O ano letivo de 2021 da rede municipal de ensino do Rio de Janeiro, teve início nesta semana, mais precisamente, no dia 08 de fevereiro (2ª feira), com uma programação inicial de “acolhimento sócio emocional” na segunda e na terceira semana deste mês (semana do dia 08 e a do dia 15). Atividades estas de forma remotas, no âmbito da TV Escola (aberta e fechada) e do canal You Tube/MultiRio. O término do ano letivo de 2021 está previsto para o dia 17 de dezembro.
De acordo com as Orientações da Secretaria Municipal de Educação (SME), as aulas ocorrerão de forma remota e, posteriormente, presencial, porém dentro do modelo híbrido, tendo em vista que os professores do Grupo de Risco seguirão ministrando suas aulas remotas.
Em relação à Rede Estadual de Ensino que oferece o Ensino Médio e, também, o Ensino Fundamental II em algumas Unidades Escolares, a Rede Municipal abrange os seguintes Segmentos: Educação Especial, a Educação Infantil, o Ensino Fundamental I, o Ensino Fundamental II e a Educação de Jovens e Adultos (EJA).
O retorno às aulas presenciais
vai depender das condições estruturais de cada
escola e do cumprimento das exigências
sanitárias, ou seja, dos protocolos de
prevenção ao Novo Coronavírus. Sendo assim, para aquelas que
estiverem aptas, o início das aulas presenciais
na rede será realizado conforme as seguintes fases (Resolução SME N° 250, de 11/02/2021):
. Fase 1 (24/02): Educação
Infantil, 1° e 2° Ano do Ensino Fundamental I;
. Fase 2 (17/03): 3° ao 5°
Ano, 6° Ano Carioca, 9° Ano e Carioca II;
. Fase 3 (31/03): Creche, 6° ao 8° Ano do Ensino Fundamental II, Classe Especial e Educação de Jovens e Adultos (EJA).
A partir da próxima 5ª feira (18/02), as Unidades Escolares irão começar a distribuir o material escolar, os uniformes e o Cartão Alimentação aos responsáveis dos alunos, os quais deverão ir à escola no horário agendado pela Direção.
Este ano a Plataforma Teams (Microsoft), usada no ano passado, não será mais utilizada para as aulas remotas. A SME estará oferecendo um novo aplicativo de ensino, o “RioEduca Em Casa”, o qual estará disponível na Play Store e na App Store. Este entrará em funcionamento a partir do dia 23/02.
Na semana passada tivemos a Jornada de Planejamento e Formação Pedagógica (2021) realizada, nos dias 03, 04 e 05 de fevereiro, pela Secretaria Municipal de Educação (SME), sendo as atividades dos dois primeiros dias transmitidas pelo canal You Tube/MultiRio, cuja programação constava de Lives e palestras com o Secretário de Educação, a Subsecretaria de Ensino da SME, convidados e outros profissionais da rede municipal. O terceiro e último dia da semana (05/02) houve reunião com a Direção da nossa Unidade Escolar.
Toda essa Programação foi realizada em “home office”.
Como já era esperado, esse começo de Ano Letivo já começou turbulento, cheio de polêmicas, dilemas e grandes desafios pela frente...
Para início de conversa, a nossa categoria (docente) está descontente e insegura com a volta às aulas presenciais por vários motivos, a saber:
PRIMEIRO, estamos vivendo uma realidade pandêmica (Pandemia do Novo Coronavírus), séria e preocupante, que não acabou. Na verdade, em nossa cidade (Rio de Janeiro), ela se agravou, com registro de números elevados de casos confirmados e de mortes pela Covid-19.
Só para se ter uma ideia disso, segundo o Portal G1, o estado do Rio de Janeiro registrou, de 3ª feira (09/02) para 4ª feira (10/02), o terceiro maior número de casos confirmados da doença desde o início da pandemia (março de 2020). De acordo com as informações da Secretaria de Estado de Saúde, neste período de 24 horas, foram registrados 5.985 novos casos.
