terça-feira, 15 de novembro de 2022

Data 15/11/2022: População Mundial Ultrapassa a Marca de 8 bilhões de habitantes

Imagem capturada na Internet
Fonte: InfoEscola
Arthimedes/Shutterstock.com

 

A população mundial ultrapassou a marca dos 8 bilhões de habitantes. Esta notícia – divulgada pela Organização das Nações Unidas (ONU) - foi manchete nos principais meios de comunicação, hoje.  

Um marco histórico e, ao mesmo tempo, bastante desafiador mediante as incertezas do futuro em face a nossa responsabilidade na esfera política, econômica, social, ambiental e cultural.  

Pois, não podemos negar a realidade socioeconômica de muitos países e até mesmo a nível mundial...  

Como já mencionei, neste espaço, se levarmos em conta os níveis de degradação ambiental e seus impactos negativos sobre a população e o meio físico, quer seja em termos de disponibilidade de água potável (escassez e mau uso), de terras agricultáveis (avanços da desertificação e aumento das terras estéreis), terras produtivas com cultivos voltados para outros fins (fontes de energia alternativas, ração para animais etc.) quanto à interferência direta e/ou indireta no Aquecimento Global, no aumento do desemprego (conjuntural, estrutural ou tecnológico), da pobreza, entre outros aspectos intrínsecos, o cenário mundial – daqui algumas décadas - se mostra um tanto quanto obscuro.  

Este aumento da população é fato real e preocupante...  Até porque, a população cresce, mas a Terra, não!  

O lado otimista deste cenário é que o crescimento demográfico se encontra em processo de desaceleração, tendo em vista as taxas de fecundidade e, consequentemente, de natalidade nos países desenvolvidos serem baixas e, nos países em desenvolvimento, as mesmas já estarem sofrendo redução.  

O problema consiste nos países subdesenvolvidos, onde as taxas de fecundidade e de natalidades são elevadas. Os países pobres serão os mais afetados com as adversidades ambientais e socioeconômicas.   

 De acordo com a publicação da BBC, o planeta poderá levar 15 anos para chegar à marca de 9 bilhões de habitantes, lembrando que levamos 11 anos para alcançar a marca atual. Segundo a mesma, a Organização das Nações Unidas (ONU) não tem expectativa que a população mundial chegue a 10 bilhões até o ano de 2080.  

Nesta discussão, não podemos ignorar um outro dado demográfico, que é a expectativa de vida elevada nos países desenvolvidos e, em muitas nações em desenvolvimento.     

Os problemas quanto à alimentação afetam a todos, quer seja em termos de produção e de acesso. É preciso rever os aspectos ligados à sustentabilidade e vulnerabilidade do planeta, pois caminhamos para a total insustentabilidade social, econômica, cultural, política e ambiental.

Regionalização do Estado do Rio de Janeiro - Parte II

 

Atualização Cartográfica
Regionalização do Estado do Rio de Janeiro (2019)


Como foi mencionado na postagem anterior, o estado do Rio de Janeiro, composto por 92 municípios, se encontra dividido em oito Regiões de Governo, de acordo com a Lei n° 1.227/87

Vejamos algumas características principais de cada região fluminense... 


 1. REGIÃO METROPOLITANA 

22 Municípios: Belford Roxo, Cachoeiras de Macacu, Duque de Caxias, Guapimirim, Itaboraí, Itaguaí, Japeri, Magé, Maricá, Mesquita, Nilópolis, Niterói, Nova Iguaçu, Paracambi, Petrópolis (2018), Queimados, Rio Bonito, Rio de Janeiro, São Gonçalo, São João de Meriti, Seropédica e Tanguá.  

