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Fonte: Gazeta de Alagoas
Os primeiros resultados da
apuração dos votos do plebiscito realizado, anteontem, acerca da situação do
Reino Unido junto à União Europeia, ou seja, de sua saída ou permanência ao
bloco econômico davam a vitória, com uma margem muito pequena de diferença, a
sua permanência.
Embora, fosse muito cedo e insensato
pensar que os primeiros resultados assinalavam forte vantagem à manutenção do
Reino Unido, eu cheguei a cogitar essa possibilidade e até comentei com os
alunos do 9˚ Ano, mas lembrei-os que ainda não tinha visto o resultado final da
apuração.
No entanto, ao tomar conhecimento
do resultado oficial do plebiscito, a notícia me surpreendeu, pois mesmo com
todas as Campanhas pró e anti-União Europeia que agitaram o Reino Unido nestes
últimos dias, eu ainda acreditava no poder de persuasão do Primeiro-Ministro - David
Cameron – o mesmo que teve a ideia da realização do referido plebiscito e que
era favorável a permanência do Reino Unido na UE.
Pois bem, a vitória foi dos
eleitores que puxavam a Campanha do “Brexit”
(Britain/Grã-Bretanha + Exit/Saída), ou seja, anti-União Europeia.
De acordo com as mídias, a
maioria dos eleitores de Londres, da Escócia e da Irlanda do Norte votaram pela
permanência do país no bloco, mas o restante do Reino Unido decidiu por sua
saída da União Europeia, o qual superou em número nas urnas, definindo o
resultado.
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Fonte: Wikipedia
Um fato a ser destacado, também,
no que refere ao perfil dos eleitores é que, majoritariamente, foram os jovens
e adultos (com menos de 50 anos). A maioria dos mais velhos, no entanto,
escolheram a ruptura com o bloco econômico.
Não resta dúvida que foi uma
vitória apertada, pois 51,89% dos eleitores votaram a favor da saída do Reino
Unido, enquanto 48,11% desejavam a sua permanência. Com isso, além do bloco
econômico passar a ter 27 países-membros (eram 28, até então), o Primeiro-Ministro,
David Cameron, já anunciou a sua renúncia para o mês de outubro do ano em curso,
período este, que ele vai se encarregar de assegurar a estabilidade do processo
transitório para o novo Primeiro-Ministro frente à saída do Reino Unido da UE.
Não se pode afirmar, neste
momento, quais serão as consequências da saída do Reino Unido da UE, nem para
ele, nem para o bloco europeu e nem para os demais países que mantêm acordos
comerciais e políticos, assim como os imigrantes que vivem lá.
Há muitas especulações que
aumentam o clima de instabilidade política e econômica no continente. Logo,
após a divulgação do resultado oficial, o mercado financeiro sofreu um forte
impacto promovendo a queda da libra esterlina.
O temor também ascendeu entre
algumas autoridades quanto aos riscos de alguns países-membros da União
Europeia, insatisfeitos, decidirem por adotar a mesma trajetória seguida com a
consulta popular sobre as opções de ficar ou sair do bloco econômico.
Ao mesmo tempo, outros acreditam
que – a fim de que esta possibilidade seja seguida - os países-membros sofrerão
forte pressão para “punir” o Reino Unido.
Só que eles não devem esquecer
que a economia do Reino Unido se configura, no momento, como forte e muitos
países-membros do bloco europeu exportam para o Reino Unido, ou seja, não só
ele depende dos países, como estes do próprio Reino Unido.
Os efeitos da saída do Reino
Unido serão sentidos em vários territórios, inclusive, segundo a consultoria
britânica Global Counsel, sujeitaria ao próprio bloco econômico a um patamar de
um parceiro comercial menos atrativo, em escala mundial, capaz de perder o seu poder
globalmente.
Por outro lado, em razão de uma
petição apresentada ao Parlamento antes do plebiscito do dia 23 de junho,
acerca da repetição do mesmo já está sendo articulada pela população que votou
a favor de sua permanência, contrariando o resultado oficial da consulta
popular.
A referida petição menciona a
necessidade de criação de uma legislação específica que defina uma nova
consulta popular quando a decisão majoritária da apuração dos votos não representar
mais de 60% do total dos eleitores e, também, se o comparecimento às urnas for
inferior a 75% do eleitorado.
Como foi anunciado, apenas 51,89%
votaram a favor de sua saída (ou seja, menos de 60%) e o comparecimento às
urnas foi em torno 71,8% (menos que 75%). Por isso, a iniciativa popular sobre
a convocação de um novo plebiscito ganhou destaque em muitas manchetes de
jornais, sobretudo, por ter recolhido mais de 2 milhões de assinaturas, quando 100
mil já tornava viável a discussão e tomada de decisão no Parlamento britânico.
O clima de incertezas é fato notório, ninguém tem dúvida quanto a isso! O que vai acontecer daqui pra frente, ninguém sabe ao certo. Todavia, só podemos ter certeza que
essa ruptura histórica do Reino Unido com o bloco europeu vai engendrar mudanças
significativas em todos os níveis de abrangência política, econômica e social
em seu território, assim como na entidade supranacional que o perdeu.
Fontes de Consulta
. Diário de Notícias
. El País
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