segunda-feira, 14 de setembro de 2020

População do Brasil: Éramos cerca de 190 milhões, em 2010. Hoje, 2020, somos 211,8 milhões de habitantes

 
 Imagem capturada na Internet
Fonte: Pixabay


Como já havia mencionado, aqui, o Recenseamento ou Censo Demográfico que, deveria ser realizado no período de agosto a outubro deste ano (2020), cobrindo os 5.570 municípios do país, foi suspenso em consequência da Pandemia da Covid-19.

O último Censo Demográfico foi realizado em 2010 e, como estes têm uma periodicidade decenal, isto é, são feitos de 10 em 10 anos, o próximo seria em 2020. A medida de suspensão foi necessária devido aos altos riscos de aumento de contaminação do Novo Coronavírus durante as coletas presenciais, tanto para os recenseadores selecionados quanto para a população entrevistada.

Em razão disso, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Instituto responsável por este levantamento estatístico, divulgou – no dia 27 de agosto passado - as Estimativas do total da População residente nos 5.570 municípios e das Unidades Federativas do país, com data de referência em 1º de julho do ano em curso (2020).

Segundo o IBGE, o modelo empregado para estimar o total de habitantes do Brasil, por município, baseou-se na metodologia desenvolvida pelos demógrafos Madeira e Simões (1972), na qual é observada a tendência de crescimento da população no período correspondente a dois Censos Demográficos subsequentes, em relação à tendência de crescimento de uma área geográfica hierarquicamente superior (área maior).

Com relação a este último dado (tendência de crescimento demográfico), o método adotado teve como princípio a subdivisão de uma área maior, com estimativa já conhecida, em “n” áreas menores. Assim procedendo, ao final das estimativas das áreas menores, é assegurada a reprodução da estimativa, previamente conhecida, da área maior através da soma das estimativas das áreas menores.

No final deste post, eu disponibilizo o link do site do IBGE, onde todas essas informações são encontradas, inclusive, além da nota metodológica, as estimativas das populações residentes dos 5.570 municípios brasileiros e, também, das 27 Unidades Federativas do nosso país (26 estados e o Distrito Federal).

Dando prosseguimento...

De acordo com os dados divulgados pelo referido Instituto, em comparação ao ano passado (2019), a população brasileira cresceu 0,77%, chegando a 211,8 milhões de habitantes.

Tabela 1 - Fonte: Agência IBGE


Vale destacar alguns dados de relevância geográfica e estatística, tais como:

- O município de São Paulo (capital) continua ocupando a posição da cidade mais populosa do Brasil, com 12.325.232 milhões de habitantes.

- A cidade do Rio de Janeiro também permaneceu na mesma posição de anos anteriores, ou seja, com 6.747.815 de habitantes, ela é a segunda cidade mais populosa do país.

Observações: São Paulo continua sendo - simultaneamente – uma megacidade e cidade global, enquanto a do Rio de Janeiro é classificada apenas como cidade global.

Os conceitos de megacidade e de cidade global se encontram no âmbito da hierarquia urbana (rede urbana) e, sob este contexto, o primeiro conceito (megacidade) é meramente populacional, se referindo a cidades com mais de 10 milhões de habitantes, enquanto o de cidade global envolve a noção de centro urbano de influência internacional. Consideradas também como “metrópoles mundiais”, estas ocupam o topo da hierarquia urbana.

- Ocupando o terceiro, quarto e quinto lugar, neste ranking, entre os municípios mais populosos se encontram, respectivamente, Brasília (3.055.149 milhões), seguido por Salvador (2.886.698 milhões) e Fortaleza (2.686.612 milhões).

- Neste universo de 5.570 municípios, 49 cidades brasileiras apresentam mais de 500 mil habitantes, enquanto 17 municípios apresentam um número total superior a um milhão de habitantes, o que equivale a 21,9% da população brasileira. Neste contingente, 14 são capitais estaduais.

- Há uma década, de acordo com o Censo de 2010, a população brasileira era na ordem de 190.732.694 habitantes, com data de referência em 1º de agosto. E este registrou que a população de 38 municípios era superior a 500 mil pessoas e que apenas 15 deles possuíam mais de 1 milhão de habitantes.

- Nesta mais recente estimativa (2020), os municípios que apresentaram os mais baixos números de habitantes foram Serra da Saudade (MG), 776 habitantes, seguido por Borá (SP), com 838 habitantes, Araguainha (MT), com 946 habitantes e Engenho Velho (RS), com 982 habitantes.

- O conjunto das 27 capitais (dos 26 estados e do Distrito Federal) supera os 50 milhões de habitantes, o que representa 23,86% da população total do Brasil. No período de 2019 a 2020, a maior taxa de crescimento geométrico registrada foi em Boa Vista, capital de Roraima, com 5,12%, enquanto o menor crescimento se deu na capital do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, em 0,30%. No entanto, o conjunto dos municípios das capitais apresentou taxa de crescimento geométrico de 0,84%, acima da taxa do país (0,77%).