 

Centro do Rio de Janeiro
Imagem capturada na Internet (para fins ilustrativos)
Fonte: Tegra Incorporadora

- Conhecida como Grande Rio, ela é constituída pela capital do estado e todos os municípios contíguos que se integram à esta. Trata-se da região mais desenvolvida e dinâmica do Rio de Janeiro;

- Abrange mais de 75% da população de todo o estado e mais de 60% do Produto Interno Bruto (PIB) do país;

- Concentra a maior parte das indústrias fluminenses (parque industrial bastante diversificado), sendo o 2° maior polo industrial do país;

- Os municípios do Rio de Janeiro e Niterói possuem os melhores indicadores sociais;

- A cidade do Rio é o principal centro produtor e distribuidor de bens e de serviços especializados do estado (setor financeiro, comércio, educação e saúde), além de ser a sede dos governos estadual e municipal, assim como de várias Instituições públicas e privadas. Porém, desde meados de 1990, a cidade vem perdendo muitas empresas, sobretudo, por questões tributárias e de segurança pública;

- Niterói possui o melhor IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) do estado, o qual teve expansão imobiliária, comercial e de serviços após a inauguração da Ponte Rio-Niterói (1974);

- Duque de Caxias e Nova Iguaçu, assim como São Gonçalo estão se solidificando como subcentros dinâmicos da região;

- Por motivos políticos (e não geográficos), desde 2018, o município de Petrópolis passou a integrar esta Região e o turismo histórico é a sua atividade mais rendosa (Cidade Imperial);

- A região apresenta graves problemas socioambientais: sistema habitacional deficitário (aumento de submoradias e favelização); desemprego (crescimento da informalidade no emprego e no comércio/camelôs); degradação do meio ambiente; insegurança pública (altos índices de criminalidade, roubo de cargas, tráfico de drogas, conflitos armados etc.); poluição (atmosférica, das águas, sonora etc.).


2. REGIÃO SERRANA 

13 Municípios: Bom Jardim, Cantagalo, Carmo, Cordeiro, Duas Barras, Macuco, Nova Friburgo, Santa Maria Madalena, São José do Vale do Rio Preto, São Sebastião do Alto, Sumidouro, Teresópolis e Trajano de Morais. 

Nova Friburgo
Imagem capturada na Internet (para fins ilustrativos)
Fonte: Agenda Bafafá

- Apresenta bons indicadores socioeconômicos, destacando-se entre os municípios, Nova Friburgo e Teresópolis, os quais possuem grande dinamismo industrial, comercial, turístico e de serviços. A produção de hortifrutigranjeiros também se destaca, sendo estes centros de abastecimento para a Região Metropolitana do estado;

- O turismo é outra importante fonte de renda na região: turismo rural, o ecoturismo, turismo cultural (culturas alemãs e suíças/Nova Friburgo) e o turismo de comércio (polos têxteis e moda íntima). Nova Friburgo exporta lingerie para diversos países.

- Devido a sua topografia acidentada (serra), essa região sofre, esporadicamente, deslizamentos de terra e outros eventos associados à pluviosidade elevada (chuvas em abundância), à ocupação desordenada e a alta declividade do terreno.

 

3. REGIÃO DAS BAIXADAS LITORÂNEAS 

10 Municípios: Araruama, Armação de Búzios, Arraial do Cabo, Cabo Frio, Casimiro de Abreu, Iguaba Grande, Rio das Ostras, São Pedro da Aldeia, Saquarema e Silva Jardim.  

Saquarema
Imagem capturada na Internet (para fins ilustrativos)
Fonte: ABH

- Essa região é marcada pela atividade turística e pela produção de sal (salinas);

- Até a década de 60, suas principais atividades econômicas eram a pesca, a produção de laranja, a pecuária e a exploração do sal. Esta última entrou em declínio em razão da pressão dos empreendedores imobiliários e da concorrência com o sal do Rio Grande do Norte;

- Hoje, o turismo e o lazer se destacam, causando parcelamento do solo em face à especulação imobiliária (segunda residência/casa de veraneio), o que gerou grande impacto ambiental, sobretudo, nas lagoas, em consequência dos aterros, do aumento de despejos de esgotos "in natura", da proliferação de moradias em áreas de proteção ambiental, assim como em áreas de restingas;

- O fenômeno de Ressurgência em Arraial do Cabo (águas muito geladas e ricas em nutrientes) favorece a indústria pesqueira na região (alta piscosidade);

- Cabo Frio é o principal centro regional (comércio e serviços), influenciando a maioria dos municípios da região, com exceção de Cachoeiras de Macacu, Casimiro de Abreu e Rio das Ostras.

 

4. REGIÃO NORTE FLUMINENSE 

09 Municípios: Campos dos Goytacazes, Carapebus, Cardoso Moreira, Conceição de Macabu, Macaé, Quissamã, São Fidélis, São Francisco de Itabapoana e São João da Barra.  

