Um dos cartazes fixado na parede com a crônica e o meu protesto
Existe um termo muito apregoado
nas relações existentes entre as pessoas e a Unidade Escolar da qual elas façam
parte, sejam estes alunos, professores, responsáveis e demais funcionários
(administrativo e de apoio), que é o “pertencimento”.
E é através da materialização de
certos comportamentos e atitudes que percebemos que este sentimento de “pertence
à escola e dela fazer parte” não existe, expressando assim que a Unidade
Escolar não tem valor enquanto espaço de formação educacional e de socialização.
É um mero espaço físico, sem valor e sem nenhuma relação de troca.
E foi a partir da falta deste
sentimento de “pertencimento” que
alguns alunos do Turno da Tarde deixaram suas expressões, neste sentido, nos
trabalhos do 1˚ Bimestre dos meus alunos do 6˚ Ano, justamente, nas Entrevistas
com mulheres da própria Comunidade Escolar.
Quase todas as fotos expostas,
com estas mulheres junto com os alunos, foram pichadas ou riscadas. Estragaram as
fotos e, por isso, fui obrigada a retirar todos os trabalhos.
As Entrevistas com outras
mulheres realizadas pelas turmas do 8˚ e 9˚ ano, embora já estivem há mais
tempo, não sofreram os mesmos danos. Foi intencional e específico à Comunidade
Escolar, ou seja, pessoas conhecidas, do nosso cotidiano.
A fim de evitar que os atos de
vandalismo dessem sequência, optei em pedir que um aluno de cada Grupo retirasse
o trabalho e, pelo menos, salvasse a fotografia.
Infelizmente, a gente sabe que o projeto
de reestruturação da rede pública municipal de ensino, iniciado na nossa escola,
em 2014, afetou de forma significativa a sua estabilidade interna, sobretudo,
porque estes ou grande parte destes não apresentam nenhuma relação intrínseca
com a mesma, ou seja, não apresentam um sentimento de pertencimento à E. M. Dilermando
Cruz.
Os alunos do 6˚ ano ficaram
chateados e logo me mostraram. E por eles, pelo trabalho deles, pelas mulheres
da nossa Comunidade Escolar e pela indignação quanto à falta de respeito a
todos os envolvidos neste trabalho, inclusive, eu, fiz e fixei na mesma parede o
meu protesto, na última 5ª feira (02/06). Na verdade, foram dois, um em cada ponto
dos trabalhos.
Preguei a crônica de Martha
Medeiros intitulada “Existe uma coisa
difícil de ser ensinada” e o meu protesto ao lado.
Muitos professores e alunos
vieram solidarizar-se a minha atitude e, ao mesmo tempo, repudiaram os atos irresponsáveis e de
total falta de educação dos alunos que danificaram os trabalhos. Lamentavelmente, pois nunca passamos por isso.
Trabalho na E.M. Dilermando Cruz desde 2001 e sempre fiz este tipo de trabalho, com fotografias e foi a primeira vez que os trabalhos dos alunos foram danificados desta forma.
A crônica “Existe uma coisa difícil de ser ensinada” compartilharei em outra postagem.
Meu Protesto (colado em um cartaz de fundo preto)
Realmente, como o próprio texto
diz “Existe uma coisa difícil de ser ensinada”, que é a elegância do
comportamento, do respeito e, ao mesmo tempo, do exercício da cidadania em
termos de igualdade de direitos e deveres.
E a ESCOLA, enquanto espaço de
referência de produção de conhecimento e de transformação social, prima também
pelo resgate e a valorização de valores humanos, éticos, morais...
Como queremos ter uma escola de
qualidade se nós mesmos não respeitamos o ambiente escolar e a sua gente?
Como queremos ter uma escola de
qualidade se nós mesmos não desenvolvemos uma relação de pertencimento a ela,
achando natural cometer atos de vandalismo no seu interior?
Como queremos ter uma escola de
qualidade se nós mesmos não respeitamos os trabalhos escolares realizados por
outros alunos, os quais se empenharam e gastaram o seu tempo e dinheiro para
concluí-los?
Como queremos ter uma escola de
qualidade se nós mesmos não valorizamos o trabalho docente, a produção do
discente e o tema contextualizado sobre a Mulher e as mulheres da nossa própria
Comunidade Escolar?
Esses atos expressaram,
efetivamente, a falta de elegância de comportamento, pois os seus autores
mostraram que NÃO RESPEITAM:
- a ESCOLA;
- os próprios COLEGAS (alunos que
fizeram os trabalhos);
- o trabalho da PROFESSORA MARLI
VIEIRA;
- as MULHERES da Comunidade
Escolar que foram entrevistadas e, também,
- a SI MESMO, enquanto aluno de
uma escola que busca oferecer QUALIDADE DE ENSINO, mesmo sabendo que um pequeno
grupo não acredita na EDUCAÇÃO no sentido do seu aprimoramento e de
transformação social.
Fiquei muito triste, pois os
alunos e nem as pessoas entrevistadas mereciam este tipo de tratamento. É uma
pena que certos valores, ainda, não foram compreendidos e assimilados - como
deveriam ser - por este pequeno grupo de alunos.
Isso realmente é uma vergonha, ver que os próprios alunos fazem algo desse tipo, imagino se fosse o trabalho deles que tivesse sido rasgado e pichado, se fosse todo o esforço deles jogados no lixo. Sinceramente acho que isso não se faz,ninguem merece tamanho desrespeito, espero que um dia essas pessoas compreendam a tamanha falta de caratér elas tem .
ResponderExcluirNome : Danielle Alves
Turma : 1801