quinta-feira, 29 de maio de 2025

Poema "Se For"

Guerra de Travesseiros
Imagem capturada na Internet
Fonte: Revista Cláudia

 

SE FOR …

                                Mário Quintana

 

“SE FOR para esquentar, que seja o sol;

SE FOR para enganar, que seja o estômago;

SE FOR para chorar, que seja de alegria;

SE FOR para mentir, que seja a idade;

SE FOR para roubar, que se roube um beijo;

SE FOR para perder, que seja o medo;

SE FOR para cair, que seja na gandaia;

 

Se existir guerra, que seja de travesseiros;

Se existir fome, que seja de amor;

Se for para ser feliz, que seja o tempo todo!!”


Decidi compartilhar este poema, justamente, por causa de tantos conflitos armados que estamos testemunhando no mundo. Daí eu colocar em negrito a frases que fala da guerra... 

Se existir guerra, que seja de travesseiros”.  

É muito triste, saber, ter noção das atrocidades cometidas e não poder fazer nada! São perdas humanas; perdas materiais; destruição de infraestruturas urbanas; vários deslocamentos da população, abandonando suas residências; prejuízos econômicos; impactos emocionais e mentais, entre outras consequências.   

Vale ressaltar, ainda, que a autoria deste poema é atribuída ao poeta Mário Quintana, mas há citações na Internet que não é dele, dizendo, inclusive, que é Fake News. No site “Recanto das Letras” é citado que este é um poema de autoria de Almany Sol.  

Confesso que a minha dúvida continua...

quarta-feira, 28 de maio de 2025

Ataques de Israel à Faixa de Gaza, desde outubro de 2023, já mataram mais de 54 mil palestinos

 

Territórios israelenses e palestinos
Imagem capturada na Internet
Fonte: Agência Mural


Ontem, dia 27/05, o Opera Mundi - site especializado em política internacional e economia - enfatizou uma realidade dura que estamos assistindo, há anos, sem que alguém ou uma Entidade específica pudesse modificar os rumos dos acontecimentos ou, pelo menos, combatê-los com sucesso. 

Trata-se de um conflito histórico e que, de acordo com a reportagem do Opera Mundi – desde o último estopim, iniciado em 7 de outubro de 2023, já matou mais de 54 mil pessoas, só de um lado! 

O cenário é a Faixa de Gaza e os protagonistas do conflito são Israel e o Hamas, mas quem está sofrendo com este conflito são os palestinos. 

Os ataques de Israel estão sendo referidos como um genocídio, cuja definição implica na destruição total de populações ou parte destas. Trata-se de um crime reconhecido internacionalmente.  

O dia 27 de maio de 2025, além pontuar a marca de 54.056 palestinos mortos pelo Exército de Defesa para Israel, também assinala o 600ª dia do genocídio em curso em Gaza. Neste período, o registro foi de 123.129 feridos. 

O Hamas - grupo extremista que não aceita e luta contra o Estado de Israel - pede ações mundiais para condenar Israel e convocou protestos por meio de marchas, manifestações e mobilização pública no mundo inteiro, entre 6ª feira (30/05) e domingo (01/06). E afirma, 

“A ocupação sionista continua sua guerra brutal 

de genocídio e fome contra 

civis, crianças e mulheres indefesos.” 

As Forças de Defesa de Israel recomeçaram os ataques à Faixa de Gaza, no dia 18 de março deste ano, depois de violarem o Acordo de Cessar-Fogo e a libertação de reféns estabelecido com o Hamas, que estava em vigor desde janeiro de 2025. 

Os ataques israelenses se intensificaram, resultando ao menos de 3.901 pessoas mortas e mais de 11 mil feridos. 

O Hamas acusou o regime de Benjamin Netanyahu (Primeiro-ministro de Israel) de estar praticando um “Holocausto sionista” contra os palestinos em Gaza.

Fonte: Ópera Mundi

segunda-feira, 26 de maio de 2025

Aumento dos Números de Casos e de Óbitos por Febre Oropouche no Brasil

Maruim picando o braço de uma pessoa
Imagem capturada na Internet
Fonte: Brasil de Fato

Texto atualizado em 26/05/2025 às 20h45


Mais uma preocupação na área da Saúde em nosso país...  

O Brasil vem registrando números elevados de casos de Febre Oropouche, os quais devemos ficar atentos e cautelosos, seguindo as devidas medidas de prevenção, recomendadas pelas autoridades do Setor.  