Campos dos Goytacazes
Imagem capturada na Internet (para fins ilustrativos)
Fonte: Prefeitura Municipal de Campos

- Tradicionalmente, essa região é caracterizada pela agroindústria açucareira, favorecidas pelos solos férteis e relevo plano (planícies). Além de se manter como região produtora de cana-de-açúcar voltada para a produção de açúcar, hoje, ela se destaca também para a produção de etanol (álcool combustível), ambos cultivados em latifúndios, mecanizados;

- Nas últimas décadas, outros produtos assumiram importante papel na economia regional, o petróleo e o gás natural, extraídos da Bacia de Campos (bacia offshore). A exploração destes é o principal fator de crescimento do PIB do estado, cujas indústrias ligadas ao setor vêm crescendo cada vez mais na região;

- Destaque maior para Campos dos Goytacazes e Macaé. Aproximadamente 70% de todo o petróleo produzido no Brasil é extraído das grandes reservas petrolíferas localizadas na plataforma continental de ambos os municípios;

- Campos dos Goytacazes concentra o maior número de estabelecimentos industriais da região, destacando as indústrias de alimentos, química, transformação de produtos de minerais não metálicos e mecânica;

- Macaé desponta como um polo regional, o qual devido a extração do petróleo e de gás da Bacia de Campos, vem incrementando a indústria, mas também o crescimento acelerado e desordenado da malha urbana, com a proliferação de submoradias;

- As receitas, principalmente, de Campos dos Goytacazes, Macaé, Quissamã, São João da Barra e Carapebus - aumentaram expressivamente em razão do recebimento dos royalties do petróleo, os quais são aplicados mais em melhorias urbanísticas;

- Mais da metade da População Economicamente Ativa (PEA) da região se encontra no setor terciário (transportes, comércio e serviços), que atende à população de grande parte dos municípios do Norte e Noroeste Fluminense.

 

5. REGIÃO NOROESTE FLUMINENSE 

13 Municípios: Aperibé, Bom Jesus do Itabapoana, Cambuci, Italva, Itaocara, Itaperuna, Lajes do Muriaé, Natividade, Porciúncula, Santo Antônio de Pádua, São José de Ubá e Varre-Sai.

Porciúncula
Imagem capturada na Internet (para fins ilustrativos)
Fonte: Prefeitura de Porciúncula

- Considerada a região mais pobre do estado, esta se localizada na porção leste da Serra da Mantiqueira. O seu apogeu se deu no Ciclo do café, produto que foi substituído, após o declínio de sua produção, pela agropecuária (pecuária leiteira), sem grande expressividade;

- Com raras exceções, até hoje, a agropecuária é marcada por uma estrutura fundiária arcaica, baseada no binômio latifúndio-minifúndio, na má utilização das terras e na pecuária extensiva, as quais respondem pelo êxodo rural. Todos esses fatores, somados à fraca expansão industrial e do setor terciário (comércio e serviços), afetam negativamente as taxas de emprego na região;

- Itaperuna é o maior centro regional, exercendo influência sobre parte do Noroeste Fluminense. Santo Antônio de Pádua e Bom Jesus do Itabapoana despontam como polos regionais. Santo Antônio de Pádua tem importância na extração mineral (rochas ornamentais), que responde pela geração de emprego e renda;

- Bom Jesus do Itabapoana se torna - a cada dia - menos dependente de Itaperuna. A cidade apresenta centro comercial e de serviços especializados. Observa-se, ainda, um crescimento das atividades rurais (criação de ovinos e caprinos; pecuária leiteira e cultivo de café).

 

6. REGIÃO CENTRO-SUL FLUMINENSE 

10 Municípios: Areal, Comendador Levy Gasparian, Engenheiro Paulo de Frontin, Mendes, Miguel Pereira, Paraíba do Sul, Três Rios, Paty do Alferes, Sapucaia e Vassouras.  

