E.M. Dilermando Cruz (2011) Imagem do meu acervo particular |
Navegando pela Internet, encontrei este artigo, de autoria de Maria Alzira da Cruz Colombo e o achei muito interessante, bastante oportuno para o momento de proximidade do início de mais um ano letivo, ainda mais sob uma conjuntura pandêmica!
Muitos podem achar hilário falar de estresse, quando nem iniciamos nossas atividades pedagógicas. Mero engano, pois precisamos refletir e discutir antes mesmo do nosso exercício diário.
Por esta razão, estou compartilhando-o neste espaço e, ao mesmo tempo, desejando um ótimo início do ano letivo de 2022.
MAGISTÉRIO E ESTRESSE: UMA DUPLA E TANTO!
Maria Alzira da Cruz Colombo
Quem já tomou um cafezinho na sala dos professores
de uma escola, tem algum professor na família ou mesmo um amigo que trabalhe na
profissão sabe que são comuns as queixas de enxaqueca, perda de apetite, dor no
corpo, insônia e desânimo. Esses são alguns dos sintomas de estresse, mal que
acomete um grande número de professores e pode levar a quadros mais graves de
depressão e sentimento de culpa.
O estresse em pequenas doses pode ser benéfico,
pois serve como estímulo para o trabalho. O problema é quando as atividades
diárias deixam de ser agradáveis e o estado de irritação passa a ser constante,
levando o organismo (não raro) à exaustão.
Profissionais que lidam com seres humanos tendem a
ser mais estressados, segundo especialistas, e isso é pior no caso de
professores. Eles enfrentam as pressões das crianças, dos pais, da instituição,
de políticos e a própria auto-exigência.
Nos dias de hoje, os pais muitas vezes não
conseguem impor limites a seus filhos e acabam delegando à escola a
responsabilidade por toda a educação.
O educador tem de se preocupar não só com os
aspectos pedagógicos, mas também ser pai, mãe, assistente social. Isso tudo,
aliado à preocupação com o sucesso ou fracasso escolar de seus alunos, faz com
que o profissional da educação se torne uma verdadeira “panela de pressão”
prestes a explodir.
No exercício solitário do magistério (mesmo em um
ambiente tão apinhado de gente como uma escola), o educador muitas vezes acaba
isolando-se em sua sala de aula, carregando sozinho a responsabilidade pelos
resultados.
Pode parecer um absurdo, mas, muitas vezes, os
professores de uma escola passam dias sem ter oportunidade de conversarem com
calma, trocarem ideias e se ajudarem. Esse é um problema grande dentro da
escola que não disponibiliza um tempo para os professores interagirem. Há
sempre o sinal de entrada, saída, reuniões para informes administrativos... E o
professor vai levando.
Muitos passam a considerar a indisciplina dos
alunos como uma provocação, sem se darem conta de que pode ser um sintoma de
rejeição e insatisfação dos alunos com a escola e não algo pessoal.
A presença de competição entre os professores (pois
é, ela também existe dentro da escola) faz com que muitas vezes aquele
perfeccionista tire dinheiro do próprio bolso para comprar material e poder dar
sua aula. O professor vai ficando cada vez mais isolado e solitário dentro de seu
“mundo-sala”.
Seria ironia dizer que reduzam suas horas de
trabalho, pois já não conseguem viver com o salário que possuem, mas é possível
fazer algumas coisas para minimizar o problema.
Algumas dicas para diminuir o estresse:
• Em primeiro lugar, veja os colegas como possíveis
aliados para conseguir tornar o cotidiano escolar mais agradável;
• Ria mais: o humor reduz o estresse e é a prova de
que você aceita seus limites;
• Seja objetivo quando for corrigir provas ou
trabalhos, não queira avaliar tudo ao mesmo tempo.
• Planejar e registrar o que pretende fazer no dia
pode ajudar a diminuir a própria ansiedade e a dos alunos;
• Faça pequenas pausas durante o dia: dê uma volta,
tome um copo de água, respire;
• Procure ver o lado bom da vida — ficar reclamando
o tempo todo só desgasta e faz você se tornar um chato!
• Encontre um tempo, nem que seja 15 minutos
diários, para caminhar, ouvir música ou só ficar quieto e relaxado.
Não é tão difícil assim. Paulo Freire, nosso maior
pensador da educação, já dizia: “Ensinar exige saber escutar”.
Começar a escutar o próprio corpo talvez seja mais
uma possibilidade para que o educador consiga melhorar a qualidade de ensino e,
com certeza, ter mais qualidade de vida e saúde mental.
Fonte: Educacional - Sala de Aula
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