Imagem capturada na Internet Fonte: You Tube |
Dando continuidade às Atividades pertinentes à música “Meu Guri”, cada aluno teve que desenhar, em uma folha padrão (trazida, por mim, para futura exposição na escola), o seu “GURI”, tal como eles o imaginavam.
Ressaltei ainda aos alunos, de ambas as turmas do Círculo de Leitura, que eu não estava exigindo um desenho perfeito, bastava atender os objetivos da minha proposta, isto é, desenhar o Guri. E, como este foi feito nos tempos de minha aula (ninguém o levou ou fez em casa), a nota seria em cima da compreensão e da reprodução deles.
É claro que, no universo dos alunos, há sempre aquele que se destaca e é reconhecido por sua aptidão para o desenho. E, sob este contexto, posso afirmar, muitos me surpreenderam.
Além do desenho, os alunos pintaram e descreveram dados do Guri de
cada um, tais como o seu nome, o apelido (opcional), a idade, a altura, a cor, o estilo de roupa e seus acessórios.
Fotos da Turma 1705
(Fotos tiradas pela aluna Yasmin Vitória)
Dias depois, eu montei a Exposição na escola com os desenhos fixados na parede. Além dos desenhos, separados por turma (1702 e 1705), foram expostos a letra da música, alguns dados trabalhados em sala de aula, como as categorias de cor (consideradas pelo IBGE) e as faixas etárias, assim como gráficos representativos da análise cada turma quanto à cor do Guri, como desfecho da mesma.
Como mencionei na postagem do último dia 25/10, a letra desta música é bastante rica e abre um leque muito grande de discussões acerca de racismo, desigualdade social, desestrutura familiar, a realidade dura de muitas pessoas desassistidas pelo poder público, o estigma do negro na segregação sócioespacial, entre outros aspectos.
Ainda, no âmbito da avaliação dos alunos (desenho, Atividade Dirigida de Interpretação da Letra da Música), eles fizeram uma análise nos desenhos e nos gráficos a fim de considerar a turma que mais se mostrou preconceituosa em relação ao Guri, tendo em vista que a referida música, em nenhum momento, menciona a sua cor.
Podemos verificar, nesta análise, o quanto o estigma
preponderante que marca o imaginário de muitos é que todo jovem de comunidade carente
(“favelado”), envolvido
com a criminalidade (roubo, tráfico de drogas etc.) é negro,
ou seja, é de cor
preta ou parda.
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