Vassouras
Imagem capturada na Internet (para fins ilustrativos)
Fonte: Guia do Turismo Brasil

- Antiga região cafeeira, sua economia se apoia, hoje, na pecuária, na olericultura (produção de hortaliças, plantas aromáticas e medicinais) e no turismo. Este último vem crescendo e assumindo importância na região (hotéis-fazendas, Spa, festivais, sítios de lazer etc.);

- Outras e importantes atividades econômicas da região: Metalurgia (Três Rios), Alimentos, Mecânica, Cerâmica (Paraíba do Sul), Construção Civil (Miguel Pereira), produção do tomate (Paty de Alferes), entre outras.

- Três Rios aparece como principal centro da região, privilegiado pelo entroncamento rodoferroviário e de localização estratégica entre Minas Gerais e Rio de Janeiro;

- O município de Paraíba do Sul se destaca como polo turístico, contando com trem turístico, teatro/cinema, galeria cultural, museu ferroviário, parque de exposições e o Parque das Águas Minerais Salutaris (sais de magnésio);

- Miguel Pereira também se sobressai em termos de turismo com a inauguração, no final de outubro deste ano (2022), do maior parque dos dinossauros do mundo (Terra dos Dinos), em uma área de reserva ecológica (Mata Atlântica).

 

7. REGIÃO DO MÉDIO PARAÍBA 

12 Municípios: Barra do Piraí, Barra Mansa, Itatiaia, Pinheiral, Piraí, Porto Real, Quatis, Resende, Rio Claro, Rio das Flores, Valença e Volta Redonda.

 

Volta Redonda (Cidade do Aço)
Imagem capturada na Internet (para fins ilustrativos)
Fonte: Guia do Turismo Brasil

- Localizada no vale do rio Paraíba do Sul, seu histórico de ocupação e degradação está ligado à atividade cafeeira e, posteriormente, à industrialização. A agropecuária também se destaca na região, sendo esta uma das maiores produtoras de leite do estado;

- É a segunda região mais industrializada do estado (atrás da região Metropolitana), com destaque para o eixo Volta Redonda - Barra Mansa - Resende. É a região que mais cresce no interior do estado, devido à sua posição logística no eixo rodoviário RJ-SP-BH;

- A região conta com a presença da Companhia Siderúrgica Nacional - CSN (Volta Redonda ou Cidade do Aço), Volkswagen (Resende), Michelin (Itatiaia), entre outras;

- Em decorrência das atividades industriais em Porto Real verifica-se um crescimento urbano em Quatis e Penedo;

- Volta Redonda e Barra Mansa influenciam grande parte da região, em razão da conurbação entre elas, a partir da fundação da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), a maior indústria siderúrgica do país, da América Latina e uma das maiores do mundo;

- A industrialização gerou grandes problemas: poluição do ar e do rio Paraíba do Sul, além da expansão de submoradias e de periferias subequipadas;

- No município de Rio das Flores verifica-se forte investimento no turismo rural (antigas fazendas de café, Spa etc.), ampliação do comércio e de serviços (hospedagem, restaurantes etc.);

- Destaca-se também Penedo (Distrito de Itatiaia), a única colônia finlandesa do Brasil. Outro que se destaca é o Parque Nacional de Itatiaia, ambos fortalecendo o setor de comércio e serviços;

- Atividades como a pecuária leiteira e agricultura são desenvolvidas em Valença, Barra Mansa, Quatis e Resende.

 

8. REGIÃO DA COSTA VERDE 

03 Municípios: Angra dos Reis, Mangaratiba e Paraty.   


Paraty
Imagem capturada na Internet (para fins ilustrativos)
Fonte: Guia do Turismo Brasil

- Região de menor extensão territorial. Famosa por suas belezas naturais (praias, reservas de Mata Atlântica), ela se destaca pela atividade turística. Contando ainda com atividades naval e portuárias atreladas aos estaleiros e ao porto de Sepetiba;

- A região vem sofrendo pressão com a expansão da urbanização;

- O turismo é mais forte em Paraty e Angra dos Reis, o que dinamiza o comércio e o setor de serviços (hospedagens, restaurantes etc.);

- Paraty, anualmente (desde 2003), realiza a Festa Literária Internacional de Paraty (FLIP), que reúne muitos escritores e atrai muito o público leitor, sendo considerada um dos principais festivais literários do país e da América do Sul;

- As atividades agrícolas, aos moldes tradicionais, que se destacam são o cultivo de banana e a pesca (colônias de pescadores).

