domingo, 26 de junho de 2016

O Voto Popular consagrou a Ruptura Histórica do Reino Unido com a União Europeia


 Imagem capturada na Internet

Os primeiros resultados da apuração dos votos do plebiscito realizado, anteontem, acerca da situação do Reino Unido junto à União Europeia, ou seja, de sua saída ou permanência ao bloco econômico davam a vitória, com uma margem muito pequena de diferença, a sua permanência.

Embora, fosse muito cedo e insensato pensar que os primeiros resultados assinalavam forte vantagem à manutenção do Reino Unido, eu cheguei a cogitar essa possibilidade e até comentei com os alunos do 9˚ Ano, mas lembrei-os que ainda não tinha visto o resultado final da apuração.   

No entanto, ao tomar conhecimento do resultado oficial do plebiscito, a notícia me surpreendeu, pois mesmo com todas as Campanhas pró e anti-União Europeia que agitaram o Reino Unido nestes últimos dias, eu ainda acreditava no poder de persuasão do Primeiro-Ministro - David Cameron – o mesmo que teve a ideia da realização do referido plebiscito e que era favorável a permanência do Reino Unido na UE.

Pois bem, a vitória foi dos eleitores que puxavam a Campanha do “Brexit” (Britain/Grã-Bretanha + Exit/Saída), ou seja, anti-União Europeia.   

De acordo com as mídias, a maioria dos eleitores de Londres, da Escócia e da Irlanda do Norte votaram pela permanência do país no bloco, mas o restante do Reino Unido decidiu por sua saída da União Europeia, o qual superou em número nas urnas, definindo o resultado.

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Fonte: Wikipedia

Um fato a ser destacado, também, no que refere ao perfil dos eleitores é que, majoritariamente, foram os jovens e adultos (com menos de 50 anos). A maioria dos mais velhos, no entanto, escolheram a ruptura com o bloco econômico.

Não resta dúvida que foi uma vitória apertada, pois 51,89% dos eleitores votaram a favor da saída do Reino Unido, enquanto 48,11% desejavam a sua permanência. Com isso, além do bloco econômico passar a ter 27 países-membros (eram 28, até então), o Primeiro-Ministro, David Cameron, já anunciou a sua renúncia para o mês de outubro do ano em curso, período este, que ele vai se encarregar de assegurar a estabilidade do processo transitório para o novo Primeiro-Ministro frente à saída do Reino Unido da UE.

Não se pode afirmar, neste momento, quais serão as consequências da saída do Reino Unido da UE, nem para ele, nem para o bloco europeu e nem para os demais países que mantêm acordos comerciais e políticos, assim como os imigrantes que vivem lá.

Há muitas especulações que aumentam o clima de instabilidade política e econômica no continente. Logo, após a divulgação do resultado oficial, o mercado financeiro sofreu um forte impacto promovendo a queda da libra esterlina.

O temor também ascendeu entre algumas autoridades quanto aos riscos de alguns países-membros da União Europeia, insatisfeitos, decidirem por adotar a mesma trajetória seguida com a consulta popular sobre as opções de ficar ou sair do bloco econômico.

Ao mesmo tempo, outros acreditam que – a fim de que esta possibilidade seja seguida - os países-membros sofrerão forte pressão para “punir” o Reino Unido.

Só que eles não devem esquecer que a economia do Reino Unido se configura, no momento, como forte e muitos países-membros do bloco europeu exportam para o Reino Unido, ou seja, não só ele depende dos países, como estes do próprio Reino Unido.

Os efeitos da saída do Reino Unido serão sentidos em vários territórios, inclusive, segundo a consultoria britânica Global Counsel, sujeitaria ao próprio bloco econômico a um patamar de um parceiro comercial menos atrativo, em escala mundial, capaz de perder o seu poder globalmente.

Por outro lado, em razão de uma petição apresentada ao Parlamento antes do plebiscito do dia 23 de junho, acerca da repetição do mesmo já está sendo articulada pela população que votou a favor de sua permanência, contrariando o resultado oficial da consulta popular.

A referida petição menciona a necessidade de criação de uma legislação específica que defina uma nova consulta popular quando a decisão majoritária da apuração dos votos não representar mais de 60% do total dos eleitores e, também, se o comparecimento às urnas for inferior a 75% do eleitorado.  

Como foi anunciado, apenas 51,89% votaram a favor de sua saída (ou seja, menos de 60%) e o comparecimento às urnas foi em torno 71,8% (menos que 75%). Por isso, a iniciativa popular sobre a convocação de um novo plebiscito ganhou destaque em muitas manchetes de jornais, sobretudo, por ter recolhido mais de 2 milhões de assinaturas, quando 100 mil já tornava viável a discussão e tomada de decisão no Parlamento britânico.

O clima de incertezas é fato notório, ninguém tem dúvida quanto a isso! O que vai acontecer daqui pra frente, ninguém sabe ao certo. Todavia, só podemos ter certeza que essa ruptura histórica do Reino Unido com o bloco europeu vai engendrar mudanças significativas em todos os níveis de abrangência política, econômica e social em seu território, assim como na entidade supranacional que o perdeu.

Fontes de Consulta

. Diário de Notícias

. El País

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