?

E o médico, sereno, respondeu:

— Faça um teste simples. Fale com ela de longe. Uns 15 metros. Se ela não responder, vá se aproximando e repita a mesma pergunta. Assim saberá se há mesmo um problema.

Ele gostou da ideia.


Naquele dia, ao chegar em casa, viu a esposa na cozinha, mexendo as panelas com carinho.

E então, lá da sala, perguntou:

— Amor, o que tem pra janta?

Silêncio.

Deu alguns passos:

— O que vamos comer hoje, meu bem?

Nada.

Mais alguns metros:

— Vida, o que tá fazendo aí?

Silêncio total.

Já quase atrás dela:

— O que tem pro jantar, meu amor?

E então… ela se virou, com os olhos arregalados e respondeu, impaciente:

— EU JÁ TE DISSE CINCO VEZES QUE É FRANGO!

 

Ele paralisou.

A ficha caiu.

O problema de audição… era dele.

E foi nesse instante que ele entendeu:

Nem sempre o erro está no outro.

 

Moral espírita:

Antes de julgar ou apontar o dedo, talvez seja hora de olhar pra dentro.

A vida, com sabedoria divina, nos dá esses espelhos amorosos — às vezes com risos, outras com lágrimas — pra mostrar que a mudança que buscamos… começa em nós.

quarta-feira, 23 de julho de 2025

Na íntegra: “Brasil deve separar o político do comercial”, diz Pedro Dallari sobre crise com os EUA

Tomando a liberdade de compartilhar, na íntegra, a análise do Professor Pedro Dallari sobre a crise do Brasil com os EUA, publicada na coluna “Globalização e Cidadania”, do Jornal da USP (veiculada pela Rádio USP) e publicado em 16/07/2025, segue abaixo a sua análise - com grifos meus - quanto aos desdobramentos políticos, comerciais e sociais do anúncio de tarifas de importação feitas por Donald Trump

“A coluna Globalização e Cidadania desta semana, veiculada pela Rádio USP, abordou a recente crise nas relações entre Brasil e Estados Unidos. O professor Pedro Dallari comentou os impactos do anúncio feito pelo presidente norte-americano Donald Trump, que pretende impor tarifas de 50% sobre produtos brasileiros a partir de agosto. 

Segundo Dallari, a crise tem três dimensões claras: política, comercial e social. “A dimensão política fica evidente pelo questionamento que o presidente Trump faz aos processos judiciais movidos no Brasil, especialmente no Supremo Tribunal Federal, contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus apoiadores”, explicou. Para o professor, esse questionamento “não faz sentido”, já que “sendo o Brasil um país soberano e de caráter democrático, o Poder Judiciário é independente”. 

Na esfera comercial, a imposição de tarifas contraria normas internacionais: “A ameaça pelo presidente Trump viola regras da Organização Mundial do Comércio e contraria a tradição das relações comerciais entre Brasil e Estados Unidos”, afirmou. Dallari ressaltou a importância de o Brasil buscar uma solução diplomática, com apoio do setor empresarial: “Aqui não há alternativa que não se buscar a negociação com apoio dos setores diretamente envolvidos. O governo brasileiro deverá separar os assuntos, o assunto político do assunto comercial e conduzir as negociações comerciais pelos canais regulares de caráter mais técnico”. 

Além dos aspectos políticos e econômicos, no entanto, o professor também destacou a dimensão social da crise.A conduta do presidente Trump contraria aspectos centrais da cultura e da sociedade norte-americana e tem impacto no Brasil, porque os dois países sempre mantiveram um intenso canal de relacionamento e influência recíproca, especialmente nos âmbitos da cultura e dos costumes sociais”, lembrou, citando a influência histórica das lutas por direitos civis nos EUA sobre a sociedade brasileira. 

Dallari concluiu destacando a importância da solidariedade institucional. “A USP sempre teve um relacionamento muito intenso com o corpo acadêmico dos Estados Unidos. O número de brasileiros que frequenta universidades ali e o número de norte-americanos que vem fazer pesquisa no Brasil é muito grande. No momento em que as universidades norte-americanas são alvo de ataques por parte do seu governo o mundo acadêmico brasileiro e a USP devem prestar solidariedade e verificar de que maneira essa dimensão social da crise também deve ser tratada aqui no Brasil”. 

