Nuvem de Gafanhotos
Imagem capturada na Internet
Fonte: Portal Redenotícias
Esta
não é a primeira vez que as autoridades brasileiras enfrentam situação
semelhante. Neste ano, desde maio, as atenções se voltaram para as reais
ameaças, principalmente, em muitos países da América do Sul e, entre estes, o
Brasil.
No
entanto, a sua dimensão e gravidade aumentou na 5ª feira passada, dia 23/07, após uma mudança
na direção dos ventos, o que colocou as lavouras
da região Sul do nosso país, sobretudo, do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina sob sérias
ameaças e riscos de perda parcial ou total da produção agrícola.
Trata-se
da nuvem de gafanhotos que se encontra em
território argentino, devastando diversas
lavouras (laranjas, limões,
cana-de-açúcar, mandioca e etc.) e que vem
se aproximando da fronteira do referido país com o Brasil.
Se
antes, as autoridades não estavam muito preocupadas, agora, o nível de apreensão
se elevou ao ponto do governo, em diferentes instâncias, se organizar e preparar
quanto a um possível combate à referida praga.
Na
verdade, atualmente, na América do Sul
há três nuvens de gafanhotos e os estragos
não são poucos, o que eleva a preocupação dos países envolvidos e também
daqueles que correm risco da migração do enxame, como é o nosso caso. Há duas nuvens na Argentina, enquanto que no Paraguai há uma.
Inicialmente, os gafanhotos se agruparam e formaram uma nuvem,
no Paraguai, no final do mês de maio. Posteriormente, a nuvem
se deslocou e entrou em território argentino.
Imagem capturada na Internet
Fonte: G1 - AGRO
O
grande enxame e sua agressividade mediante a grande população de gafanhotos causaram
enormes prejuízos econômicos aos agricultores
locais, tanto no Paraguai
quanto na Argentina.
A
preocupação das autoridades brasileiras é com uma das nuvens que se encontra na
região Norte da Argentina e que está
se deslocando em direção à região fronteiriça do nosso país.
Embora,
as mídias afirmem que o governo argentino
tenha eliminado 1/3 da nuvem de gafanhotos,
na região, por meio da pulverização de
agrotóxicos, as autoridades brasileiras mantêm o monitoramento do seu
deslocamento.
Segundo
especialistas (G1- RS),
“A nuvem que ameaça chegar ao Brasil
é 10 vezes maior, ou seja,
tem potencial para devorar
o que 20
mil vacas comeriam por dia.”
O
combate terrestre na Argentina está sendo feito com aplicação (pulverização) de
inseticidas, método que também deverá ser empregado, em nosso país. Além da
pulverização dos agrotóxicos por via terrestre, o Brasil deverá fazer por via
aérea (aviões).
Mas,
é sabido que a aplicação dos agrotóxicos causa diversos danos ambientais, mas
conforme os especialistas alegam, o emprego de agrotóxicos (pesticidas ou
inseticidas) é a única forma eficaz e rápida de combater as pragas. Emergencialmente, não haveria outro jeito.
Sendo
assim e mediante a esta possibilidade de
migração do enxame de gafanhotos para o nosso país, o Ministério da Agricultura decretou situação
de emergência fitossanitária, o que liberou a aplicação de agrotóxicos
(pesticidas ou inseticidas), até então, proibidos no país.
“É um ato bastante extremo,
pois também mata as abelhas e todos
os demais inimigos naturais dos
gafanhotos,
mas acaba sendo a única maneira de
reduzir
a nuvem de maneira rápida”
(Karin Collier – Repórter Brasil)
Provenientes da região do Chaco (Paraguai),
os gafanhotos – em questão - são da
espécie Schistocerca cancellata, chamados,
popularmente, de gafanhotos sudamericanos.
Embora,
as imagens e os vídeos divulgados nas mídias - provoquem certo pavor, os
gafanhotos não causam danos ao homem, sendo apenas os responsáveis pela grande destruição e perdas na
agricultura. Em grupos, como em enormes enxames (nuvens), lavouras
inteiras podem ser arrasadas, perdidas, causando grandes prejuízos econômicos
ao agricultor.
Os
gafanhotos se alimentam de folhas de diferentes tipos de plantas, mas preferem as folhas bem
verdes, principalmente, as de cultura de trigo, de milho, de soja, de
pastagens, entre outras.
De
acordo com as fontes de pesquisa, essas nuvens
chegam a possuir aproximadamente 400 milhões de
gafanhotos, o que equivale a uma área de cerca de 10 km2.
Daí a necessidade de monitorá-los e combatê-los tão logo cheguem ao território.
Por
isso é de suma importância que ao avistar o enxame de gafanhotos, a pessoa deve
comunicar o fato, imediatamente, às autoridades competentes.
Mas,
quem pensa que basta monitorar o enxame (a nuvem de gafanhotos) e combater com
a aplicação de inseticida, não se engane, pois não é tão simples assim...
De
acordo com a matéria de Henrique Fabrício Plácido (Lavoura 10), para o trabalho de
controle dos enxames de gafanhotos, os especialistas e as autoridades junto com
o agricultor precisam seguir certos procedimentos importantes em face das duas frentes de combate que irão trabalhar.
Uma
delas é a de controle da nuvem e a outra de controle
das novas gerações. Isso mesmo, controle das novas gerações de
gafanhotos!
Além
dos prejuízos causados pela necessidade de se alimentar no local de pouso, as
gafanhotos fêmeas podem depositar de 80 a 100 ovos no solo. E essa questão dos
ovos depositados no solo representa outro problema, subsequente.