- Entre as regiões metropolitanas mais populosas, como haveria de se esperar, a de São Paulo lidera com 21,9 milhões de habitantes, seguida pelas regiões metropolitanas do Rio de Janeiro e Belo Horizonte, com 13,1 milhões e 6,0 milhões de habitantes, respectivamente. Considerando em quarta posição, a Região Integrada de Desenvolvimento (RIDE) do Distrito Federal e Entorno, com 4,7 milhões de pessoas.

- Foi observado também que as taxas de crescimento das maiores regiões metropolitanas do país (São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Fortaleza, Recife e Salvador) são levemente menores que a média do país. O crescimento verificado no município principal, isto é, sede da região metropolitana, foi mais baixo do que o registrado nos municípios integrantes a esta.

- As taxas de crescimento negativas, que denotam uma redução da população, foram verificadas em 1.565 municípios, ou seja, em 28,1% do total das cidades brasileiras.

- No ranking das Unidades Federativas (estados e Distrito Federal), São Paulo também lidera como o estado mais populoso, contabilizando 46,3 milhões de habitantes e concentrando 21,9% da população total do país. Em seguida tem-se Minas Gerais, com 21,3 milhões de habitantes e Rio de Janeiro, com 17,4 milhões de habitantes.

- Em termos de estados menos populosos, as estimativas apontam Roraima, Amapá, Acre, Tocantins e Rondônia, todos localizados na região Norte, os quais, juntos, somam cerca de 5,7 milhões de pessoas.
  
Em termos regionais, a região Sudeste continua sendo a que concentra o maior contingente populacional, contabilizando mais 89 milhões de habitantes, seguida pelo Nordeste com cerca de 57, 4 milhões de pessoas, a região Sul, com mais de 30 milhões de habitantes, a região Norte, com cerca de 18,6 milhões de pessoas e, a menos populosa em relação as cinco regiões brasileiras, a região Centro-Oeste, com aproximadamente 16,5 milhões de habitantes.

Estimativas da População Residente por estado e região 
(data de Referência em 1° de julho de 2020)

. REGIÃO NORTE
Unidades Federativas (Estados)
Número de Habitantes
1. Acre
894.470
2. Amapá
861.773
3. Amazonas
4.207.714
4. Pará
8.690.745
5. Rondônia
1.796.460
6. Roraima
631.181
7. Tocantins
1.590. 248


POPULAÇÃO TOTAL
18.672.591 hab.

Unidades Federativas (Estados)
Número de Habitantes
1. Alagoas
3.351.543*
2. Bahia
14.930.634*
3. Ceará
9.187.103*
4. Maranhão
7.114.598
5. Paraíba
4.039.277
6. Pernambuco
9.616.621*
7. Piauí
3.281.480*
8. Rio Grande do Norte
3.534.165
9. Sergipe
2.318.822*


POPULAÇÃO TOTAL
57.374.243 hab.

Unidades Federativas (Estados)
Número de Habitantes
1. Paraná
11.516.840
2. Rio Grande do Sul
11.422.973
3. Santa Catarina
7.252.502


POPULAÇÃO TOTAL
30.192.315 hab.

. REGIÃO SUDESTE
Unidades Federativas (Estados)
Número de Habitantes
1. Espírito Santo
4.064.052
2. Minas Gerais
21.292.666
3. Rio de Janeiro
17.366.189
4. São Paulo
46.289.333


POPULAÇÃO TOTAL
89.012.240 hab.

. REGIÃO CENTRO-OESTE
Unidades Federativas (Estados e Distrito Federal)
Número de Habitantes
1. Goiás
7.113.540* 
2. Mato Grosso
3.526.220
3. Mato Grosso do Sul
2.809.394


4. Distrito Federal
3.055.149* 


POPULAÇÃO TOTAL
16.504.303  hab.
 * Ocorreram diferenças nos números de pessoas em virtude de alteração de limites entre municípios na fronteira interestadual. Maior detalhamento vide site indicativo abaixo.

. Fontes:

. IBGE divulga estimativa da população dos municípios para 2020 – Agência IBGE

Tabelas de estimativas populacionais para os municípios e para as Unidades da Federação brasileiros em 01.07.2020 - Acesso a documento publicado no Diário Oficial da União - em Pdf - IBGE

quarta-feira, 9 de setembro de 2020

7 de Setembro: Independência de Quê e de Quem?

Imagem capturada na Internet
Fonte: Pixabay

Embora, eu não tenha publicado nada a respeito, a data comemorativa da Independência do Brasil não foi ignorada por mim. No dia, eu estava atarefada com a preparação das aulas on line de 3ª feira e, também, terminando os dois posts sobre “Setembro Amarelo”, que eu estava escrevendo para publicar no dia seguinte.

Como estou dando aula na 3ª, 4ª e 5ª feiras para turmas de 6 níveis de escolaridade diferentes, consequentemente, eu não parei em função das outras aulas.

E, no meu “canto de trabalho”, eu não fico só, o rádio é a minha constante companhia, sempre foi! E, não querendo fazer propaganda, mas é fato, eu só escuto a rádio JB FM/RJ (99,9) e, neste dia, 7 de setembro, eu ouvi o jornalista Alex Campos, no Painel Econômico, comentando sobre esta data comemorativa. Afinal, era 2ª feira, dia 7 de setembro...