Globalização e Cidadania

A coluna Globalização e Cidadania, com o professor Pedro Dallari, vai ao ar quinzenalmente, quarta-feira às 8h, na Rádio USP (São Paulo 93,7; Ribeirão Preto 107,9) e também no Youtube, com produção da Rádio USP, Jornal da USP e TV USP.


Fonte: Coluna Globalização e Cidadania, Jornal da USP

Meio Ambiente em Risco: Congresso Confirma o Enfraquecimento do Licenciamento Ambiental no Brasil

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Fonte: 
Combate Racismo Ambiental 

 

No âmbito do último comentário que fiz, na postagem anterior, acerca de certos argumentos, apregoados pelo governo de Trump a respeito de algumas práticas comerciais brasileiras, consideradas lesivas à economia dos EUA, como por exemplo das “políticas ineficientes de combate ao desmatamento ilegal no Brasil, acredito que grande parte da população brasileira considera este fato como verdadeiro, assim como eu. 

A crítica é, na verdade, quanto à intervenção dos EUA na política interna do nosso país e o fato de sabermos o real motivo de sua intromissão, o caso do ex-presidente Jair Bolsonaro. 

Com relação às “políticas ineficientes de combate ao desmatamento ilegalem nosso território, a própria história de exploração dos nossos recursos naturais, ao longo do tempo e, sobretudo, a medida aprovada na Câmara dos Deputados, na quinta-feira passada (17/07), que abranda as regras para obtenção de licenciamento ambiental para obras de infraestrutura ratifica o perfil negligente de muitas autoridades do nosso país. 

E foi o que aconteceu... Em maio deste ano, o Senado Federal já havia aprovado o referido projeto de lei, que dispõe sobre o Licenciamento Ambiental (Projeto de Lei 2.159/2021), mais conhecido, popularmente, como “PL da Devastação”, por 54 votos a favor e 13 contra. 

Neste mês de julho, vários parlamentares federais se uniram para defender o referido projeto de lei que abranda as regras para o licenciamento ambiental. Com aprovação por 267 votos a favor e 116 contrários, esta proposta - antes de virar lei - seguirá para sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que poderá vetar ou não trechos do texto. 

O projeto de lei, em questão, altera o processo de licenciamento ambiental do Brasil, permitindo que empreendimento obtenha licença de forma automática, apenas com a autodeclaração do empreendedor (empresário), sem a necessidade de haver análises técnicas prévias, como a apresentação de Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e o Relatório de Impacto Ambiental (RIMA). Tendo como única exceção, os casos classificados como de “alto risco ambiental”. 

Além desta fragilidade criada, o PL compromete a prevenção de danos ambientais e enfraquece a capacidade de fiscalização dos órgãos ambientais, como o SISNAMA (Sistema Nacional do Meio Ambiente), o CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente) e os conselhos estaduais. 

Além disso, consente que empreendimentos em Unidades de Conservação obtenham licenciamento sem o pronunciamento obrigatório e prévio do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade). Tal mudança na regra, dá margem para o desenvolvimento de atividades econômicas em áreas de proteção ambiental. 

Os povos e comunidades tradicionais (indígenas e quilombolas) ficarão fragilizados, uma vez que a proteção de suas áreas territoriais ainda em processo de demarcação será retirada, o que beneficiará diretamente os setores como o agronegócio e a mineração. 

Objetivando simplificar e, ao mesmo tempo, agilizar o processo de licenciamento ambiental para empreendimentos de diferentes portes e impactos, o referido projeto altera e cria a Licença Ambiental Especial (LAE) e a Licença por Adesão e Compromisso (LAC). 

Entre outras medidas incluídas no PL, o texto deixa claro o consentimento à realização de obras com alto risco de impacto no meio ambiente. Mas, para isso, o referido projeto requer a Licença Ambiental Especial (LAE), no atendimento das chamadas “construções estratégicas”, a qual gerou muitas polêmicas. 

Para se obter esta licença, primeiramente, é necessário haver um estudo do impacto ambiental do respectivo projeto. A primeira diferença condiz com o prazo entre a abertura do processo e a sua autorização, pois diferentemente do licenciamento normal, o prazo máximo para que a autorização saia é de um ano. 

E, ainda, o projeto consente - por decreto - que o governo dê licença aos empreendimentos que considerar estratégicos, após parecer do Conselho do Governo, que é o órgão que auxilia o presidente na adoção de políticas e diretrizes do governo federal.

