Devido à Pandemia do Novo Coronavírus (Sars-CoV-2) e a
alta de casos
de Covid-19 no Brasil, o Censo Demográfico não pode realizado no ano
correspondente à sua periodicidade decenal, ou seja, a cada 10 anos
(o anterior havia sido efetuado em 2010).
Em consequência disso, o levantamento demográfico de 2020 foi adiado para
o ano
seguinte. No entanto, em 2021, por falta de recursos federais, mais uma vez, a
coleta
de informações, domiciliar, em território nacional foi suspensa.
Por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), o governo teve
que tomar providências
cabíveis a sua realização em 2022, com início das coletas de informações nas
residências só no segundo semestre (agosto de 2022).
O término desta etapa estava previsto para
outubro, mas não aconteceu, sendo adiado para meados de dezembro
e, em seguida, para
2023.
Como podemos observar, a realização do Censo Demográfico de 2020, adiado para
2022, foi totalmente atípico, tanto por causa da Pandemia quanto
por motivos
de cortes de verbas no Orçamento Federal. Além desses aspectos,
os recenseadores
enfrentaram dificuldades
mediante, sobretudo, a recusa de pessoas em responder a pesquisa.
Daí a opinião do ex-presidente do IBGE, Roberto Olinto, que considerou
esta edição
do Censo Demográfico como uma “tragédia absoluta”
(Poder 360).
Apesar dos primeiros números terem sido divulgados, em junho deste ano,
o Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) publicou, na semana
passada (27/10), a atualização dos dados acerca do sexo e idade
do Censo
Demográfico 2022.
Por isso, os dados do Censo Demográfico de 2022 estão sendo divulgados
em partes ou etapas. Na 1ª etapa foi apresentado o número total da
população brasileira (População Absoluta), por municípios e Estados, assim como
o total de
domicílios.
Na 2ª etapa, publicada recentemente (27/10), foram
divulgados dados
quanto à idade e sexo, assim como a atualização
do tamanho
da população (População Absoluta).
Outros elementos, como cor e religião deverão ser apresentados posteriormente.
De acordo com a última atualização, a população brasileira passou de
203.062.512 habitantes para 203.080.756 habitantes, apresentando uma densidade
demográfica de 23,85 hab./km2.
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Imagem capturada na Internet Fonte: Poder360 |
Esses novos dados, quanto ao tamanho da população (População Absoluta),
foram realizados com base nas alterações na população de 566 municípios brasileiros, segundo o Portal G1/Globo.
E, tal como já havia sido dito, a população brasileira está mais velha
e mais
feminina.
Embora, estejamos longe do perfil da população europeia, que
sofre com o processo de envelhecimento demográfico, bem como a do Japão,
considerada a mais velha do mundo, o Brasil perpassa por um processo de envelhecimento, se
mostrando mais
adulta e não podendo ser mais classificada como uma população jovem,
tal como fora no passado.
De forma significativa houveram muitos avanços em prol da chamada “Terceira
Idade” (idosos) na área da Saúde, com a Geriatria e, de forma mais
ampla, na da Gerontologia
(campo científico e profissional dedicado às questões multidimensionais do
envelhecimento e da velhice em suas diversas áreas: Psicologia, Serviço Social,
Fisioterapia, Nutrição, Terapia Ocupacional, Direito etc.). Isso reflete, diretamente,
no aumento da
expectativa de vida.
Outro fator importantíssimo que, também, justifica esse
processo de envelhecimento da população é a redução da Taxa de Fecundidade,
que corresponde a média de filhos que a mulher tem na idade de reprodução (15
aos 49 anos), havendo – ao mesmo tempo - a diminuição da taxa de natalidade.
E mais, a mulher brasileira – cada vez mais – vem conquistando
o seu espaço
no mercado de trabalho e, muitas das vezes, assume o papel único de “chefe de
família”. E, sob este contexto, ela abdica de ter muitos filhos ou
de oferecer – aos poucos que têm – uma melhor qualidade de vida.
Acerca do processo de envelhecimento, por qual o nosso país
está vivenciando, Izabel Marri (IBGE) comenta,
“Todas
as regiões do Brasil já iniciaram
a
transição demográfica com a redução da fecundidade.
Mas
cada uma tem seu tempo nesse processo.
O
Norte é a região que começou mais tarde
e
ainda apresenta uma transição
com população mais jovem.
Sul
e Sudeste são as populações mais envelhecidas
do Brasil”
De acordo com o que foi publicado, em 2022, o índice de envelhecimento da população
do Brasil alcançou
55,2, o que significa que há 55,2 idosos para cada 100 crianças de 0 a 14 anos,
enquanto que, em 2010, o índice foi de 30,7.
Atualmente, o segmento da população classificada como centenárias (mais
de 100 anos) gira em torno de 0,02% do total dos brasileiros (37.676 pessoas).
Em 2010,
estes representavam 0,01% do total da população (22.676 pessoas).
O Censo ainda revelou que a maior parte dos idosos, com 100 anos ou
mais, são mulheres, correspondendo a 27.244 centenárias
(mais do que o dobro de homens com a mesma idade, cujo total é de 10.570).
Isso se deve em razão da expectativa de vida da mulher ser mais
elevada do que a do homem. Enquanto, segundo o IBGE, a mulher vive em média 80,5 anos, a
expectativa
de vida dos homens é de 73,6 anos.
Em geral, a expectativa de vida da população brasileira é de 77 anos.
Esse quadro exigi, cada vez mais, a implementação de políticas públicas de
desenvolvimento sustentável, voltadas para a Terceira Idade. Direcionando
grande parte das verbas federais, estaduais e municipais no atendimento a este
segmento da população.
No Censo de 2010, o total de habitantes - na faixa de 65
anos ou mais de idade - era na ordem de 14.081.477 pessoas (7,4% da
população), já, esta última Edição (2022) revelou um aumento de
cerca 57,4% de pessoas nesta mesma faixa etária, totalizando 22.169.101
habitantes (10,9% da população).
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Imagem capturada na Internet Fonte: Poder360 |
Por outro lado, o total de crianças (0 a 14 anos de idade) apresentou
uma queda de
12,6%. Diminuindo de 45.932.294 (24,1%) crianças para 40.129.261
(19,8%), neste último Censo (2022).
Outro aspecto a ser destacado, no atual perfil da nossa população,
é que o nosso
país está mais feminino. O Brasil possui - em termos comparativos - cerca de 6
milhões de mulheres a mais do que os homens.
Melhor sintetizando...
Do total da população brasileira (203.080.756 habitantes), 104.548.325 habitantes
são mulheres
(51,5%), enquanto 98.532.431 habitantes são homens (48,5%).
Daí o nosso país estar passando por mudanças significativas no perfil de sua população...
Ele está mais
envelhecido e feminino.
Fontes de Consulta
. ALBERNAZ, Isadora e PILLE, Letícia: Brasil tem 37.814
pessoas com 100 anos ou mais, e mulheres lideram (2023) – Poder 360
. BOECKEL, Cristina: IBGE ajusta dados do Censo e chega a um
novo total de habitantes do Brasil (2023) – G1/Globo
. Material impresso particular