Eu adoro a maneira como ele aborda os assuntos, temas tão sérios e, muitas das vezes polêmicos, de forma profunda e inteligente. O seu desfecho é a sua marca registrada... “Eu sou Alex Campo. Bom dia e boa sorte!

Neste caso do dia 7 de setembro, foi “(...) Bom feriado e boa sorte!”.

Em razão da sua abordagem brilhante acerca da referida data e do que estamos vivenciando, em geral, em todos os segmentos da sociedade, eu optei por reproduzir o seu texto, na íntegra.

Quem quiser ouvir o áudio é só acessar o link disponibilizado abaixo desta.

 7 de Setembro! Viva a Independência!
                                          Alex Campos

 Parabéns, brasileiros, por mais este 7 de Setembro, a data de nascimento oficial da nossa Pátria.

Para quem não se lembra, o que se comemora hoje é a Declaração da Independência do Brasil.

Até então éramos subordinados ao Império Português. Isso foi em 1822, há quase 200 anos.

Portanto, é um dia bom para falar de liberdade, no meu caso, preferencialmente, liberdade de expressão.

Liberdade de expressão deveria servir hoje apenas para conciliar ideias, aproximar percepções e estimular conscientização, mesmo que não resulte em consenso, mas pelo menos em divergência educada.

Liberdade de expressão não pode servir para proteger injúria, calúnia, difamação, notícias falsas, ataques à honra, atentados à reputação ou ameaças de morte.

Liberdade de expressão não pode servir para patrocinar ódio, rancor, racismo, homofobia, preconceito e discriminação.

Liberdade de expressão não é liberdade de desinformação em massa, com fins destrutivos, hediondos e medonhos.

Liberdade de expressão não existe para linchar, eliminar, cancelar, nem exterminar quem pensa diferente.

Liberdade de expressão não pode servir para validar o absolutismo, o obscurantismo, o negacionismo. Não se pode negociar com o negacionismo. Não se pode dialogar com a leviandade, não se pode dar voz a mentiras.

É incrível que quase 200 anos depois o Brasil ainda não tenha declarado independência de tudo isso, de tanta e tamanha incivilidade.

Em 1822, nos livramos do Império Português. Em 2020, precisamos nos livrar dos Impropérios da Insensatez – precisamos nos melhorar como Nação!

terça-feira, 8 de setembro de 2020

Setembro Amarelo, Ano Inteiro Amarelo (Parte II)

Imagem capturada na Internet

Mas, afinal, por que “Setembro” foi escolhido para ser o mês da Campanha de conscientização e de prevenção do suicídio? E, por que esta Campanha ficou conhecida por “Setembro Amarelo”?

Tudo tem a ver com uma tragédia vivenciada pela família Emme, em 1994, nos Estados Unidos, a qual está completando 26 anosHOJE (08/09)!

No dia 08 de setembro de 1994, um jovem de apenas 17 anos de idade, da cidade de Westminster, no Colorado (EUA), Michael Emme, cometeu suicídio, tirando a sua própria vida com uma arma de fogo. 

Imagem capturada na Internet
Fonte: FlatOut

A sua morte trágica teve grande repercussão ao ponto de mobilizar e iniciar uma das mais importantes campanhas pela vida e de prevenção ao suicídio.

cor amarela tem a ver também com o mesmo fato, no entanto, esta envolve a existência e a paixão por um carro antigo e também da “fita amarela” que virou o seu símbolo.

Campanha original, que deu origem ao Setembro Amarelo, compete ao Programa Yellow Ribbon, que em português significa “Fita Amarela”. Este foi criado em 1994, pelos pais e amigos do jovem Michael Emme (ou Mike), no mesmo ano em que ele se suicidou com um tiro.

Sete minutos depois (11:52 pm ou 23h52), seus pais, Dale e Darlene Emme, chegaram em casa e o encontraram já morto dentro do carro. Estes desconheciam as razões de sua atitude extrema. Algumas fontes de pesquisa mencionam que ele e a namorada haviam rompido, de modo recente, o namoro e que este poderia ser a causa do suicídio do jovem rapaz. Mas, não encontrei nada a respeito no site do Programa de ajuda da família (Yellow Ribbon) que confirmasse tal informação.


Imagem extraída da Internet
Fonte: Paulo Alencar

Michael Emme era muito querido por todos e um grande admirador do carro de marca Mustang. Ele comprou um velho Ford Mustang (1968) e o restaurou totalmente, sozinho, graças as suas grandes habilidades mecânicas. Em seguida, ele o pintou de amarelo. Por esta razão, ele ficou conhecido por seu apelido Mustang Mike.

Segundo as fontes de pesquisa, Mike era um bom rapazamoroso, generoso, humorado e que adorava ajudar as pessoas. Mas, apesar de todos esses predicados, no momento mais crítico de sua vida e de tomada de decisão infortuna, sem ninguém saber de suas reais intenções, o seu Mustang serviu de cenário para a consumação do seu ato suicida.  