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Fonte: Onças do Iguaçu (Instagram)

Os defensores desta proposta admitem que esta medida permitirá que um pedido de licença especial passe à frente de outros projetos que seguiram, respeitando, o curso normal dos trâmites do processo de liberação. Mas, sustentam que, mesmo assim, a análise técnica precisará ser realizada. Sendo emitida a autorização, o prazo de validade será de cinco a dez anos.

Em nota, o Observatório do Clima afirmou que as análises técnicas ficarão sujeitas à vontade ou decisão política de outra pessoa ou de uma Entidade, prejudicando os processos que estão mais a frente, na fila, para serem analisados. Essa articulação será aos moldes do “fura fila”. 

De acordo com o parecer técnico encomendado pelo Observatório do Clima, em razão da simplificação do seu processo, a licença especial vai fazer com que o licenciamento ambiental de grandes projetos tenha um "tratamento político" em detrimento a sua análise técnica. 

Segundo o Instituto Socioambiental (ISA), essa brecha poderá beneficiar e acelerar o processo de exploração de petróleo na foz do Rio Amazonas (Margem Equatorial), que se constitui em um grande impasse entre o IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e a Petrobras (Petróleo Brasileiro S.A.), cuja área de exploração do combustível fóssil se estende do Amapá até o Rio Grande do Norte.

volume de petróleo da região é estimado em mais de 30 bilhões de barris, segundo a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). 

O presidente do Senado, o senador Davi Alcolumbre (União-AP), defende abertamente a exploração de petróleo para aumentar a arrecadação na região, pois o seu estado (Amapá) será favorecido, financeiramente, por esta medida. E o presidente Lula também defende a possibilidade de exploração de petróleo na Foz do rio Amazonas.  

A princípio, o IBAMA recebeu uma recomendação do Ministério Público Federal (MPF) para que não emita qualquer licença para exploração na margem equatorial, enquanto os estudos de impactos socioambientais continuarem inconsistentes e com falhas. 

Outra modalidade apresentada no projeto de lei consiste na conhecida Licença Ambiental por Adesão e Compromisso (LAC). 

Hoje em dia, se um novo empreendimento é planejado, não tendo a intenção de desmatar a vegetação nativa, cabe ao empreendedor encaminhar a documentação necessária pela Internet. A partir deste encaminhamento, uma autorização é gerada, praticamente, de forma automática. 

Esse procedimento é válido para todas as atividades consideradas de baixo impacto, ficando isento da análise prévia do órgão ambiental, mas, tendo o empresário o compromisso de cumprir as normas ambientais. 

Para este tipo de liberação de licenciamento, precisam ser fornecidas algumas informações necessárias, como: as características da área, a sua localização exata com as coordenadas geográficas, as condições de operação da nova atividade, o impacto ambiental e as medidas de controle ambiental.

Ademais, segundo fonte de pesquisa, o sistema identifica e veda automaticamente qualquer invasão da área protegida. 

Segundo um estudo do Observatório do Clima, realizado pelos professores Luís Sánchez (Escola Politécnica da Universidade de São Paulo - USP) e Alberto Fonseca (Escola de Minas da Universidade Federal de Ouro Preto - UFOP), tal sistema pode desencadear uma multiplicação de autodeclaração nos estados e concluem: 

"[A consequência será] um quadro potencialmente

conflituoso de atividades e empreendimentos,

que causam significativa degradação ambiental,

operando sem licença ou com licenças por adesão

e compromisso sem o devido controle do órgão licenciador

que historicamente demonstra baixa capacidade fiscalizatória."

 

Verdadeiramente, por detrás deste projeto de lei, pode-se perceber - em suas entrelinhas - o jogo de interesses dos grandes proprietários (latifundiários) do agronegócio e da mineração. 

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Fonte: Marcos Breda (Instagran)

Pois bem...

Estamos em meio a uma crise política e comercial com os EUA, onde um dos itens apresentado pelo presidente Donald Trump, a ser investigado, se refere às políticas ineficientes de combate ao desmatamento ilegal no Brasil, ou seja, a questão da proteção ambiental. O pensamento dos que defendem e votaram a favor deste projeto de lei é que tornando o desmatamento e a exploração da terra para quaisquer fins, legalizado, não teremos o que nos preocupar. Só com os lucros... 