- Em Angra dos Reis, os ecossistemas locais foram – e continuam sendo – degradados pela especulação imobiliária. E é, neste município, que se localizam as únicas usinas nucleares do país, as usinas Angra I e II (a Angra III se encontra em construção);

- Mangaratiba é o único município que apresenta características diferentes, mais associadas à Região Metropolitana (da qual fez parte até 2002). O município conta com um terminal de minérios e relativo potencial turístico.

 

Fontes de Consulta

. Estado do Rio de Janeiro - Regiões de Governo. Simonsen/em PDF  

. FERNANDES, Márcio Luís. As Regiões do Estado do Rio de Janeiro.  Webartigos  

. Material Didático (particular)  

. RIBEIRO, Miguel Angelo e NUNES, Nathan da Silva. Geografia do Estado do Rio de Janeiro - Canal Cecierj (PDF) 

segunda-feira, 14 de novembro de 2022

Regionalização do Estado do Rio de Janeiro - Parte I

Imagem capturada na Internet
Fonte: Cola da Web

 

Grande parte dos alunos, sobretudo, da 3ª Série do Ensino Médio, quando abordamos o Conteúdo Programático do 4° Bimestre, questiona um dado relacionado à Regionalização do estado do Rio de Janeiro, isto é, acerca das Regiões de Governo.  

Em razão disso, já me deparei em situação de desconfiança às minhas palavras por parte dos alunos, isto é, às minhas explicações. Na época, nem mesmo o mapa regional do estado ajudava, pois – infelizmente – muitos deles, publicados na Internet, ainda não estavam atualizados com a inserção do município de Petrópolis na Região Metropolitana.  

Em 2019, a Fundação CEPERJ (Centro Estadual de Estatísticas, Pesquisas e Formação de Servidores do Rio de Janeiro) publicou o mapa oficial (atualizado), o que ajudou muito, pois para desfazer qualquer dúvida, nada como mostrar o mapa oficial.  

Infelizmente, muitos mapas publicados na Internet, ainda não estão atualizados com a inserção do município de Petrópolis na Região Metropolitana. Em razão disso, deve-se prestar a atenção para não cometer este equívoco nas aulas de Regionalização do estado do Rio de Janeiro.  

Até o respectivo mapa, datado de 2018, não se encontra atualizado, pois este foi publicado antes da mudança de Petrópolis para a atual Região Metropolitana. 

   Atualização Cartográfica
Mapa de Regionalização do Estado do Rio de Janeiro
(2019)

Como é de conhecimento de muitos, o estado do Rio de Janeiro que possui, atualmente, 92 municípios, se encontra dividido em 8 Regiões de Governo (Lei n° 1.227/87), cada qual com características físicas e socioeconômicas distintas entre si.  

Para efeito de planejamento e com vistas a promover desenvolvimento espacial integrado, o Governo estadual considera, desde 1975, sua dimensão regional em seus planos e programas políticos 

A Regionalização do estado em oito Regiões de Governo se encontra amparada pela Lei n° 1.227/87, que aprovou o Plano de Desenvolvimento Econômico e Social 1988/1991.  

As oito regiões de Governo são:

. Região Metropolitana (22 Municípios): Belford Roxo, Cachoeiras de Macacu, Duque de Caxias, Guapimirim, Itaboraí, Itaguaí, Japeri, Magé, Maricá, Mesquita, Nilópolis, Niterói, Nova Iguaçu, Paracambi, Petrópolis (2018), Queimados, Rio Bonito, Rio de Janeiro, São Gonçalo, São João de Meriti, Seropédica e Tanguá; 

. Região Serrana (13 Municípios): Bom Jardim, Cantagalo, Carmo, Cordeiro, Duas Barras, Macuco, Nova Friburgo, Santa Maria Madalena, São José do Vale do Rio Preto, São Sebastião do Alto, Sumidouro, Teresópolis e Trajano de Morais; 

. Região das Baixadas Litorâneas (10 Municípios): Araruama, Armação de Búzios, Arraial do Cabo, Cabo Frio, Cachoeira de Macacu, Casimiro de Abreu, Iguaba Grande, Rio das Ostras, São Pedro da Aldeia, Saquarema e Silva Jardim;  