Sendo assim, no dia 08 de setembro de 1994, às 11:45 pm (23h45), no interior do seu Mustang amarelo, parado na frente da garagem de sua casa e ao terminar de escrever um bilhete, destinado aos seus pais, o jovem Michael Emme se matou com uma arma de fogo, atirando contra si mesmo.  

O bilhete mencionado foi encontrado próximo ao seu corpo e o texto dizia “Não se culpem, mamãe e papai, eu amo vocês. Com amor, Mike 11:45 pm.

Se os seus pais e amigos tivessem percebidos e/ou soubessem dos problemas por quais o jovem estava passando, com certeza, a sua morte teria sido evitada. Em um momento de desespero, por não se abrir e pedir ajuda, Mike Emme perdeu a vida, abalando a todos e não só à família.

De acordo com alguns estudos, os casos de suicídio impactam diretamente, pelo menos, sessenta pessoas, próximas à vítima (PENSO e SENA, 2020).

Mas, se por um lado, o suicídio de Michael Emme foi algo de difícil aceitação e muito triste, por outro lado, serviu de “instrumento” para engendrar o Programa Yellow Ribbon (Programa Fita Amarela), iniciativa de seus pais e amigos, voltado para prevenção ao suicídio entre jovens.

Tudo começou, quando os seus amigos - reunidos para consolar a família e também uns aos outros - discutiam acerca do suicídio de Michael e a mãe deste, Srª Darlene Emme sugeriu a criação de lembranças que pudessem reavivar o seu filho para serem entregues durante o funeral. Os amigos escolheram a cor amarela em referência, justamente, à cor daquilo que Mike mais adorava, o seu velho Mustang amarelo.

E quando os amigos perguntaram, à mãe de Mike, o que eles poderiam fazer, ela respondeu: “não façam isso, não tentem o suicídio. Se você está neste ponto de dor/desespero, por favor, peça ajuda!

Essas frases foram anotadas por eles e serviram para serem transcritas em cartões, como mensagens de ajuda.

Na noite anterior aos serviços fúnebres de Mike, os amigos confeccionaram 500 cartões, nos quais adicionaram fitas amarelas.

Durante as celebrações do funeral, todos cartões ficaram acondicionados em um cesto e, no final dos cultos, eles perceberam que não sobrou nenhum. Os cartões foram levados pelas pessoas, se espalharam pela comunidade e, também, para outros estados do país.

Em poucas semanas, os resultados desta iniciativa em prol dos jovens que estão precisando de ajuda, começaram a aparecer. Os cartões fizeram com que muitos – até então nas sombras da depressão e do silêncio – tomassem coragem para expor a sua necessidade de ajuda. Até um professor de outro estado relatou ter recebido um cartão de uma aluna, solicitando o mesmo. Diversos adolescentes se manifestaram, através dos cartões e, também, de cartas, buscando socorro aos pais do Michael Emme.

Sob um efeito multiplicador, outras pessoas ligaram para saber como poderiam ajudar os adolescentes de sua região ou como poderiam dar continuidade à Campanha.

A partir disso, a Yellow Ribbon se tornou um programa de prevenção ao suicídio pautado no pedido de ajuda através dos cartões e das fitas amarelas.

Além de símbolo do programa/campanha, a fita amarela passou a ser usada, também, pelos adolescentes para amarrar os cabelos e/ou prendê-las às roupas no dia de aniversário de morte de Mike Emme (08 de setembro).

Esta imagem, abaixo, é do cartão original do Programa Yellow Ribbon (extraída de Revista FlatOut)


(Tradução feita por mim através do serviço de tradução on line)

 Esta fita é uma linha de vida! Traz a mensagem de que existem aqueles que se importam e ajudarão! Se você está precisando e não sabe como pedir ajuda, leve este cartão a um conselheiro, professor, clero, médico, pais ou amigo e diga:
“Eu preciso usar minha fita amarela”
O programa da fita amarela é em memória amorosa de Michael Emme.

Segundo consta nas fontes de pesquisa, o coração existente no meio da fita simboliza os sobreviventes que continuam ativos, mesmo com os corações partidos, eles se encontram nutridos e rodeados pela família Fita Amarela para ajudar os outros, salvar vidas e trabalhar em memória dos entes queridos. Sendo as vozes daqueles não podem falar.

Até hoje, os pais de Michael Emme – através do Programa Yellow Ribbon – dão palestras, oferecem treinamentos e apresentações. 

Não se esqueçam de fazer a sua parte também neste Setembro Amarelo e ano inteiro. Alguém está precisando falar e ser ouvido. Não importa a idade e a relação estabelecida entre vocês dois. Ele só precisa falar e ter com quem conversar.

Muitas das vezes, o filho “pede” socorro – através até mesmo por seu comportamento – e, nós, pais, acabamos deixando de lado, ignorando os seus “apelos”. Muitos alegam não ter tempo, que estão ocupados, mas arrumam este quando o interesse é ver novela, jogo de futebol ou outro programa na TV.

É importante ficar atento aos sinais, às linguagens não verbais. Nem sempre tristeza é depressão, mas é preciso verificar a sua constância. Faça a sua parte!

