sábado, 29 de outubro de 2022

Focos de Queimadas na Floresta Amazônica superam os Registros de 2021

 

 Imagem capturada na Internet
para fim ilustrativo


Uma questão bastante recorrente e que sempre aparece na pauta das grandes discussões políticas e nas mídias consiste no problema das queimadas no Brasil.  

Em todos os anos, os biomas brasileiros - Floresta Amazônica, Mata Atlântica, Caatinga, Cerrado, Pantanal e Pampa – são afetados pelo desmatamento, seguido pela queima da matéria orgânica deixada no terreno (material combustível), ora cometidos para dar lugar à pastagem (gado bovino) ora para dar lugar à área de cultivo (monocultura). 

Imagem capturada na Internet com a devida autorização
Fonte: Revista Piauí


De acordo com o artigo “Amazônia cercada pelo Fogo(GORZIZA, Amanda; VIEIRA, Maria Júlia Vieira e BUONO, Renata – Revista Piauí, n° 132 – Outubro/2022), a floresta Amazônica foi o bioma brasileiro mais afetado pelas queimadas neste ano (2022). 

Só para se ter uma ideia, de janeiro a setembro deste ano foram 87,3 mil focos de fogo no respectivo bioma, representando um índice de 16% maior que 2021. 

Imagem capturada na Internet com a devida autorização
Fonte: Revista Piauí

Durante o mês de agosto, na Amazônia foi queimada uma área equivalente ao estado nordestino de Alagoas.

Imagem capturada na Internet com a devida autorização
Fonte: Revista Piauí

O Pará foi o estado recordista de queimadas, totalizando 13 mil focos de fogo, tendo 47% destes ocorridos em áreas protegidas ou não destinadas, tais como Terras Indígenas, Áreas de Proteção Ambiental e Unidades de Conservação.

Imagem capturada na Internet com a devida autorização
Fonte: Revista Piauí

Nas outras cinco unidades bióticas (biomas), os de maior incidência de focos de fogo registrados foram, em ordem decrescente:  

- 41,8 mil no Cerrado;

- 8,5 mil na Mata Atlântica;

- 5,3 mil na Caatinga;

- 1,1 mil no Pantanal e

- 553 no Pampa

Como é sabido, os efeitos nocivos das queimadas e dos incêndios florestais vão além dos danos ao meio ambiente e à fauna local, tendo em vista que afetam direta e/ou indiretamente a saúde do ser humano. E isso pode ser comprovado junto aos Postos de Saúde e às Unidades Hospitalares 

Em uma década (2010 a 2020), 87% das internações hospitalares registradas no estado do Amazonas foram em decorrência de doenças respiratórias associadas aos incêndios florestais (Revista Piauí, 2022).

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Fonte: Revista Piauí

As queimadas também geram uma perda da qualidade de vida

e um elevado custo para o SUS.

O valor gasto por cinco estados com as hospitalizações

de alta e baixa complexidade chegou a R$ 1 bilhão entre 2010 e 2020”.

(Revista Piauí)

Não tão menos preocupante é o caso do Pampa...

O Pampa – tanto por suas características físicas (naturais) quanto por sua vocação para pecuária – sempre configurou como o bioma de menor percentual de registros de queimadas.  

De acordo com Eduardo Vélez, pesquisador do MapBiomas (Rio Grande do Sul/G1),  

“(...) as florestas no Pampa são úmidas,

então o fogo não entra.

Em paralelo, a prática da pecuária no estado

utiliza muitas áreas de pasto,

o que evita o excesso de vegetação.” 

Ou seja, evita-se o acúmulo de matéria orgânica que serve (quando seca) como combustível para o fogo 

Daí as queimadas nos pampas gaúchos serem menos frequentes em comparação aos demais biomas do nosso país. 

No entanto, embora - este ano - o Pampa permaneça na última posição do ranking dos biomas mais afetados pelas queimadas, o Relatório do MapBiomas (Rio Grande do Sul – G1) afirma que os seus registros tiveram um aumento de 3.372% em relação ao ano passado (2021). E que as queimadas não foram largamente espalhadas, mas, sim, concentradas na fronteira Oeste do Rio Grande do Sul e em algumas áreas de banhado 

Eduardo Vélez (op.cit.) atribuiu a esta situação, atípica, à atuação do fenômeno La Niña, que foi responsável pelo período de seca extrema no verão. 

"Em janeiro e fevereiro teve muita seca, enquanto no resto do Brasil, chovia."

Como já mencionei em uma publicação anterior a este respeito, 

Entra ano, sai ano e nada muda... 

Nem mesmo as legislações ambientais vigentes 

são capazes de atenuar as práticas humanas, 

criminosas, em relação aos desmatamentos, 

queimadas e incêndios florestais em nossas matas nativas... 

É cíclico...

Fontes de Consulta

. ALECRIM, Giulia. Número de queimadas na Amazônia em 2022 supera 2021, mas é inferior ao recorde de 2004 - CNN  

. GORZIZA, Amanda, VIEIRA, Maria Júlia e BUONO, Renata. Amazônia cercada pelo Fogo – Revista Piauí  

. LISBOA, Juliana. Bioma Pampa tem aumento nas queimadas em 2022, aponta Monitor do Fogo – G1/Rio Grande do Sul

. Queimadas em 2022 na Amazônia já superam todo o ano de 2021 – Greenpeace

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