Para
a Frente de
controle da nuvem é preciso que se realize o monitoramento do enxame, acompanhando o seu
deslocamento e, também, que se faça a demarcação
dos locais do pouso. Ambos devem ser acompanhados pelos Órgãos
governamentais competentes.
A
identificação e demarcação dos locais de pouso possibilitará a determinação da
forma de aplicação de inseticidas, já que a pulverização
nestes – dependendo das condições físicas locais (área florestal, residencial, lavouras
etc.) – podem ser por via terrestre (com
equipamento manual ou motorizado) ou por via
aérea (aviões).
Quanto
aos agrotóxicos mais indicados no
combate ao gafanhoto sudamericano (Schistocerca
cancellata), os mais empregados são a Cipermetrina,
o Tiametoxam e o Fipronil. No entanto, os efeitos nocivos desses três agrotóxicos no
meio ambiente e na cadeia alimentar é algo assustador, sendo letais – por exemplo - para os polinizadores, como as abelhas, sobretudo, este último, o Fipronil.
Este também foi o responsável pelos ovos contaminados
na Europa (Holanda, Alemanha, Reino Unido e França), em 2017.
Aplicação de Agrotóxicos... Eis uma grande polêmica!
Quanto
à frente de Controle de novas gerações,
recomenda-se que, após a demarcação do local de oviposição (deposição das vagens
de ovos), o acompanhamento deve ser contínuo até o seu rompimento e a saída dos
indivíduos, tendo a atenção de determinar o trajeto que irão percorrer e as dimensões
da área tratada.
Isso
nos remete a outra característica peculiar destes insetos, que é a alta taxa de
reprodução, pois levando-se em conta que cada fêmea pode realizar até 6
posturas durante sua vida, o aumento da população destes e sua infestação em
outras localidades estão certos em acontecer.
Mas
o país demonstra estar preparado para enfrentar e controlar o enxame e, por
isso, as autoridades competentes dos Órgãos ligados à Agricultura e à Pecuária (atividades
rurais), sobretudo, da região Sul, se mantêm em estado de alerta quanto aos riscos
da entrada dos gafanhotos em nosso território.
Mas,
qual seria a razão da formação de grandes enxames, como estas nuvens de
gafanhotos?
Segundo
muitos especialistas, a formação desses
novos enxames migratórios – sob a forma de grandes nuvens de gafanhotos – tem a
ver com o desequilíbrio do meio ambiente,
sendo considerado o desmatamento a sua causa principal.
Além, de acabar com as fontes de alimento
dos gafanhotos, com o desmatamento há também uma redução
dos seus predadores naturais, como por exemplos, os pássaros e os roedores.
Não
esquecendo ainda uso de agrotóxicos no espaço rural, cujos efeitos nocivos também
afetam direta e/ou indiretamente os predadores naturais e outras espécies da
fauna.
As
condições climáticas também são
levadas em consideração, pois o clima mais quente também facilita o seu deslocamento e a sua reprodução.
Quando
mencionam as monoculturas, estas – na
verdade – são as mais atacadas pelas pragas agrícolas, com perdas significativas,
pois envolvem grandes propriedades
rurais, com o cultivo de um só tipo de produto
(alimento), constituindo assim, uma vasta área de alimento para esses insetos
(gafanhotos). O que acarreta grande prejuízo ao agricultor.
É,
por isso, que a técnica da policultura
– cultivo de dois ou mais produtos agrícolas – é o mais recomendável.
Quanto
às condições climáticas, os
especialistas e agricultores estão com esperanças que a nuvem de gafanhotos demore,
alguns dias, a chegar em nosso território, pois há previsão de queda das
temperaturas no Sul do Brasil, o que consequentemente poderá barrar o
deslocamento da mesma, mantendo os insetos em território argentino.
Para
quem desconhece, na região Sul já houve ocorrência
de outros eventos de infestação de gafanhotos,
nas lavouras, sobretudo, na década de 40
(1947/48), do século passado. Mas, há registros mais antigos, datado do início
do mesmo século, em 1906, tal como
foi registrado pelo Jornal do Commercio de
Joinville, em 23 de junho de 1906:
Imagem capturada na Internet
Jornal do Commercio de Joinville (23 de junho de 1906)
Fonte: Jornal Retro
Não
resta dúvida que estamos correndo, mais uma vez, o risco
de um ataque de praga agrícola. Além da nuvem de gafanhotos, as novas gerações desenvolvidas durante o seu pouso
no solo devem ser combatidas de forma eficaz.
Daí ser importante manter o monitoramento do seu deslocamento e entrada em
nosso território, a fim de não perder lavouras inteiras, áreas de pastagens e ter
grandes prejuízos econômicos.
Segundo
especialistas da área, independentemente de haver ou a invasão da nuvem de
gafanhotos, o Brasil já está preparado para o enfrentamento a partir de medidas
de contenção da praga.
Fontes
de Consulta:
.
Gafanhotos: tentativa de pulverização terrestre teve pouca efetividade – Canal Rural
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Mudança do vento deixa nuvem de gafanhotos a 90 km da fronteira do Brasil – G1/RioGrande do Sul
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Nuvem de gafanhotos: governo alerta ao risco de surto da praga – Portal Redenotícias
.
Nuvem de gafanhotos: praga ainda pouco conhecida exige monitoramento e preocupa
autoridades no Brasil – G1/AGRO
.
Nuvem de gafanhotos na Argentina avança 10 km e se aproxima de Barra do Quaraí -
G1/Rio Grande do Sul
.
Nuvem de Gafanhotos no Brasil: Devemos nos preocupar e o que podemos aprender?
Lavoura 10
.
Para combater nuvem de gafanhotos, governo libera mais usos para agrotóxicos –
Repórter Brasil
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