Como ouvi uma vez e gostei, pois é a pura verdade...

“A vida é algo que passa, enquanto estamos ocupados 
com outras coisas”.
  
Fontes de Consulta

. ALENCAR, Paulo. Movimento mundial setembro amarelo estimula prevenção do suicídio – Paulo Alencar

. Setembro Amarelo: como um Ford Mustang 1968 inspirou a campanha de prevenção ao suicídio - Revista FlatOut

Setembro Amarelo, Ano Inteiro Amarelo (Parte I)


Imagem capturada na Internet

A palavra suicídio (...) 
não é um ato de coragem e nem de covardia,
é um ato de desespero.

E por ser um ato de desespero, precisamos ficar atentos à situação e aos possíveis sinais comportamentais, pois a pessoa necessita de ajuda, de apoio da família, dos amigos e, dependendo de sua gravidade, precisará do auxílio de um profissional especializado, um psicólogo ou psiquiatra. O ideal seria que ele tomasse a iniciativa e falasse, conseguindo expor os seus sentimentos e os problemas que o atormentam...

Ao mesmo tempo, tocar no assunto ou estimular as discussões acerca do mesmo é algo muito complicado, pois além deste ainda ser considerado um grande tabu em muitos países, inclusive, no nosso, a sua explanação pode surtir efeito contrário e acabar incitando a sua prática. O que está longe das minhas intenções!

Não vou negar que, por conta disso, eu demorei muito para decidir acerca da publicação deste artigo... Além disso, tive muitas dificuldades em encontrar levantamentos mais atualizados, o que me fez descobrir que isso faz parte da abrangência restrita que envolve o seu universo.

Na próxima 5ª feira, dia 10 de setembro, comemora-se o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio, o qual foi constatado, em 2019, como a segunda causa de morte no mundo, entre os adolescentes e jovens (15 a 29 anos), segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), só perdendo para as mortes por acidente de trânsito.

Considerado um problema de saúde pública e um fenômeno social mundial, a prática do suicídio – embora, com certa variação - ocorre em todas as faixas de idades e classes sociais, podendo ser motivadas por diferentes razões (depressão, dificuldades financeiras, solidão, Bullying, drogas, perdas afetivas, histórico familiar de suicídio, entre outros). 

De acordo com o Boletim Epidemiológico sobre Suicídio, publicado em 2017, pelo Ministério da Saúde, no período compreendido entre 2011 e 2016, em nosso país, 62.804 pessoas tiraram suas próprias vidas, sendo a maior parte do sexo masculino (79%), enquanto as mulheres perfizeram os 21% do geral.

Nas tentativas de cometer o suicídio, sem haver a sua consumação, as mulheres são a maioria. Das 48.204 pessoas que tentaram tirar a própria vida, no período levantado (2011 a 2016), 69% eram mulheres e 31% homens. A proporção de tentativas de caráter recorrente, mais de uma vez, também foi maior entre o sexo feminino

Neste universo, os idosos, na faixa de 70 anos a mais, foram os que apresentaram as maiores taxas, contabilizando 8,9 suicídios para cada 100 mil habitantes. 

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Fonte: Agenda Estratégica de Prevenção do Suicídio 

De acordo com a Sra Fátima Marinho, Diretora do Departamento de Vigilância de Doenças e Agravos Não-Transmissíveis e Promoção da Saúde, as taxas entre os idosos vêm aumentando, pois é o grupo que mais sofre com doenças crônicas, com a depressão e, também, com o abandono familiar. Segundo a mesma, esse quadro entre os idosos vem sendo observado no mundo todo.

Outro aspecto a ser apontado, em relação aos dados do referido Boletim, é a questão do aumento dos registros de casos entre os povos indígenas.

Eu já tinha certa noção destas ocorrências, pois fui responsável por uma turma do Ensino Médio que apresentou o tema “Os Desafios dos Índios Brasileiros na Contemporaneidade”, no âmbito do Projeto Étnico-Cultural do Colégio Estadual Profa Sonia Regina Scudese, no ano passado (2019).  

E um dos Grupos da mesma turma, junto a outras questões pertinentes aos desafios enfrentados por estas populações, explanou acerca dos casos de suicídios entre os índios brasileiros.

Em comparação a média nacional que foi de 5,7 óbitos para 100 mil habitantes, os casos de mortes provocadas (suicídios) nas aldeias indígenas foram quase três vezes maiores, isto é, registrou-se 15,2 óbitos para 100 mil habitantes




Imagem capturada na Internet
Fonte: Agenda Estratégica de Prevenção do Suicídio 

Destes registros, a proporção de óbitos de crianças e adolescentes indígenas (10 a 19 anos) foi na ordem de 44,8%, o que equivale aproximadamente 6,8 óbitos.

Isso, na verdade, é muito grave e preocupante, pois – conforme afirma a Sra Fátima Marinho, “o alto risco de suicídio entre jovens indígenas compromete o futuro dessas populações, já que elas também há um alto risco de mortalidade infantil”.

