segunda-feira, 7 de novembro de 2016

Divisão Internacional do Trabalho: DIT Clássica e Nova DIT

Imagem capturada na Internet



Dando continuidade ao tópico Divisão do Trabalho, em termos de “especialização da produção” e de sua distribuição no cenário mundial, vamos ter a Divisão Internacional do Trabalho.  


A Divisão Internacional do Trabalho (DIT) expressa a comercialização em escala internacional (exportação x importação) entre os países desenvolvidos, os subdesenvolvidos (não industrializados) e os em desenvolvimento (subdesenvolvidos industrializados), que se caracteriza pela especialização da produção econômica dos mesmos de acordo com o seu respectivo nível socioeconômico e tecnológico.

A Divisão Internacional do Trabalho (DIT) surgiu no âmbito da evolução do Capitalismo e assim, como o próprio desenvolvimento do sistema, a DIT evoluiu e sofreu mudanças em seu perfil ao longo dos séculos, sendo reflexo da própria dinâmica econômica e política, vigente, assinaladas por modos de produção e relações de trabalho diferenciadas em função dos diferentes níveis de desenvolvimento dos países (desenvolvidos e subdesenvolvidos).

É evidente que a desigualdade marcante desta relação de produção e de comercialização se manteve, ainda mais, porque o processo industrial não ocorreu de forma homogênea e ao mesmo tempo no cenário mundial. E, mesmo com a industrialização recente em muitos países subdesenvolvidos, o carro-chefe da economia ainda teve e tem por base o setor primário (agricultura, pecuária e extrativismo) e, por isso, a principal pauta das exportações se atém na emissão destes produtos, de menor valor em comparação aos exportados pelos países desenvolvidos (produtos de maior valor agregado).

O que, muitas das vezes, causa controvérsias nas diversas fontes de pesquisa, disponibilizadas na Internet, por exemplo, é o critério empregado ao abranger a evolução histórica da Divisão Internacional do Trabalho (DIT). Alguns autores só consideram as fases da DIT Clássica, considerando-a desde a sua origem no período da Expansão Marítima (Fase do Capitalismo Comercial), o qual foi marcado pelas relações entre as metrópoles europeias e as colônias de exploração.

Outros, no entanto, além de mencionar as fases da DIT Clássica, englobam a Nova DIT (Fase do Capitalismo Informacional, da Globalização), também conhecida como DIT da nova Ordem Mundial.

Para efeito deste artigo, eu optei por considerar tanto a DIT Clássica quanto à Nova DIT. E para que tenhamos ideia de sua origem e suas respectivas fases temos que considerar a própria evolução do Capitalismo, uma vez que a origem da Divisão Internacional do Trabalho (DIT) remonta à primeira fase do sistema Capitalista, ou seja, a fase do Capitalismo Comercial.

Neste período, que se estendeu do Século XVI ao Século XVIII, as relações constituídas entre as metrópoles e suas respectivas colônias eram de exploração, assentadas – de um lado – pelo envio de recursos naturais (matérias-primas, especiarias, mão de obra escrava e metais preciosos) pelas colônias e, por parte das metrópoles europeias, a emissão de produtos manufaturados. 

A consolidação - propriamente dita - da DIT vai ocorrer na fase Capitalismo Industrial (1ª Fase da DIT), marcado pela I Revolução Industrial (Inglaterra), se estendendo da segunda metade do Século XVIII até o início do Século XX (Capitalismo Financeiro).

Com o processo de industrialização iniciado na Inglaterra e, nos demais países europeus (EUA e Japão, também), no século XIX, a “especialização da produção” se manteve sob esta relação desigual, onde as colônias e, posteriormente, já independentes - os países subdesenvolvidos - passaram a fornecer não só matérias-primas, como também produtos primários em troca com os produtos industrializados.

Na 2ª Fase da DIT, a relação dicotômica entre produtos industrializados versus produtos primários e/ou matéria-prima bruta vai ser mantida até meados do Século XX. No entanto, algumas alterações no perfil das trocas comerciais vão ser sentidas, sobretudo, pela descoberta e exploração do petróleo, bem como na pauta da exportação dos países desenvolvidos que passou a englobar a emissão de capitais e investimentos, além dos produtos industrializados.

O processo de industrialização nos países subdesenvolvidos só teve início a partir da metade do Século XX, mais especificamente, após a II Guerra Mundial (1945), ocorrendo de forma tardia e, tendo como características principais, a presença marcante do Estado e, também, da entrada e participação de empresas multinacionais. Esses países que, anteriormente, eram exclusivamente agroexportadores passaram a ser industrializados (países em desenvolvimento ou subdesenvolvidos industrializados), como foi o caso do Brasil, do México, Chile e outros.

Em função dessas mudanças nos modos de produção, um novo perfil é atribuído à Divisão Internacional do Trabalho (DIT), com a introdução de produtos industrializados na pauta de exportação desses países, que ainda contavam com as matérias-primas e produtos primários.

No entanto, vale ressaltar que os produtos industrializados produzidos pelos países em desenvolvimento são de menor valor agregado e de baixo coeficiente tecnológico, não sendo comparável aos produtos industrializados dos países desenvolvidos (de maior valor agregado e tecnológico).

Esta mudança do perfil da DIT assinalou, a chamada Nova DIT, sendo marcado o aumento da participação, sobretudo, dos países em desenvolvimento da Ásia Oriental e do Pacífico. Um pequeno grupo de países se caracterizam por produtos de média e alta tecnologia, como a China, Taiwan, Coreia do Sul, Malásia, Cingapura e Índia. E, na América Latina, o México.

Neste contexto, um fato é certo, o êxito no mercado internacional, em termos de entrada expressiva de divisas, não decorre apenas da produção e exportação de grandes volumes de bens, mas sim do valor agregado à mercadoria

.Imagem capturada na Internet

Fontes de Pesquisa

. Material Didático particular


. POCHMANN, Márcio. Economia global e a nova Divisão Internacional do Trabalho.
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