E, na cidade do Rio de Janeiro, os
dados também são alarmantes:
Sob este mesmo contexto...
. As vacinas estão chegando tardiamente ao nosso país e as doses não são suficientes para atender a demanda, nem mesmo, neste início de imunização, para abranger todo o pessoal da linha de frente do combate à Covid-19, que são os profissionais da área de Saúde.
. Os profissionais da Educação precisam ser vacinados no âmbito do Grupo de Prioridade, tendo em vista até que experiências em nosso país e em outros, com retorno às aulas presenciais, já evidenciaram os riscos que a abertura de escolas para este fim pode resultar (Clique nos títulos para ler a reportagem):
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Segundo o Prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes e o Secretário de Educação, Renan Ferreirinha, a volta às aulas presenciais na rede municipal é uma medida necessária e certa, a qual se encontra fundamentada no parecer do Comitê de Enfrentamento da COVID-19 da Prefeitura, que é composto por pesquisadores e especialistas.
Contudo, nem todas as Unidades Escolares da própria rede de ensino foram submetidas a reformas, imprescindíveis, a sua adaptação aos protocolos de prevenção à Covid-19. Em consequência disso, estas não deverão ter o início do ano letivo presencial na mesma data, tal como estabelece o Calendário Escolar.
Outra questão preocupante é o trajeto do aluno de casa à escola e desta à sua residência, sobretudo, se este seu deslocamento é realizado por transporte público, os riscos de contágio são grandes.
E, ainda, não devemos esquecer das relações interpessoais dos alunos e os comportamentos inerentes à sua faixa de sua idade, no espaço escolar, com brincadeiras, correria entre eles.
A distribuição da merenda, a fim de se evitar aglomeração e fila no Refeitório, consiste também em outro dilema, pois segundo o Secretário Renan Ferreirinha, os alunos deveriam merendar nas salas de aula. Mas, eu não consigo imaginar a logística e a praticidade nisso!
SEGUNDO... O desacerto criado entre as orientações propostas pela SME em relação às recentes mudanças na Grade Curricular da Rede Municipal.
Essa reorganização curricular submeteu, a uma redução da carga horária, as seguintes disciplinas: Geografia, História, Ciências e Artes. Cada uma perdeu 1 tempo de aula, contrariando o que estabelece os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs).
Aí teremos os conflitos... Vejamos:
- A princípio, os turnos (diurno e vespertino) terão uma duração de 3 horas.
- Haverá Sistema de Rodízio entre os alunos a fim de ser evitado salas lotadas.
- Em razão do ano turbulento que foi em 2020, não só por conta da Pandemia do Novo Coronavírus, mas, também, pelo relativo atraso do início das aulas e atividades remotas na Plataforma Teams (Microsoft), oferecida pela SME, o calendário do ano letivo de 2020 vai se estender para 2021.
- O Calendário Escolar será dividido em duas Unidades de Aprendizagem, as quais traduzem a união dos anos de 2020 e 2021, ou seja, sob um plano de “dois anos em um”. Tal modelo de planejamento adaptado visa, justamente, não prejudicar o corpo discente (nenhum aluno da rede municipal foi reprovado em 2020). Esta medida está de acordo com o Conselho Nacional de Educação (CNE).
Sendo assim, o 1° Semestre deste ano compreenderá os conteúdos essenciais do 1° e 2° Semestres de 2020, enquanto o 2° Semestre abarcará os do 1° e 2° Semestres do ano em curso (2021).
Cumprir o planejamento adaptado em “Dois anos em um”, com redução da Grade de Geografia e mais rodízio de alunos é algo impossível de imaginar!
Na verdade, não podemos nem dizer o que realmente vai acontecer, pois - hoje mesmo – uma nova Resolução da SME foi publicada. Há muitas incertezas ainda, mas uma coisa é certa... A grande maioria dos professores da rede pública municipal e estadual do Rio de Janeiro é a favor e aprova a “greve pela vida”, contrária ao retorno das aulas presenciais em meio à Pandemia do Novo Coronavírus.
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