Além dessa realidade dos grupos indígenas, o número crescente de suicídios infantis nas áreas urbanas vem preocupando as autoridades e, principalmente, os especialistas. Embora, estas ocorrências sejam mais raras, elas estão acontecendo e, por isso, aumentam as preocupações quanto a não percepção prévia do problema e a imediata intervenção de um adulto na prevenção, seja por meio de diálogos abertos e/ou por meio de tratamento com um profissional capacitado (psicólogos ou psiquiatras).  

Diferente do que o senso comum da maioria das pessoas imagina,
o suicídio não está ligado à gravidade ou quantidade de problemas,
mas, sim, à intensidade do sofrimento
e os recursos emocionais para lidar com a dor.
Neste sentido, conseguimos entender a razão
de crianças e adolescentes estarem mais
propensos e vulneráveis a recorrerem ao suicídio.”

Embora, as crianças e adolescentes sejam considerados mais vulneráveis, assim como os da Terceira Idade (idosos), os casos de suicídios atingem todas as faixas de idades e, como sabemos, as pessoas propensas a cometer suicídio, em geral, se encontram em um quadro de estado depressivo.  

Dita como doença silenciosa, o indivíduo com depressão não é de falar abertamente, ao ponto de expor os seus problemas, nem mesmo, às pessoas mais próximas (familiares, amigos e outros) e, por isso, mergulha cada vez mais no seu mundo interior, oculto e solitário.

Contudo, mediante a essas dificuldades de comunicação verbal, os especialistas advertem que os responsáveis, amigos e outros adultos mais próximos devem ficar atentos à linguagem e sinais não verbais (músicas, desenhos, poemas, tipo de roupa etc.), bem como a alguns sintomas indicativos de um possível quadro depressivo, como por exemplo, isolamento, tristeza profunda, alteração no humor e no apetite.

Como fenômeno social mundial, o Brasil também figura no ranking dos países com taxas de suicídios, mas a falta de levantamentos mais recentes não me permite assegurar a sua atual posição do país nesta relação. O que encontrei, até de publicação mais atuais, fazem referências a números de anos anteriores (no máximo, de 2016).

Até mesmo, o ranking dos países com os maiores índices de suicídios no mundo, apresentado no Relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2018, no qual o Brasil aparece em oitavo lugar, atrás da Índia, China, EUA, Rússia, Japão e Paquistão, os números são referentes a um levantamento realizado em 2014, assim como outros de 2016.

Junto a esta falta destes dados mais atualizados, não devemos desconsiderar que a tendência, na conjuntura atual, é que o número de casos deve ter aumentado devido à pandemia do Novo Coronavírus. A própria Organização Mundial da Saúde (OMS) afirma que bilhões de pessoas, no mundo todo, que foram afetadas direta e/ou indiretamente pela Covid-19 sofrerão um impacto negativo em sua saúde mental e que, isso, poderá acarretar um aumento do número de suicídios.

Essa baixa disponibilidade e qualidade dos dados tanto de suicídio quanto de tentativas de cometê-lo implicam na falta de dados mais atualizados. Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/Brasil) isso se deve, sobretudo, a sensibilidade do assunto e a ilegalidade do comportamento em alguns países. Daí ser plausível haver a subnotificação e, também, a sua má classificação dos casos.

A OPAS destaca que a melhoria na vigilância e no monitoramento tanto do suicídio quanto das tentativas são fundamentais como medidas estratégicas de prevenção. Cabendo a cada país, com suas diferenças peculiares em termos de padrões de suicídios e características, melhorar a sua a abrangência, qualidade e resposta precoce quanto às taxas pertinentes ao suicídio e acrescenta:
                                                                                                   “Isso inclui o registro vital do suicídio,
registros hospitalares de tentativas de suicídio e
inquéritos nacionalmente representativos
que coletem informações das tentativas de suicídio auto relatadas.”
  
Independente de termos acesso ou não aos números de casos tanto de suicídios quanto de tentativas de cometê-los é preciso fazermos algo na direção de sua abordagem preventiva. Daí a importância de tocarmos no assunto, em especial, neste mês de setembro, como meio de conscientização e de prevenção à chamada “ideação suicida” (pensamentos suicidas), sobretudo, em pessoas já com quadro depressivo.

No entanto, vale ressaltar que, embora a campanha Setembro Amarelo esteja em curso, neste mês, o assunto por ser sério e grave, torna-se de fundamental importância discorrer sobre a prevenção do suicídio durante todos os doze meses do ano, ou melhor dizendo, “Setembro Amarelo, Ano Inteiro Amarelo”.

Segundo estudo realizado pela UNICAMP, em algum momento da vida, 17% dos brasileiros cogitaram em acabar com à própria vida e, desses, 4,8% chegaram a planejar como o fariam. Daí a importância de não ficarmos calados e de braços cruzados!

De acordo SAMPAIO & TELLES-CORREA (2013 apud PEREIRA, 2020), o comportamento suicida envolve três momentos, isto é, a ideação suicida (pensamentos e desejos suicidas), a tentativa de suicídio (considerá-lo) e suicídio (consumação do ato).

