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Fonte: Academia do Importador
Dando continuidade ao tópico Divisão do Trabalho, em termos de “especialização da produção” e de sua distribuição no cenário mundial, vamos ter a Divisão Internacional do Trabalho.
A Divisão Internacional
do Trabalho (DIT) expressa a comercialização em escala internacional
(exportação x importação) entre os países desenvolvidos, os subdesenvolvidos
(não industrializados) e os em
desenvolvimento (subdesenvolvidos industrializados), que se caracteriza
pela especialização da produção
econômica dos mesmos de acordo com o seu respectivo nível socioeconômico e
tecnológico.
A Divisão Internacional
do Trabalho (DIT) surgiu no âmbito da evolução
do Capitalismo e assim, como o próprio desenvolvimento do sistema, a DIT evoluiu
e sofreu mudanças em seu perfil ao longo dos séculos, sendo reflexo da própria
dinâmica econômica e política, vigente, assinaladas por modos de produção e relações
de trabalho diferenciadas em função dos diferentes níveis de desenvolvimento
dos países (desenvolvidos e subdesenvolvidos).
É evidente que a desigualdade marcante desta relação de
produção e de comercialização se manteve, ainda mais, porque o processo
industrial não ocorreu de forma homogênea e ao mesmo tempo no cenário mundial.
E, mesmo com a industrialização recente em muitos países subdesenvolvidos, o
carro-chefe da economia ainda teve e tem por base o setor primário
(agricultura, pecuária e extrativismo) e, por isso, a principal pauta das
exportações se atém na emissão destes produtos, de menor valor em comparação
aos exportados pelos países desenvolvidos (produtos de maior valor agregado).
O que, muitas das vezes, causa controvérsias nas diversas
fontes de pesquisa, disponibilizadas na Internet, por exemplo, é o critério
empregado ao abranger a evolução histórica da Divisão Internacional do Trabalho
(DIT). Alguns autores só consideram as fases da DIT Clássica, considerando-a desde
a sua origem no período da Expansão Marítima (Fase do Capitalismo Comercial), o
qual foi marcado pelas relações entre as metrópoles europeias e as colônias de
exploração.
Outros, no entanto, além de mencionar as fases da DIT Clássica,
englobam a Nova DIT (Fase do Capitalismo Informacional, da Globalização), também
conhecida como DIT da nova Ordem Mundial.
Para efeito deste artigo, eu optei por considerar tanto a DIT Clássica quanto à Nova DIT. E para que tenhamos ideia de
sua origem e suas respectivas fases temos que considerar a própria evolução do
Capitalismo, uma vez que a origem da Divisão Internacional do Trabalho (DIT) remonta
à primeira fase do sistema Capitalista, ou seja, a fase do Capitalismo Comercial.
Neste período, que se estendeu do Século XVI ao Século XVIII, as
relações constituídas entre as metrópoles e suas respectivas colônias eram de
exploração, assentadas – de um lado – pelo envio de recursos naturais (matérias-primas,
especiarias, mão de obra escrava e metais preciosos) pelas colônias e, por
parte das metrópoles europeias, a emissão de produtos manufaturados.
A consolidação - propriamente dita - da DIT vai ocorrer na fase
Capitalismo Industrial (1ª Fase da DIT),
marcado pela I Revolução Industrial (Inglaterra), se estendendo da segunda metade
do Século XVIII até o início do Século XX (Capitalismo Financeiro).
Com o processo de industrialização iniciado na Inglaterra e, nos
demais países europeus (EUA e Japão, também), no século XIX, a “especialização
da produção” se manteve sob esta relação desigual, onde as colônias e,
posteriormente, já independentes - os países subdesenvolvidos - passaram a
fornecer não só matérias-primas, como também produtos primários em troca com os
produtos industrializados.
Na 2ª Fase da DIT,
a relação dicotômica entre produtos industrializados versus produtos primários
e/ou matéria-prima bruta vai ser mantida até meados do Século XX. No entanto, algumas
alterações no perfil das trocas comerciais vão ser sentidas, sobretudo, pela
descoberta e exploração do petróleo, bem como na pauta da exportação dos países
desenvolvidos que passou a englobar a emissão de capitais e investimentos, além
dos produtos industrializados.
O processo de industrialização nos países subdesenvolvidos só teve
início a partir da metade do Século XX, mais especificamente, após a II Guerra
Mundial (1945), ocorrendo de forma tardia e, tendo como características
principais, a presença marcante do Estado e, também, da entrada e participação
de empresas multinacionais. Esses países que, anteriormente, eram exclusivamente
agroexportadores passaram a ser industrializados (países em desenvolvimento ou
subdesenvolvidos industrializados), como foi o caso do Brasil, do México, Chile
e outros.
Em função dessas mudanças nos modos de produção, um novo
perfil é atribuído à Divisão Internacional do Trabalho (DIT), com a introdução
de produtos industrializados na pauta de exportação desses países, que ainda contavam
com as matérias-primas e produtos primários.
No entanto, vale ressaltar que os produtos industrializados
produzidos pelos países em desenvolvimento são de menor valor agregado e de baixo
coeficiente tecnológico, não sendo comparável aos produtos industrializados dos
países desenvolvidos (de maior valor agregado e tecnológico).
Esta mudança do perfil da DIT assinalou, a chamada Nova DIT, sendo marcado o aumento da
participação, sobretudo, dos países em desenvolvimento da Ásia Oriental e do
Pacífico. Um pequeno grupo de países se caracterizam por produtos de média e alta
tecnologia, como a China, Taiwan, Coreia do Sul, Malásia, Cingapura e Índia. E,
na América Latina, o México.
Neste contexto, um fato é certo, o êxito no
mercado internacional, em termos de entrada expressiva de divisas, não decorre apenas
da produção e exportação de grandes volumes de bens, mas sim do valor agregado
à mercadoria
.Imagem capturada na Internet
Fonte: Mundo Geografia
Fontes de Pesquisa
. Material Didático particular
. POCHMANN, Márcio. Economia global e a nova Divisão
Internacional do Trabalho.
Disponível em PDF
Muito bom!! Obrigada pelo artigo!
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