Imagem capturada na Internet
Fonte: Pixabay
Um homem, o seu cavalo e o seu cão iam por um
caminho.
Quando passavam perto de uma árvore enorme, caiu
um raio e os três morreram fulminados.
Mas o homem não se deu conta de que já tinha
abandonado este mundo, e prosseguiu o seu caminho com os seus dois animais (às
vezes os mortos andam um certo tempo antes de tomarem consciência da sua nova
condição…)
O caminho era muito comprido e, colina acima, o
Sol estava muito intenso; eles estavam suados e sedentos.
Numa curva do caminho viram um magnífico portal de
mármore, que conduzia a uma praça pavimentada com portais de ouro.
O caminhante dirigiu-se ao homem que guardava a
entrada e travou com ele, o seguinte diálogo:
- Bons dias.
- Bons dias – Respondeu o guardião.
- Como se chama este lugar tão bonito?
- Aqui é o céu.
- Que bom termos chegado ao Céu, porque estamos
sedentos!
- Você pode entrar e beber quanta água queira. E o
guardião apontou a fonte.
- Mas o meu cavalo e o meu cão também têm sede...
- Sinto muito – disse o guardião – mas aqui não é
permitida a entrada de animais.
O homem levantou-se com grande desgosto, visto que
tinha muitíssima sede, mas não pensava em beber sozinho.
Agradeceu ao guardião e seguiu adiante.
Depois de caminhar um bom pedaço de tempo encosta
acima, já exaustos os três, chegaram a um outro sítio, cuja entrada estava
assinalada por uma porta velha que dava para um caminho de terra ladeado por
árvores...
À sombra de uma das árvores estava deitado um
homem, com a cabeça tapada por um chapéu. Dormia, provavelmente.
- Bons dias – disse o caminhante.
O homem respondeu com um aceno.
- Temos muita sede, o meu cavalo, o meu cão e eu.
- Há uma fonte no meio daquelas rochas – disse o
homem apontando o lugar.
- Podeis beber toda a água que quiserdes.
O homem, o cavalo e o cão foram até à fonte e
mataram a sua sede.
O caminhante voltou atrás, para agradecer ao
homem.
- Podeis voltar sempre que quiserdes – respondeu
este.
- A propósito, como se chama este lugar? –
Perguntou o caminhante.
- CÉU.
- O Céu? Mas, o guardião do portão de mármore
disse-me que ali é que era o Céu!
- Ali não é o Céu, é o inferno – contradisse o
guardião.
O caminhante ficou perplexo.
- Deverias proibir que utilizem o vosso nome! Essa
informação falsa deve provocar grandes confusões! – Advertiu o caminhante.
- De modo nenhum! – Respondeu o guardião – na
realidade, fazem-nos um grande favor, porque ficam ali todos os que são capazes
de abandonar os seus melhores amigos…
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