E, como mencionei anteriormente, a tendência da situação é piorar em face aos efeitos da pandemia da Covid-19, quando bilhões de pessoas, no mundo todo, foram afetadas direta e/ou indiretamente pela doença, seja pelo confinamento em casa mediante as medidas protetivas de isolamento social e de quarentena, seja pela perda afetiva de um ente querido pela doença, seja pela perda de emprego, entre outros fatores.

Não restam dúvidas que esse período, atual, acarretou e acarretará um impacto negativo na saúde mental das pessoas, sobretudo, em termos de quadros de ansiedade e de depressão.

Isso pode ser comprovado, estatisticamente, através de um levantamento junto aos profissionais ligados à área de Saúde Mental, como os psicólogos e psiquiatras. A procura para tais serviços especializados aumentou muito, sendo realizados, majoritariamente, on line por “vídeo chamadas”.

“Se a pessoa já tinha tendências depressivas,
vai piorar. O medo do desconhecido desse vírus,
a perda de pessoas queridas, economia e
outros fatores precipitam um número maior
de pessoas depressivas e ansiosas”
(Psicólogo Sérgio Fonseca – Diário do Rio Doce)

O Brasil é signatário do Plano de Ação em Saúde Mental, lançado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), em 2013, que tem como meta a redução em 10% da taxa de suicídio até este ano (2013-2020).

Sob a esta mesma direção em termos de prevenção, o governo brasileiro assinou o Plano de Ação em Saúde Mental 2015-2020, apresentado pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), com o objetivo de acompanhar o número anual de mortes e o desenvolvimento de programas preventivos.

Entre as ações do Ministério da Saúde, objetivando proteger e reduzir os riscos de suicídio, está a criação de Centro de Atenção Psicossocial (Caps), que oferece assistência a pessoas com necessidade de tratamento em Saúde Mental, com quadro de depressão, ansiedade, transtorno afetivo bipolar, transtorno obsessivo-compulsivo, esquizofrenia, além daquelas com necessidades decorrentes do uso e abuso de drogas (álcool, crack e outras).

Outra iniciativa em prol deste Plano de prevenção e redução do suicídio foi firmar, em 2015, uma parceria com o Centro de Valorização da Vida (CVV), que oferece serviço gratuito de apoio emocional e prevenção do suicídio para todas as pessoas que querem conversar. Realizado sob total sigilo e anonimato, os serviços são oferecidos por telefonepresencialmente e on line (via Internet).

E foi por iniciativa do Centro de Valorização da Vida (CVV) em conjunto com o Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP)No Brasil, que a Campanha Setembro Amarelo teve início no Brasil, em 2015, visando promover não só o diálogo sobre o suicídio com a sociedade, como também a conscientização (quebrar o tabu sobre o assunto) e a sua prevenção.

Brasília, capital do país e do Distrito Federal, foi a primeira cidade a promover a campanha Setembro Amarelo. No ano seguinte (2016), outros estados também passaram a aderir ao movimento no sentido de reforçar a importância do diálogo e a prevenção do suicídio.

Por isso, se você apresenta algum sintoma de depressão e/ou pensamentos suicidas ou, ainda, se conhece alguém nesta situação, não hesite, busque ajuda ou o oriente a procurar.

O mais importante é falar e expor os seus sentimentos e problemas a uma pessoa amiga ou próxima a você.

Por telefone, basta ligara para o número 188 (24 horas e sem custo de ligação). Pessoalmente, o CVV dispõe de mais de 120 postos de atendimento (para achá-los, clique AQUI!). Mas, como estamos em plena Pandemia da Covid-19, os serviços presenciais se encontram suspensos. Pela Internet através do seu site - www.cvv.org.br - por chat ou por e-mail.

Ou ainda melhor, buscar ajuda a um profissional especializado na área de saúde mental (psicólogo ou psiquiatra). Como mencionei anteriormente, devido a conjuntura atual de Pandemia, a maioria está trabalhando em Home Office, ou seja, on line por “vídeo chamadas”.

Escolha a melhor opção para você, mas não deixe de lado ou ignore aquele que se encontra depressivo, triste e isolado. Ele precisa de ajuda!

Ah, já ia me esquecendo... Não se esqueçam de fazer a sua parte também nesta Campanha Setembro Amarelo, ou seja, mesmo em isolamento social, em casa, exponha algo na tonalidade amarela, seja uma lâmpada amarela acesa à noite, seja um tecido desta cor pendurado na janela ou, quando sair na rua, você pode variar com uma fita presa na roupauma das peças da vestimenta ou até a própria máscara. O importante é que a cor seja amarela para enfatizar o sentido da Campanha Setembro Amarelo, que é conscientização e a prevenção do suicídio!  