Estamos a poucos meses da realização da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30), prevista para ocorrer do dia 10 a 21 de novembro deste ano, na cidade de Belém (capital do Pará). E, sob este contexto, a decisão do presidente Lula em sancionar ou vetar alguns trechos do PL de Licenciamento Ambiental (Projeto de Lei 2.159/2021) será de fundamental importância para a imagem do nosso país tanto no âmbito da COP30 quanto no âmbito mundial. 

Assim, eu espero que o nosso presidente decida a favor de vetar muitos trechos desta proposta e evitar mais tragédias e impactos ambientais de grandes proporções e até irreversíveis! 

Conforme as palavras de Alice Dandara de Assis Correia, advogada do Instituto Socioambiental (ISA) ao Observatório do Clima, o PL de Licenciamento Ambiental aprovado pelo Senado e pela Câmara, 

 “Desrespeita os povos e comunidades tradicionais,

o meio ambiente e toda a população brasileira,

que ficará cada vez mais sujeita aos crimes

e degradações ambientais.”

 

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Fonte: Rede de Ongs da Mata Atlântica


Fontes de Pesquisa 

. CURCINO, Sara: Congresso aprova projeto que enfraquece licenciamento ambiental e permite obras com alto risco de impacto – G1/Globo 

. Vídeo: Miriam: ‘Este país teve tragédias ambientais; Lula tem que vetar’ – G1/Globo 

. VITÓRIA, Beatriz e BARROS, Carlos Juliano Barros: ‘PL da Devastação’ aprovado no Senado: o que muda no licenciamento ambiental? – Repórter Brasil

sexta-feira, 18 de julho de 2025

EUA anuncia e Agrava Guerra contra o Brasil – Parte II

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Fonte: Agência Brasil
Foto: Ravena Rosa


Texto modificado em 20 de julho de 2025 às 11h16

Como era esperado, a guerra contra o Brasil, iniciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no início do mês de julho, quando foi anunciado a tarifa de 50% sobre todos os produtos brasileiros de exportação, deu prosseguimento com novos condicionantes. 

Dificilmente, este cenário vai mudar, pois o Brasil se tornou o principal país da vez desta guerra e, por outro lado, enquanto, o ex-presidente Jair Bolsonaro for o alvo das investigações da justiça federal brasileira, as investidas de Trump - em defesa deste - irão acompanhar este conflito, dificultando - mais ainda - as relações dos dois países. 

No âmbito da ação penal sobre tentativa de golpe de Estado, o Supremo Tribunal Federal (STF) estabeleceu - hoje (18/07) - uma série de medidas cautelares contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, entre as quais conferiu: 

- O uso obrigatório de tornozeleira eletrônica para evitar a fuga do ex-presidente;

- Recolhimento domiciliar noturno (das 19h às 7h), inclusive nos finais de semana;

- Proibição de uso de redes sociais, diretamente ou por interpostas pessoas;

- Proibição de contato com outros investigados, incluindo seu filho Eduardo Bolsonaro;

- Proibição de contato com testemunhas do processo;

- Proibição de contato com diplomatas, embaixadores e representantes estrangeiros;

- Proibição de ingresso em sedes diplomáticas ou residências oficiais de representantes internacionais;

- Retenção do passaporte renovado;

- Proibição de deixar o país sem autorização do STF;

- Proibição de frequentar eventos públicos com potencial de mobilização política. 

Bolsonaro alegou não estar cogitando a sua fuga do país e que o uso da tornozeleira eletrônica é muito humilhante para ele. 

E para agravar mais ainda o cenário, o Brasil - como principal país da vez da guerra de Trump - teve novos condicionantes mais controversos e polêmicos, que respondem por medidas de investigações comerciais – por parte dos EUA - para confirmar se as políticas brasileiras são desleais, capazes de acarretar prejuízos ao comércio estadunidense. 

Tal medida tem por base a Section 301 da Lei Comercial dos EUA, regulamentada em 1974, que inclui consultas diplomáticas e audiência pública a serem realizadas no dia 03 de setembrodo corrente ano, a fim punir unilateralmente práticas consideradas prejudiciais ao comércio estadunidense. E que se comprovada a deslealdade, ações de retaliação serão aplicadas. 