AVANÇO DA FEBRE OROPOUCHE NO PAÍS

Segundo reportagem do G1/Globo, a Febre do Oropouche já contabiliza, neste ano (2025), mais de 10.076 casos de pessoas infectadas em todo o país, o que representa um acréscimo de 56% de casos em relação ao mesmo período de 2024. 

De acordo com o Ministério da Saúde, ao longo de todo o ano passado, 13 mil pessoas foram infectadas pelo vírus e pegaram a doença.  

De acordo com NASCIMENTO et al (2020), citados por PEREIRA et al (2021), embora a Febre Oropouche tenha sido descoberta no Brasil, na década de 60 (Século XX), essa patologia ainda é pouco conhecida. E, de acordo com os referidos autores, o seu estudo demanda uma atenção especial mediante aos “surtos isolados periódicos em populações humanas”.  

Os autores do artigo, acima citados, fizeram uma referência ao quadro da região Norte e do Mato Grosso há cerca de 5 anos. Contudo, hoje (2025), o quadro mudou muito, com o avanço da doença, em vários estados brasileiros, inclusive com notificações de mortes em consequência desta. 

Os pesquisadores da Fiocruz, em um estudo publicado, em novembro de 2004, já haviam advertido acerca deste aumento de casos da doença em consequência do surgimento e circulação de uma nova cepa, entre 2010 e 2014, na região Amazônica. 

Segundo este estudo, esta nova cepa surgiu por meio de um rearranjo genético entre cepas brasileiras e outras que circulavam em alguns países sul-americanos (Peru, Colômbia e Equador). De acordo com os pesquisadores, essa nova linhagem pode escapar da imunidade de infecções anteriores e possuem maior capacidade de replicação. 

avanço da Febre Oropouche para a região Sudeste, antes restrita à região Norte do país, é um indicativo de que mudanças ambientais têm criado condições favoráveis para a expansão de doenças para outras áreas do território nacional. E, entre os fatores responsáveis por isso, os autores enfatizam o desmatamento e os eventos climáticos extremos, que vêm afetando muito o nosso país, nos últimos anos.


Aprisionamento de grande quantidade do mosquito maruim
Imagem capturada na Internet
Fonte: Globoplay

Desde o início deste ano (2025), o Brasil já contabiliza mais de 10.076 casos da doença e, até a presente data, há quatro mortes pela doença confirmadas no país, todas na região Sudeste, sendo uma no Espírito Santo e três no Rio de Janeiro. Estes óbitos - associados à Febre Oropouche - foram confirmados apenas pelas Secretarias Estaduais de Saúde dos respectivos estados.

A separação dos estados por regiões brasileiras é de minha autoria e os números registrados por cada estado foram, segundo a reportagem publicada pelo G1/Globo: 

 . Região Norte

- Amapá: 80

- Pará: 01

- Rondônia: 07

- Roraima: 01

- Tocantins: 05

 

. Região Nordeste

- Bahia: 05

- Ceará: 573

- Paraíba: 640

- Pernambuco: 02

- Piauí: 01

 

. Região Sul

- Paraná: 10

- Santa Catarina: 09

 

. Região Sudeste

- Espírito Santo: 6.123

- Minas Gerais: 682

- Rio de Janeiro: 1.900

- São Paulo: 36

 

. Região Centro-Oeste

- Mato Grosso do Sul: 01

 

Observa-se que o estado do Espirito Santo é o que apresenta o maior número de infectados com a doença no Brasil. E, inclusive, foi o que registrou a primeira morte por Febre Oropouche, neste ano (2025).

A vítima, um homem de 52 anos, morreu no dia 16 de janeiro deste ano, mas a confirmação da doençafoi divulgada recentemente (20/05). A vítima tinha comorbidades, a hipertensão e cardiopatia. Ele morava em Colatina, no Noroeste do estado capixaba. 

De acordo com Orlei Cardoso, Subsecretário de Vigilância em Saúde da Secretaria de Estado da Saúde (SESA), outras duas mortes estão sendo investigadas, mas ainda não há resultados a respeito, pois o processo de investigação é demorado. 

O Rio de Janeiro é o estado brasileiro que ocupa a segunda colocação, neste quadro epidemiológico da febre Oropouche do país, tendo registro – até o dia da reportagem do G1/Globo (op. cit.) – de 1900 casos da doença, com três óbitos associados à mesma e confirmados - em todo o estado, neste ano. 

