sexta-feira, 18 de julho de 2025

EUA anuncia e Agrava Guerra contra o Brasil – Parte II

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Fonte: Agência Brasil
Foto: Ravena Rosa


Como era esperado, a guerra contra o Brasil, iniciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no início do mês de julho, quando foi anunciado a tarifa de 50% sobre todos os produtos brasileiros de exportação, deu prosseguimento com novos condicionantes. 

Dificilmente, este cenário vai mudar, pois o Brasil se tornou o principal país da vez desta guerra e, por outro lado, enquanto, o ex-presidente Jair Bolsonaro for o alvo das investigações da justiça federal brasileira, as investidas de Trump - em defesa deste - irão acompanhar este conflito, dificultando - mais ainda - as relações dos dois países. 

No âmbito da ação penal sobre tentativa de golpe de Estado, o Supremo Tribunal Federal (STF) estabeleceu - hoje (18/07) - uma série de medidas cautelares contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, entre as quais conferiu: 

- O uso obrigatório de tornozeleira eletrônica para evitar a fuga do ex-presidente;

- Recolhimento domiciliar noturno (das 19h às 7h), inclusive nos finais de semana;

- Proibição de uso de redes sociais, diretamente ou por interpostas pessoas;

- Proibição de contato com outros investigados, incluindo seu filho Eduardo Bolsonaro;

- Proibição de contato com testemunhas do processo;

- Proibição de contato com diplomatas, embaixadores e representantes estrangeiros;

- Proibição de ingresso em sedes diplomáticas ou residências oficiais de representantes internacionais;

- Retenção do passaporte renovado;

- Proibição de deixar o país sem autorização do STF;

- Proibição de frequentar eventos públicos com potencial de mobilização política. 

Bolsonaro alegou não estar cogitando a sua fuga do país e que o uso da tornozeleira eletrônica é muito humilhante para ele. 

E para agravar mais ainda o cenário, o Brasil - como principal país da vez da guerra de Trump - teve novos condicionantes mais controversos e polêmicos, que respondem por medidas de investigações comerciais – por parte dos EUA - para confirmar se as políticas brasileiras são desleais, capazes de acarretar prejuízos ao comércio estadunidense. 

Tal medida tem por base a Section 301 da Lei Comercial dos EUA, regulamentada em 1974, que inclui consultas diplomáticas e audiência pública a serem realizadas no dia 03 de setembrodo corrente ano, a fim punir unilateralmente práticas consideradas prejudiciais ao comércio estadunidense. E que se comprovada a deslealdade, ações de retaliação serão aplicadas. 

No documento apresentado, eles detalham os aspectos a serem investigados, entre os quais perpassam:

- O incentivo do governo ao uso de Pix como forma preferencial de pagamento, afetando a competitividade de empresas privadas internacionais do setor, como as americanas, Mastercard e Visa, que são as maiores do mundo no setor de pagamentos;

- A estrutura tarifária discriminatória do Brasil entre os países, discriminando os EUA;

- A manutenção de ambiente regulatório e jurídico brasileiro frágil no que diz respeito à aplicação de leis anticorrupção e na governança institucional;

- As falhas na política de combate à pirataria e à falsificação, tendo como exemplo o comércio informal da rua 25 de março, no Centro de São Paulo, considerado o maior mercado de produtos falsificados do mundo;

- A elevação das tarifas sobre o etanol importado dos EUA, que era praticamente isento, mas passou a ser taxado em até 18%;

- As políticas ineficientes de combate ao desmatamento ilegal no Brasil. 

 Leia as justificativas apresentadas pelos EUA, na íntegra (Veja, 15/07/2025):


Imagem capturada na Internet
Fonte: Jornal 25 News

- Comércio digital e serviços de pagamento eletrônico: o Brasil pode estar minando a competitividade de empresas americanas nesses setores, por exemplo, retaliando contra elas por não censurarem discursos políticos ou restringindo sua capacidade de oferecer serviços no país; 

- Tarifas injustas e preferenciais: o Brasil concede tarifas preferenciais mais baixas para exportações de certos parceiros comerciais competitivos globalmente, prejudicando as exportações dos EUA; 

- Aplicação de medidas anticorrupção: o Brasil falha em aplicar medidas de transparência e combate à corrupção levanta preocupações quanto ao cumprimento de normas internacionais contra o suborno e a corrupção; 

- Proteção da propriedade intelectual: o Brasil aparentemente não oferece proteção e aplicação adequadas dos direitos de propriedade intelectual, prejudicando trabalhadores americanos cujos meios de vida dependem da inovação e criatividade dos EUA; 

- Etanol: o Brasil recuou em seu compromisso de tratar o etanol dos EUA com isenção tarifária quase total e passou a aplicar tarifas significativamente mais altas às exportações americanas; 

- Desmatamento ilegal: o Brasil parece falhar na aplicação eficaz de leis e regulamentos destinados a conter o desmatamento ilegal, prejudicando a competitividade de produtores americanos de madeira e produtos agrícolas. 

Na prática, a Seção 301 da Lei Comercial dos EUA, atua como um instrumento de pressão internacional para proteger e garantir os interesses dos EUA, visando apurar se algum governo estrangeiro exerce práticas abusivas contra o país. 

Tal lei permite a adoção de medidas corretivas às práticas comerciais desleais, assim como a imposição de tarifas ou sanções ao país investigado. 

Indiscutivelmente é mais uma frente de pressão na guerra entre EUA e Brasil!


Fontes de Pesquisa 

. ALBUQUERQUE, Flávia: Ato de trabalhadores na 25 de Março repudia interferência de Trump – Agência Brasil 

. BARROS, Paulo: Pix, Lava-Jato e 25 de Março: entenda investigação dos EUA contra o Brasil – Infomoney 25 

. FREITAS, Aline: Após pedido de Trump, governo dos EUA abre investigação comercial contra o Brasil – G1/Globo 

. Governo Trump abre investigação comercial contra o Brasil - Veja 

. Governo Trump faz nova ameaça ao Brasil e diz acompanhar 'de perto' situação de Bolsonaro – G1/Globo

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