No documento apresentado, eles detalham os aspectos a serem investigados, entre os quais perpassam:

- O incentivo do governo ao uso de Pix como forma preferencial de pagamento, afetando a competitividade de empresas privadas internacionais do setor, como as americanas, Mastercard e Visa, que são as maiores do mundo no setor de pagamentos;

- A estrutura tarifária discriminatória do Brasil entre os países, discriminando os EUA;

- A manutenção de ambiente regulatório e jurídico brasileiro frágil no que diz respeito à aplicação de leis anticorrupção e na governança institucional;

- As falhas na política de combate à pirataria e à falsificação, tendo como exemplo o comércio informal da rua 25 de março, no Centro de São Paulo, considerado o maior mercado de produtos falsificados do mundo;

- A elevação das tarifas sobre o etanol importado dos EUA, que era praticamente isento, mas passou a ser taxado em até 18%;

- As políticas ineficientes de combate ao desmatamento ilegal no Brasil. 

 Leia as justificativas apresentadas pelos EUA, na íntegra (Veja, 15/07/2025):

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Fonte: Jornal 25 News

- Comércio digital e serviços de pagamento eletrônico: o Brasil pode estar minando a competitividade de empresas americanas nesses setores, por exemplo, retaliando contra elas por não censurarem discursos políticos ou restringindo sua capacidade de oferecer serviços no país; 

- Tarifas injustas e preferenciais: o Brasil concede tarifas preferenciais mais baixas para exportações de certos parceiros comerciais competitivos globalmente, prejudicando as exportações dos EUA; 

- Aplicação de medidas anticorrupção: o Brasil falha em aplicar medidas de transparência e combate à corrupção levanta preocupações quanto ao cumprimento de normas internacionais contra o suborno e a corrupção; 

- Proteção da propriedade intelectual: o Brasil aparentemente não oferece proteção e aplicação adequadas dos direitos de propriedade intelectual, prejudicando trabalhadores americanos cujos meios de vida dependem da inovação e criatividade dos EUA; 

- Etanol: o Brasil recuou em seu compromisso de tratar o etanol dos EUA com isenção tarifária quase total e passou a aplicar tarifas significativamente mais altas às exportações americanas; 

- Desmatamento ilegal: o Brasil parece falhar na aplicação eficaz de leis e regulamentos destinados a conter o desmatamento ilegal, prejudicando a competitividade de produtores americanos de madeira e produtos agrícolas. 

Na prática, a Seção 301 da Lei Comercial dos EUA, atua como um instrumento de pressão internacional para proteger e garantir os interesses dos EUA, visando apurar se algum governo estrangeiro exerce práticas abusivas contra o país. 

Tal lei permite a adoção de medidas corretivas às práticas comerciais desleais, assim como a imposição de tarifas ou sanções ao país investigado. 

Indiscutivelmente é mais uma frente de pressão na guerra entre EUA e Brasil!

Em alguns aspectos, não discordo com as críticas por parte dos EUA, pois grande parte dos itens apontados afetam direta e indiretamente a nossa economia, também. O problema em si é o fato de os EUA criar pretextos aleatórios para prejudicar o nosso país.  

Por exemplo, no âmbito do comércio ilegal, da pirataria, uma reportagem televisa de um canal de TV aberta brasileira, bastante conhecida, comparou uma rua, localizada em Nova York, com problemas similares à venda de produtos falsificados na rua 25 de março, no Centro de São Paulo. 

Com todo o respeito, seria o mesmo que dizer: “O sujinho falando do porquinho”.

Fica bem claro as verdadeiras intenções destas investigações comerciais implementadas pelos EUA. O pano de fundo é outro, de propensão de ações de vingança.

Fontes de Pesquisa 

. ALBUQUERQUE, Flávia: Ato de trabalhadores na 25 de Março repudia interferência de Trump – Agência Brasil 

. BARROS, Paulo: Pix, Lava-Jato e 25 de Março: entenda investigação dos EUA contra o Brasil – Infomoney 25 

. FREITAS, Aline: Após pedido de Trump, governo dos EUA abre investigação comercial contra o Brasil – G1/Globo 

. Governo Trump abre investigação comercial contra o Brasil - Veja 

. Governo Trump faz nova ameaça ao Brasil e diz acompanhar 'de perto' situação de Bolsonaro – G1/Globo