Só para se ter uma ideia da gravidade e da necessidade de haver uma rigorosa e constante vigilância das autoridades, a Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro (SES) confirmou três mortes por Febre Oropouche em nosso estado, que já contabiliza 1900 casos da doença, nos municípios fluminenses de Cachoeiras de Macacu, Paraty e Macaé. 

primeira morte por Febre Oropouche, no estado, vitimou um morador da cidade de Cachoeiras de Macacu, de 64 anos. Ele foi hospitalizado, em fevereiro deste ano (2025), na Região Metropolitana do Rio de Janeiro e veio a óbito quase um mês depois. 

Nos dois últimos casos, registrados nos municípios fluminenses de Macaé e Paraty, as vítimas foram duas mulheres, com as seguintes idades, respectivamente, 34 anos e 23 anos. Em ambos os casos, os primeiros sintomas apareceram em março deste ano, elas foram internadas, mas morreram dias depois. 

Esses dois fatos, que ocorreram há mais de dois meses, estão sendo considerados casos isoladosDepois delesnão houve nenhum outro registro de casos graves ou internações e nem de óbitos pela mesma doença nas respectivas cidades ou em qualquer outro município do estado capixaba. 


FATORES NATURAIS X FATORES ANTRÓPICOS

Além dos impactos ambientais que contribuem, direta e/ou indiretamente, para toda a dinâmica do meio ambiente, não podemos esquecer que o clima predominante do nosso país é o Tropical e, este, se caracteriza por ser quente (temperaturas elevadas) e úmido (alto índice pluviométrico, ou seja, chuvoso), praticamente, durante o ano todo. Em razão disso há uma incidência e diversidade de insetos muito grande. 

O clima Tropical ocorre em uma ampla área do nosso território, em partes das regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste (com exceção da região Sul do Brasil, de domínio do clima subtropical). 

Esses fatores contribuem para ocorrência de doenças, cujos principais vetores são os mosquitos. E a Febre Oropouche é outro exemplo disso, ou seja, enfermidade transmitida também por mosquito. 

Culoides paraenses (maruim) 
Vetor principal  do vírus Oropouche
Imagem capturada na Internet
Fonte: Saber Atualizado


TRANSMISSÃO DO VÍRUS OROPOUCHE

Atualmente, a transmissão da Febre Oropouche pode ocorrer tanto em Ciclo silvestre quanto em Ciclo urbano: 

. CICLO SILVESTRE: Neste ciclo, animais como os bichos-preguiça e macacos são os portadores do vírus (hospedeiros). Havendo também alguns tipos de mosquitos, como o Coquillettia venezuelensis e o Aedes serratus, que atuam como portadores do vírus. 

No entanto, o mosquito Culicoides paraenses, mais conhecido como maruim ou mosquito-pólvora, é considerado o principal transmissor desse ciclo.  

Nas áreas rurais, como mencionam diversas fontes de pesquisa, o mosquito maruim é bastante comum em cultivos de bananeiras e goiabeiras

O Jornal do Vale do Itapocu - em reportagem do dia 19/07/2019 e, atualizado em 31/08/21 – cita que o cepo da bananeira (seu caule) é um dos principais criadouros do maruim e afirma, ainda, que a incidência e a proliferação do referido inseto se dá em razão das mudanças ambientais, de origem antrópica (humana):                                                                                      

“ (...) mudanças ambientais 

como a conversão cada vez maior de parte da 

mata atlântica em monocultura e áreas urbanizadas,

o uso de agrotóxicos diversos e consequentemente

a diminuição das populações naturais de predadores,

propiciaram a proliferação do maruim nos bananais,

agravado pela presença constante do homem 

próximo ao criadouro,

constituindo fonte segura de repasto sanguíneo”.


. CICLO URBANO: Em áreas urbanas, como as que nós vivemos, a transmissão da doença é feita também e principalmente pelo inseto Culicoides paraenses (maruim), que é o vetor principal do vírus

Maruim (Culicoides paraenses)
Imagem capturada na Internet
Fonte: IOC

Mas, vale ressaltar, aqui, que o mosquito Culex quinquefasciatus, conhecido popularmente como pernilongo ou muriçoca, tão comum neste tipo de espaço (urbano), também, pode transmitir, ocasionalmente, o vírus.  

Pernilongo doméstico
Imagem capturada na Internet
Fonte: Saber Atualizado

Estes insetos, após picarem uma pessoa ou animal infectado, ficam com o vírus mantido em seu sangue por alguns dias. E estes, ao picarem uma pessoa saudável, podem transmitir o vírus para ela. 


