Imagem capturada na Internet
Fonte: Pixabay
Não
tem como evitar, mas o assunto mais enfatizado
nos últimos meses e, com certeza, será nos próximos é a Pandemia Global, ou melhor, o Novo Coronavírus e a doença Covid-19. Seja nos noticiários diários,
nas redes sociais, nas conversas informais, enfim, este é o assunto mais
discutido e o mais preocupante nos dias de hoje. E, por que não dizer, mais
preocupante do Século?!
Neste
espaço mesmo, ao meu regresso lento e gradual, já publiquei vários posts acerca
do mesmo.
No
início da suspensão das aulas nas redes públicas de ensino e do isolamento
social, eu escrevi até uma crônica, mas ela ainda não foi postada (qualquer dia
desses, eu compartilho aqui). Foi no período em que eu estava mais agoniada e
nervosa diante da propagação do vírus e de tantas mortes causadas pela
Covid-19. Afinal, sou do Grupo de Risco e tive mortes de pessoas conhecidas por
causa dela.
Não
vou negar que continuo agoniada, afinal, não há como ser insensível à gravidade
de uma pandemia tão agressiva quanto esta, mas estou conseguindo manter-me
calma, controlada, com muitas orações e cuidados (medidas preventivas), individual e coletiva.
E
é, sob este mesmo contexto, que eu estou compartilhando um texto extraído do Blog Arte & Manhas da Língua, da
Prof.ª Andreia Dequinha, que é
professora de Português, de Literatura e Produção Textual da rede
pública estadual do Rio de Janeiro (Cabo Frio).
Seu
Blog é muito educativo e contém várias atividades pedagógicas pertinentes à
leitura e interpretação de textos e letras de músicas. Muito bom, eu recomendo!
E
foi do seu Blog - Arte & Manhas da Língua– que eu extraí o texto abaixo. Muito contextualizado à nossa atual
realidade e reflexivo quanto a nossa atitude e ações mediante à pandemia
global. Ressalto-o ainda com base, neste momento, em que enfrentamos o embate
entre os postulados das Ciências e a política irresponsável de reabertura das
escolas, tanto da rede privada quanto municipal do Rio e estadual de seus respectivos
gestores governamentais.
NOTA:
Os grifos são meus.
COVID – QUEM SEGUIR VIVO TERÁ MORRIDO UM TANTO
Autoria Desconhecido
Maria perdeu o emprego. O patrão é milionário, mas
disse que não poderia mais pagar o salário mínimo dela.
Carla perdeu a mãe. Preferia ter perdido o emprego.
Cecília manteve o emprego, em home office. Só que a saúde mental não existe mais.
Carla perdeu a mãe. Preferia ter perdido o emprego.
Cecília manteve o emprego, em home office. Só que a saúde mental não existe mais.
Francisca acha que o vírus não existe e que a semente
que o pastor vendeu vai curar qualquer maldição. Francisca tosse muito há 5
dias.
Gabriela trabalha em hospital. É médica. Chora todos
os dias. Ou quer chorar, mesmo quando não chora. Vivencia uma ingrata realidade
que vai de encontro ao negacionismo das inúmeras pessoas que vê correndo
sorridentes no calçadão no seu caminho de volta do hospital.
Pedro não volta mais pra casa. Prefere dormir na casa
de um amigo que o acolheu. O medo de contaminar a família adoce Pedro aos
poucos. Pedro entrega comida por aplicativo. Pedro ganha menos de 1000 reais
por mês.
Thaís tem pesadelos todos os dias. Está desempregada
desde antes da epidemia. Thaís é uma excelente contadora. Thaís não sabe como
pagar o aluguel no próximo mês.
Marcelo ignorou a quarentena e continuou visitando
os pais e avós aos finais de semana. Marcelo está isolado em casa, há 10 dias,
com o pulmão totalmente comprometido, porém, sem nenhum sintoma. Marcelo perdeu
seus avós há 4 dias para a COVID-19. O que restou de sua família está agora em
quarentena total por ter tido contato com Marcelo nos finais de semana.
Josias furou o distanciamento e seguia com encontros
sociais com amigos sempre que sentia entediado. Josias era portador do vírus e
não sabia. Contaminou 3 amigos que, sem saberem, espalharam para mais 3 pessoas
cada. Do total, 5 dos contaminados necessitaram de internação. O pai de um
deles precisou de UTI.
Regiane, em plena adolescência, cobrava de todos que
cumprissem a quarentena. Falava em responsabilidade e dizia que a regra valia
para todos. Mas a exceção à regra só valia para seu namorado que ela recebia em
casa todos finais de tarde. Sua avó diabética, que cumpria rigorosamente a
quarentena, está com tosse e febre há 5 dias.
Marta apanhou do marido depois de pedir pra ele não ir
para o bar. Marta é hipertensa e cardíaca. Marta trabalha com faxina. Marta
pega 3 ônibus todos os dias. Marta perdeu o filho para a COVID-19 há 10 dias.
