Furacão Matthew no Mar do Caribe
Imagem de satélite registrada pela Nasa
Imagem capturada na Internet
Aproveitando os últimos
fatos ocorridos no continente americano, sob contexto da dinâmica ambiental ou,
como alguns preferem dizer a “Fúria ou Ira da Natureza”, eu chamei a atenção dos alunos sobre a
situação e localização geográfica do Haiti e demais países da América Central
Insular.
Enfatizei mais o Haiti em razão das correlações de dois
eventos ocorridos em seu território à dinâmica ambiental da região, onde o país
se encontra localizado e que agravaram diretamente as suas
condições socioeconômicas, precárias, as quais o colocam como o mantém como o país mais pobre de todo o continente
americano.
Se já não bastasse a pobreza por qual
perpassa a grande maioria de sua população, vivendo com cerca de US$ 2
por dia, a sua localização geográfica o torna,
constantemente, sujeito às instabilidades da dinâmica natural da
região, tanto no que se refere a ação dos agentes endógenos (ligados
ao tectonismo) quanto dos agentes exógenos (ligados
ao clima), os quais contribuem de forma bastante
negativa para aumentar o caos econômico e social da sua população.
Segundo um Relatório da
Organização das Nações Unidas (ONU), divulgado no dia 13 passado
(quinta-feira passada), o Haiti é o país
com o maior número de vítimas fatais por catástrofes naturais.
O relatório ainda destaca que os países que apresentam elevados números de mortes por
desastres naturais são, em geral, subdesenvolvidos e/ou em
desenvolvimento, levando à conclusão que as estatísticas relacionadas a
esses números de mortos estão diretamente associadas ao nível de desenvolvimento do país e de renda da população.
Isso é inquestionável,
pois a quase totalidade ou todos os países subdesenvolvidos (e até, muitos em desenvolvimento) não possuem equipamentos de monitoramento permanente acerca
do acompanhamento e observações (prevenção) a esses eventos, sobretudo, os de
caráter tectônico, muitas vezes não apresentam infraestrutura adequada e com material de qualidade em termos de construções
(habitações, escolas, hospitais etc.) e nem
logística eficiente para abrigar e proteger as vítimas desses eventos
naturais. Daí o número elevado de vítimas fatais, seja em fenômenos ligados à
dinâmica interna e/ou externa da Terra.
Não é à toa que os especialistas sempre ratificaram que quem mais sofrerá os efeitos do Aquecimento Global são as populações pobres.
O referido relatório ainda assinala que, em geral, os terremotos
e tsunamis (ondas gigantes formada após um abalo sísmico no fundo do
mar/maremoto) são os que causam mais vítimas fatais, seguidos pelos fenômenos relacionados
ao clima.
Em janeiro de 2010, o país sofreu um forte terremoto, de
magnitude 7,0 graus na escala Richter, com epicentro a 16 Km ao sudoeste de sua
capital, Porto Príncipe, o que foi mais agravante, pois atingiu uma área bastante
populosa e pobre. Este sismo foi considerado o mais mortal dos últimos 20 anos, que resultou na morte de mais de 220 mil pessoas no Haiti.
O Haiti se encontra localizado na porção oeste da ilha Hispaniola, do outro lado, em sua porção leste,
se localiza a República Dominicana. A referida ilha está situada em um ponto de convergência (encontro) entre as placas tectônicas (placas do Caribe e a Norte-Americana),
cujo movimento se faz por deslizamento
lateral (a placa Norte-Americana se movimenta em direção leste-oeste,
enquanto a placa do Caribe se movimenta em direção oposta). O ritmo médio do
deslizamento lateral entre as placas tem sido na ordem de 8 milímetros por ano.
Ilha Hispaniola (Haiti e Rep. Dominicana)
Imagem capturada na Internet
Fonte: Geografia e Tal
Detalhe
da Placa do Caribe, sobre a qual se encontra o Haiti
Imagem
reproduzida no Adobe Photoshop
Além deste movimento entre as placas, há um sistema de falhas no país, composto pela falha Setentrional, ao norte, e pela falha Enriquillo-Plaintain Cargen, ao sul do Haiti. Esta última se
estende da República Dominicana à Jamaica e foi a responsável direta pelo
terremoto no Haiti, ocorrido no dia 12 de janeiro de 2010.