Fontes de Consulta

. Campanha Setembro Amarelo - Centro de Valorização da Vida (CVV)

. Folha informativa: Suicídio, 2018 - Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/Brasil)

. LIMA, Eduardo. Psicólogos explicam como isolamento e pandemia podem causar depressão, 2020 – Diário do Vale do Rio Doce

Mortes por Suicídio/Brasil 2011-2016 – Agência Brasil,2017

. Pandemia por Covid-19 e o risco de suicídio – Portal PEBMED

. PENSO, Maria Aparecida e SENA, Denise Pereira Alves de: A desesperança do jovem e o suicídio como solução - Revista Sociedade e Estado – Volume 35, N° 1, Janeiro/Abril 2020

. PEREIRA, Edileide da Silva. A Ideação Suicida no Paciente Depressivo: Uma Intervenção Preventiva na Perspectiva da Terapia Cognitivo-Comportamental, 2020 - MultidisciplinaryScientific Journal – Núcleo do Conhecimento

. Suicídio entre crianças e adolescentes: um drama constante - MundoPsicologo

terça-feira, 1 de setembro de 2020

Ciclo da Violência Doméstica e Familiar


Ciclo da Violência
Imagem capturada na Internet
Dando prosseguimento a esta questão do aumento e agravamento dos casos de violência contra a mulher, neste período da Pandemia da Covid-19, o Juiz Titular da 1ª Vara de Violência Doméstica e Familiar do Mato Grosso, Jamilson Haddad, resumiu de forma bem clara a situação atual (Consultor Jurídico):

“O medo da pandemia paira na população em geral e agrava o medo. O medo enfraquece a capacidade da pessoa, gera paralisação. A dificuldade para fazer uma denúncia contra o companheiro agora é maior, mais estressante. Essa mulher tem um medo qualificado. Ela tem medo de adoecer, de sair de casa, tudo isso somado ao medo natural de romper com um ciclo conhecido”

Medo de romper ou sair definitivamente do “Ciclo conhecido”, ou seja, do Ciclo da Violência que ela está habituada a sofrer sob uma relação abusiva, na qual o abusador pode ser o seu esposo, o seu companheiro, o seu pai, o seu filho ou qualquer outra pessoa sujeita a provocar situações conflituosas com a vítima. Manipulando-a e a controlando frequentemente, além das ameaças e/ou agressões físicas.  

De acordo com a psicóloga norte-americana Lenore Walker, as agressões cometidas, no âmbito doméstico e sob um contexto conjugal, fazem parte de um ciclo constantemente repetido, o chamado Ciclo da Violência que é caracterizado por três fases.

A definição mais apropriada, ao meu ver, seria “Círculo de Violência”, pois a ideia de ciclo pressupõe-se que o que teve início chega a um fim, enquanto a de “círculo”, não se pressupõe isso! Mas, quem sou eu para discutir isso agora...

FASES DO CICLO DE VIOLÊNCIA (doméstica e familiar)

1ª FASE: Aumento da Tensão
Por motivos fúteis, o agressor se mostra tenso e irritado, podendo ter acessos de raiva e ameaçar a vítima, entre outras atitudes abusivas. É bastante comum, nesta fase, que a vítima negue a situação e esconda das pessoas. Segundo Lenore Walker, esse período de tensão pode durar dias, meses ou anos e, com o seu agravamento passará à Fase 2.

2ª FASE: Ato de Violência
O agressor, descontrolado, materializa toda a tensão acumulada (durante a 1ª Fase), sob diferentes tipos de violência (física, psicológica, sexual, moral ou patrimonial).

Nesta fase, em geral, a vítima não reage, fica paralisada. A tensão psicológica é muito grande, além do medo e do ódio, ela sente vergonha, pena de si mesma, solidão, entre outros sentimentos, capazes de provocar ansiedade, insônia, fadiga constante, perda de peso etc.  

Nesta fase e, em virtude da situação mais agravante, a vítima pode tomar certas decisões que permitam o seu distanciamento do agressor, tais como buscar ajuda, abrigar-se na casa de amigos e parentes, denunciar, pedir a separação ou até mesmo, em casos extremos, atentar contra a sua própria vida (cometer suicídio).

3ª FASE: Arrependimento e Comportamento Carinhoso
Nesta fase, também conhecida como “lua de mel”, o agressor se mostra arrependido e amável com a vítima, na intenção de conseguir a reconciliação e, para provar suas intenções, este afirma até que vai mudar de comportamento.

A mulher, em geral, confusa, sente-se pressionada a conservar o relacionamento. Na maioria das vezes, impulsionada por causa dos filhos ou em razão da sociedade (dar satisfações de sua vida).

Caracteriza-se por um período relativamente calmo. A constatação dos esforços e as mudanças de atitude do agressor faz a vítima se sentir otimista e feliz. E, em face do remorso manifestado, ela acaba se sentindo responsável por ele, estreitando mais ainda a relação de dependência com ele.

É bastante comum, nesta fase, haver um misto de sentimentos que acabam confundindo a vítima, como a ilusão, o medo e a culpa. E, como viver sob um círculo ou ciclo repetitivo, a tensão volta e, depois, a violência doméstica, tal como as fases iniciais.

Os especialistas advertem que, em alguns casos, a violência doméstica pode acontecer sem seguir esta ordem sequencial das fases e até terminar em Feminicídio (homicídio qualificado da mulher).  

Daí a importância do rompimento do Ciclo da Violência pela própria vítima, se libertando desta relação abusiva e doentia do seu agressor.

Fonte de Consulta: Instituto Maria da Penha