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Fonte: Syntagma
Amanhã, dia 23 de junho, os
europeus e, mais especificamente, os britânicos estarão delineando o futuro
socioeconômico e político do Reino Unido a partir da votação popular em um plebiscito
que vai ocorrer sobre a sua permanência ou não na União Europeia.
Na atualidade, o que mais se ouve
e se lê nas mídias é o termo “Brexit”, isto é, a referência a
esta questão da possível saída do Reino Unido da União Europeia. O termo
amplamente divulgado é a abreviação das palavras, em inglês, Britain (Grã-Bretanha) e exit (saída).
Quem propôs a realização do
plebiscito foi o Primeiro-Ministro do Reino Unido (e líder do
Partido Conservador), David Cameron, cuja opinião pessoal é favorável à sua permanência
no bloco econômico. A realização do referido plebiscito foi uma
promessa dele durante a sua Campanha às eleições parlamentares em 2015.
Primeiro-Ministro do Reino Unido - David Cameron
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Fonte: Wikipedia
No entanto, as pressões internas
em defesa da sua saída do bloco aumentaram com o crescimento eleitoral do
partido nacionalista Ukip (UK Independence Party ou, em português, Partido de
Independência do Reino Unido).
A União Europeia é composta –
atualmente - por 28 países-membros e, desde a sua criação, o bloco só tem se ampliado
devido às novas adesões. O último país a integrar o mesmo foi a Croácia, em
julho de 2013, havendo ainda fortes candidatos a ingressar, como a Islândia,
Montenegro, Macedônia e Turquia. Além destes, também, são candidatos, a Sérvia,
a Bósnia-Herzegovina, a Albânia e o Kosovo. Este último, no entanto, apresenta certas
restrições porque sua independência não é considerada por todos os
países-membros da UE.
Desde que a crise econômica –
iniciada em 2008 nos EUA - arrastou os países-membros da chamada Zona do Euro (países que adotaram a
moeda única do bloco, o Euro), a Grécia ameaçou sair do União Europeia, em 2012.
Ela foi o primeiro país-membro a
sofrer com a crise e de forma mais agressiva, pois atuou de forma mais
indisciplinada nos gastos públicos e se endividou excessivamente. Além da
Grécia, outros países-membros também se encontram em situação similar, tais
como Portugal, Irlanda, Itália e Espanha.
Diferentemente, de razões de
déficit orçamentário ou da própria crise que abateu no mundo todo e, em
especial, na União Europeia, a decisão a ser tomada amanhã – no plebiscito - por
meio de voto popular coloca em questão a situação peculiar do Reino Unido no
que diz respeito, entre outros motivos:
- Nas últimas décadas, a União Europeia
cresceu muito, exercendo cada vez mais controle efetivo sobre a vida cotidiana
dos britânicos (argumento da ala dos conservadores);
- A defesa da soberania nacional;
- O orgulho pela identidade
britânica;
- Desconfiança com a burocracia
de Bruxelas, em termos econômicos, tendo em vista que – segundo especialistas –
a economia britânica é, atualmente, muito mais criativa e dinâmica sendo
prejudicada pelo bloco;
- O controle de suas fronteiras em
face do “Espaço Schengen” firmado
entre os países-membros da União Europeia (condição de não haver fronteira
política entre os países do bloco, permitindo a livre circulação de pessoas);
- Questões de segurança interna e
defesa (a UE restringe o poder de controle do governo sobre quem entra no país,
isto é, os imigrantes e os riscos de atentados terroristas).
A decisão está nas mãos dos
britânicos e o que está em jogo é o futuro do Reino Unido, de sua integridade,
de sua economia, de sua política, de sua população e dos serviços.
De acordo com muitos
especialistas, afirmar as consequências da aprovação de sua saída do bloco é
algo muito difícil de prever, suposições existem, mas nada pode ser assegurado.
Vamos esperar para ver...
"Se os ingleses, apesar de todo o estatuto especial que conseguiram,
se vêem como meros vassalos europeus,
o que dirão então os portugueses?
Seja qual for o resultado do referendo,
é bom que o mesmo sirva para se perceber
que a União Europeia tem que levar uma grande volta.
Como está, não pode continuar".
Luís Menezes Leitão (Syntagma)
. BBC Brasil
. Jornal O Globo impresso (várias edições)
. Portal G1
. Revista Exame
. Syntagma
. Último Segundo
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