. Região Norte Fluminense (09 Municípios): Campos dos Goytacazes, Carapebus, Cardoso Moreira, Conceição de Macabu, Macaé, Quissamã, São Fidélis, São Francisco de Itabapoana e São João da Barra;  

. Região Noroeste Fluminense (13 Municípios): Aperibé, Bom Jesus do Itabapoana, Cambuci, Italva, Itaocara, Itaperuna, Lajes do Muriaé, Natividade, Porciúncula, Santo Antônio de Pádua, São José de Ubá e Varre-Sai;  

. Região Centro-Sul Fluminense (10 Municípios): Areal, Comendador Levy Gasparian, Engenheiro Paulo de Frontin, Mendes, Miguel Pereira, Paraíba do Sul, Três Rios, Paty do Alferes, Sapucaia e Vassouras;  

. Região do Médio Paraíba (12 Municípios): Barra do Piraí, Barra Mansa, Itatiaia, Pinheiral, Piraí, Porto Real, Quatis, Resende, Rio Claro, Rio das Flores, Valença e Volta Redonda;  

. Região da Costa Verde (03 Municípios): Angra dos Reis, Mangaratiba e Paraty.

Ao longo dos anos, algumas alterações foram feitas - tanto na denominação quanto nos municípios pertencentes a cada uma das Regiões - sendo a mais controversa, a nível geográfico, a que ocorreu no ano de 2018 

Fato este, que todos os anos, eu tenho que explicar aos alunos, embora muitos não conseguem compreender, tendo em vista que as razões são meramente políticas e, não, geográficas 

Melhor explicando...  

É muito difícil pensar no município de Petrópolis, como parte integrante da Região Metropolitana do Rio de Janeiro e, não mais, da Região Serrana Fluminense. Pois bem, desde 2018, a Cidade Imperial, como ela é conhecida, deixou de fazer parte da Região Serrana do estado e passou a integrar a Região Metropolitana 

Geograficamente, seja em termos de sítio urbano, ela e os demais municípios da chamada Região Serrana são cidades assentadas em áreas de serra (relevo acidentado), mas, segundo fontes de pesquisa, devido a sua inclusão prioritária nos Programas do governo estadual, sobretudo, nas áreas de mobilidade urbana e habitação, Petrópolis passou a fazer parte da Região Metropolitana, em 2018.  

Contudo, por ocasião do Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano Integrado da Região Metropolitana, Petrópolis não constava ainda como município integrante da referida Região, sendo – por isso – necessário à sua inclusão.  

Daí eu destacar que as razões são mais políticas do que geográficas!  

A inclusão de Petrópolis na Região Metropolitana foi realizada graças à lei complementar 184, a qual foi sancionada, em dezembro de 2018, pelo governador em exercício, Francisco Dornelles 

Os investimentos aplicados e a serem aplicados deverão ser percebidos pelo município a partir do 2° semestre de 2023, entre junho e outubro.

Vale destacar que o município de Petrópolis já fez parte da Região Metropolitana, em 1974, deixando-a em 1990, quando passou a integrar à Região Serrana. E aí, em 2018, mais uma vez, Petrópolis voltou a integrar à Região Metropolitana 

Para que municípios possam fazer parte do grupo da Região Metropolitana, dois requisitos são necessários, que eles tenham potencial econômico e densidade populacional. 

Na verdade, a inclusão de Petrópolis na Região Metropolitana assegura maior facilidade na criação de projetos, assim como na obtenção de recursos para políticas públicas, além de poder conseguir recursos do Fundo Metropolitano (criado também em 2018).


Em breve publicarei as características principais de cada região. 

 

Fontes de Consulta:

. BARROSO, Rômulo e TOSTA, Rogério. Novo mapa oficial do estado mostra Petrópolis na Região Metropolitana da capital – Diário de Petrópolis  

. GABRIEL, Enzo. Petrópolis volta a integrar Região Metropolitana em novo mapa do estado. Tribuna de Petrópolis  

. Material Didático (particular)  

. Petrópolis volta a integrar Região Metropolitana e poderá se beneficiar com projetos do governo do RJ – G1/Globo

segunda-feira, 7 de novembro de 2022

Contexto Histórico do Dia da Favela

 

  Morro da Providência (1966)
Imagem capturada da Internet
Fonte: O Globo


Retomando a temática anterior acerca do Dia da Favela (04 de novembro), agora, sob o contexto histórico de sua origem, muitas palavras se misturam sob o mesmo ensejo, como Guerra de Canudos, Exército Brasileiro, Antônio Conselheiro (líder religioso), Morro da Providência, Faveleira e delegado Enéas Galvão 

Enfim, o que estas palavras nos remetem? Remetem-nos, justamente, à origem do termo “favela” e, ao mesmo tempo, a sua ligação histórica entre o atual município de Canudos (Bahia) e o Morro da Providência (Zona Central da cidade do Rio de Janeiro).   