De acordo, com as notícias vinculadas, na época, logo depois
do grande tremor de terra, dois fortes abalos ocorreram, cujas magnitudes foram
de 5,9 e 5,5 graus na escala Richter, respectivamente. Depois, mais de 30
abalos ocorreram no período das 10 horas subsequentes.
Além das perdas humanas, mais de 220 mil pessoas, as perdas
materiais (construções) e econômicas foram bastante significativas. A epidemia de
cólera, após o terremoto, foi outro problema no país, pois provocou a morte de
mais de 9.000 pessoas.
Após esse episódio tectônico, em 2010, o Haiti também
presenciou a redução de sua população, visto que uma grande onda de emigração foi
desencadeada após o terremoto. Além dos vários haitianos deslocados, internamente, isto é, aqueles que migraram para
outras cidades do próprio país (deslocados internos) houve um elevado número de
emigrantes, que buscaram melhores condições de vida em outros países,
inclusive, no Brasil.
Estima-se que mais 45 mil haitianos vieram para o nosso país
desde 2010, após o forte terremoto no Haiti. No entanto, muitos estão deixando
o Brasil diante das dificuldades encontradas em razão da crise econômica por qual passa o país.
Apesar de já ter passado seis anos, o país ainda sofre
sequelas deste forte terremoto, pois a reconstrução efetiva das áreas arruinadas direta
e/ou indiretamente pelo episódio tectônico não foi concluída.
E, se não bastasse isso e o temor de outros abalos sísmicos, dos
quais o Haiti está sujeito por sua localização geográfica entre placas
tectônicas – assim como outros países da América Central (Continental e
Insular), o país tem mais um agravante de conotação natural proveniente da
dinâmica externa, ou seja, ligada às intempéries climáticas (agentes exógenos),
pois ele está situado também na rota dos ciclones tropicais e dos furacões.
Com isso, mais uma vez, o Haiti ficou sucumbido às forças da
natureza e sofreu uma nova catástrofe em consequência de um fenômeno exógeno, isto é, a passagem de um furacão.
No dia 04 de outubro, o furacão Matthew, de categoria 4 (em uma
escala que vai até 5), com ventos de cerca de 230 km/h chegou ao país, trazendo - mais uma vez - um rastro de destruição, dor e sofrimento.
Árvores, postes, marquises e pontes foram derrubados, assim como foram destruídas inúmeras construções (casas, hospitais, escolas etc.) e plantações. E, para piorar a situação, o número de mortos foi bem elevado, calcula-se que cerca de mil pessoas morreram e 175 mil ficaram desabrigados.
Árvores, postes, marquises e pontes foram derrubados, assim como foram destruídas inúmeras construções (casas, hospitais, escolas etc.) e plantações. E, para piorar a situação, o número de mortos foi bem elevado, calcula-se que cerca de mil pessoas morreram e 175 mil ficaram desabrigados.
De acordo com as informações publicadas nas mídias, estes
números podem aumentar, pois nem todas as áreas afetadas diretamente pelo
furacão Matthew foram contabilizadas.
São mais de 2 milhões de habitantes afetados pelo furacão Matthew e necessitando
de ajuda humanitária. Em muitas localidades, além da destruição das lavouras e da perda de gado,
os estoques de água também foram danificados, o que aumenta consideravelmente
os riscos de novas epidemias de cólera, malária e da incidência de desnutrição.
“O Haiti está
enfrentando seu maior desastre humanitário
desde o terremoto de 2010”
(Mourad
Wahba, coordenador humanitário da ONU).
Danos causados pela passagem do Furacão Matthew
Imagem capturada na Internet
Fonte: Nações Unidas no Brasil
Foto: MINUSTAH / Logan Abassi
Cidade de Jeremie, no Haiti
Imagem capturada na Internet
Fonte: Revista Veja - Foto: Nicolas Garcia/AFP
Menina carrega galão de água após a passagem do furacão
Matthew.
Surto de cólera é mais uma ameaça à vida da população haitiana.
Imagem capturada na Internet
Fonte: Revista Veja
Resumindo a formação do Furacão
Imagem capturada na Internet
Fonte: Notícias Terra
Fontes de Consulta
. Agência Brasil
. El País
. Jornal O Globo impresso (várias edições)
. Nações Unidas no Brasil
. Portal G1
. Revista Veja
Nenhum comentário:
Postar um comentário