Todas essas pessoas são reais. Todas têm nome, história,
família.
Tudo
que existe e existiu antes dessa pandemia... não será como antes. Nenhum de nós
será como antes.
Enfrentaremos
juntos em luto que desconhecemos. Coletivo e individual ao mesmo tempo. Luto
pelo emprego, pelo país, pelo pai, pela mãe, pelo irmão, pela amiga. Por tudo
que perdemos. E todos perderemos algo ou alguém. Não será possível sermos os
mesmos em um mundo que mudou.
Quem
seguir vivo terá morrido um tanto. Quem seguir vivo terá assistido à partida de
amigos, parentes e de pessoas a quem admirava mesmo sem ter conhecido. Quem
seguir vivo, seguirá talvez sem emprego, talvez sem o carro, talvez sem uma
parte de si, perdida... sem saber onde encontrar.
Luto
é verbo e sentimento. Mais do que nunca. Pessoas mortas não giram a economia. É
preciso estar vivo para seguir adiante e se recuperar de tudo isso.
Todos
nós teremos que nascer de novo.
Por Maria. Por Carla. Por Cecília. Por Francisca. Por Gabriela.
Por Pedro. Por Thaís. Por Marcelo. Por Josias. Por Regiane. Por Maria.
Por respeito aos profissionais que estão lutando com suas vidas,
sem ter outra escolha. Pelos milhares que já
morreram. Pelos muitos que certamente irão morrer.
Por
mim. Por você.
Fiquem vivos. E renasçam!
Fiquem vivos. E renasçam!
Olá Marli! Meu nome é Regina, sou professora de Geografia no Ensino Médio e compartilho a mesma agonia, a mesma dor, a mesma sensação de...o que está acontecendo com o mundo???
ResponderExcluirGostaria de compartilhar contigo um texto que uma aluna escreveu e que eu publiquei no meu blog...Meus olhos se encheram de lágrimas, porque eles também estão confusos e sofrendo...Mas penso que, por eles serem muito jovens, vão superar mais rápido...Para nós, pessoas mais experientes, esse pesadelo é algo sem precedentes...
Parabéns pelo blog..."roubei" duas charges do teu blog sobre migrações para a aula remota de geografia dos segundos e dos terceiros anos.
Aqui o link com o texto da aluna Jaqueline, do primeiro ano, para a aula de sociologia....
https://regininha-atividadesescolares.blogspot.com/2020/07/lindo-e-comovente-relato-de-aluna-sobre.html
Um abraço!
Boa noite, Regina! Obrigada por sua visita e comentário no Blog! Concordo com você acerca deste caos que estamos vivendo, no contexto da Pandemia do Novo Coronavírus.
ResponderExcluirTambém acho que, pela idade mais nova, muitos dos adolescentes (alunos) irão superar este grande período de tensão que transformou e mudou a vida de todos. Eu só me preocupo com aqueles que, talvez, não tenham apoio ou suporte emocional em casa para aguentar a angústia, o medo e a perda de alguém conhecido ou da família.
Passei em seu Blog e deixei um comentário lá.
Gostei de lhe conhecer! Um grande abraço!
Oi, Marli! Boa tarde! Tudo bem? Acabei de ver o seu recadinho lá no meu blog "Arte e Manhas da Língua" e, apesar de ter respondido lá, também corri aqui, graças ao link que vc deixou lá, para conhecer o seu espaço!
ResponderExcluirNão tem problema algum em ter usado o texto (que não é meu, infelizmente, e não descobri até agora o autor!) nem precisava pedir autorização alguma, a não ser que tivesse colocado aqui também as questões que elaborei (o que andam fazendo por aí a torto e a direito, o que me chateia).
Um abração e vou seguir seu blog! E estou curiosa para ler o texto que você escreveu, viu!
Boa noite, Andreia! Fico feliz por não ter causado nenhum problema! Quanto ao plágio, infelizmente, a Internet possibilita isso e muito, não?
ResponderExcluirFoi ótimo lhe conhecer! Beijos
Olá Marli!
ResponderExcluirFiquei muito feliz com teu comentário no meu blog e achei fantástica a tua análise do texto da Jaqueline.
Li os teus dados na página da autora e tive que sorrir porque temos alguns pontos em comum, embora eu não tenha esse currículo fantástico.
Também sou especialista na área ambiental.
Obrigada por valorizar e divulgar o texto da Jaqueline.
PS: Eu secretamente também sempre preferi o orkut...
Um abração!
Regina,
ResponderExcluirFico feliz por seu retorno! Obrigada por permitir o compartilhamento do Texto de sua aluna. Obrigada!
Fiquei surpresa em saber que você tem a mesma opinião que a minha. Surpresa, porque as pessoas zoam de mim, quando comento isso. Mas, é sério! Cheguei a fazer um curso para utilizar o Facebook para fins educativo. Mas, não deu certo comigo!
Assim que eu postar lhe aviso!
Beijos