A ligação histórica entre essas duas áreas tem a ver com a Guerra de Canudos (07 de novembro de 1896 a 05 de outubro de 1897), travada no sertão, no atual município baiano (na época tratava-se de uma "comunidade"), entre o Exército Brasileiro e os seguidores de um movimento social e religioso, liderado por Antônio Conselheiro.

  Município de Canudos (Bahia)
Imagem capturada na Internet
Fonte: Canudos
Foto de Rita Barreto

 

  Antonio Conselheiro
Imagem capturada na Internet
Fonte: Wikipedia 

Sem entrar no mérito de explorar e aprofundar o conflito armado, em questão, a vitória das tropas do Exército só veio a acontecer na quarta expedição militar, depois três fracassadas, o que resultou na destruição total da comunidade de Canudos.  

Soldados de vários estados brasileiros foram convocados para lutar na Guerra de Canudos e, consequentemente, nas quatro expedições do Exército.  

Segundo fontes de pesquisa, em ambos os lados, o número de mortos foi muito elevado. Estima-se que entre as baixas houve aproximadamente vinte e cinco mil sertanejos mortos (seguidores de Antônio Conselheiro e, inclusive, o próprio) e cerca de cinco mil soldados. Daí a Guerra de Canudos ser conhecida como o “grande massacre nordestino”.  

Na ocasião, o governo junto ao Ministério da Guerra prometeu aos soldados – em caso de vitória dos mesmos no conflito - a entrega de uma residência a cada um deles, o que não foi cumprido 

Mediante a essa situação, os soldados (cerca de 10 mil combatentes) migrantes nordestinos (incluindo ex-escravos) ocuparam e se apropriaram da encosta do atual morro da Providência, localizado no Centro do Rio de Janeiro, próximo à Estação Ferroviária Central do Brasil.  

Muitos, na perspectiva de fazer uso do solo com plantações na nova área, trouxeram - do sertão baiano - mudas de uma planta bastante comum na região sertaneja conhecida, popularmente, como Favela ou Faveleira (Cnidoscolus quercifolius), as quais foram plantadas no morro. Daí o seu nome inicial ter sido Morro da Favela.

 

   Favela ou Faveleira
Imagem capturada na Internet
Fonte: Wikipedia 

Posteriormente, não se tem a data precisa, o mesmo passou a ser referenciado como “morro da Providência” em razão do seu histórico ligado, justamente, à “providência” tomada pelos soldados em ocupar a encosta do morro diante do não cumprimento da promessa por parte do governo aos combatentes.  

Segundo reportagem publicada na revista EXAME (2022), o Morro da Providência foi citado, pela primeira vez, como uma favela - há 122 anos - após a divulgação de um documento oficial elaborado pelo delegado de Polícia, Enéas Galvão, o qual foi direcionado ao governador do Rio de Janeiro na época.  

Neste documento, datado do dia 4 de novembro de 1900, o delegado Enéas Galvão se referiu à esta favela (Morro da Providência) como um lugar de “desgraça, de lixo, de guerra, de gente estranha e tudo que era ruim”.  

Por ter sido mencionado oficialmente, pela primeira vez, o termo favela, nesta data (4 de novembro) é que ela foi escolhida como referência ao Dia da Favela.   

E, em razão disso, considera-se - oficialmente - o Morro da Providência como a primeira favela do Rio de Janeiro e do Brasil.

 

 Fontes de Consulta 

. Dica de Exposição Fotográfica: Morro da Providência – Blog Geografia em Foco  

. Dia da Favela: conheça a história do 4 de novembro, nas palavras de Celso Athayde, da Cufa - EXAME