SINTOMAS

Os sintomas da Febre Oropouche são semelhantes aos da dengue e da chikungunya. O período de incubação é de três a oito dias até começar a aparecê-los, os quais podem ser:

- Febre;

- Cefaleia (dor de cabeça);

- Dor muscular;

- Dor nas articulações;

- Calafrios;

- Náuseas;

- Diarreia e

- Vômitos.

 

Em alguns casos raros ocorrem erupções cutâneas, petéquias (pequenas manchas vermelhas, roxas ou marrons na pele) e sinais hemorrágicos 

O fato dos sintomas serem semelhantes aos da dengue e da chikungunya, dificulta o diagnóstico da Febre Oropouche. Daí a recomendação de procurar um médico, assim que apareçam os indícios da doença. 


Enxame de maruins picando uma mão humana, com
ocorrência de pontos avermelhados.
Imagem capturada na Internet
Fonte: Saber Atualizado


PREVENÇÃO

Quanto à prevenção da doença são recomendadas as mesmas medidas preventivas indicadas aos casos da dengue e da chikungunya:

- Prefira permanecer em locais protegidos e evitar áreas com muitos mosquitos;

- Usar roupas que cubram o corpo (calça comprida e blusa de manga longa) e aplicar repelente nas áreas em que a pele fica exposta. A aplicação de repelente deve ser feita, principalmente, nos períodos da manhã e tarde, que são os de maior atividade do inseto;

- Instalar telas de malha fina, de 1,5 a 3mm, em portas e janelas, pois o maruim é extremamente pequeno (seu tamanho é cerca de 20 vezes menor que o Aedes aegypti);

- Manter a casa limpa e/ou terrenos, eliminando possíveis locais de reprodução de mosquitos, como água parada em pneus, folhas, garrafas e latas vazias acumuladas, entre outros. 


TRATAMENTO DA DOENÇA

Não existe tratamento específico para a Febre Oropouche e nem vacina

O Ministério da Saúde recomenda apenas cuidados no alívio dos sintomas, como descanso, o uso de antitérmicos, analgésicos e anti-inflamatórios (somente com prescrição médica) e, sem dúvida, acompanhamento por médicos. 

Ainda que raros, há casos em que esta doença pode evoluir e acarretar complicações mais sérias, como meningite ou encefalite, que afetam o sistema nervoso central. 

E, ainda, se houver transmissão vertical do vírus, ou seja, a transmissão do vírus da mãe para o seu filho durante a gestação, parto ou amamentação, pode causar a morte do feto.

Vale lembrar, aqui, que a Febre Oropouche é uma doença transmitida por vetor, melhor dizendo, ela não passa diretamente de uma pessoa para outra. Sua transmissão requer a participação de artrópodes, principalmente insetos, que são responsáveis pela propagação do vírus a outros seres vivos. Por isso, como a reportagem do G1/Globo/ES enfatiza, 

A Febre do Oropouche é uma doença de transmissão vetorial.

Controlando a população de vetor, 

controla-se a transmissão da doença.


 Fontes de Consulta:

 . ANTUNES, Andressa: Espírito Santo confirma primeiras mortes por dengue e Oropouche em 2025 – Tribuna on line 

. Brasil tem alta de casos de febre Oropuche: entenda origem, sintomas e tratamento – G1/Globo 

. Controle bioativo do maruim está sendo apresentado na região – Jornal do Vale do Itapocu 

. COUTO, Camille: RJ confirma três mortes por febre Oropouche – CNN Brasil 

. ES registra primeira morte por Febre Oropouche em 2025; outras duas mortes suspeitas são investigadas – G1/Globo/ES 

. Oropouche – Ministério da Saúde/Governo Federal 

. PEREIRA, Cristian dos Santos et al: Epidemiology, Diagnosis and Treatment of Oropouche Fever in Brazil: A Literature Review - Brazilian Journal of Health Review, Curitiba, v.4, n.6, p. 23912-23920 nov./dec. 2021 – Em PDF 

. Rio confirma mais dois casos de mortes por febre do oropouche e chega a três óbitos em 2025 – O Globo 

. RJ registra a primeira morte por Febre do Oropouche – G1/Rio de Janeiro

sábado, 24 de maio de 2025

Região da Caxemira: Ponto de Grande Tensão e de Disputa Territorial entre Índia e Paquistão

 

Agentes indianos na região do ataque terrorista,
em abril de 2025, na Caxemira indiana
Fonte: CNN Brasil


Desde abril e ainda em curso, o nível de preocupação mundial vem crescendo, significativamente, em relação à probabilidade de uma violenta guerra protagonizada por duas potências nucleares em uma das regiões mais militarizada do mundo 

Estou me referindo à região da Caxemira, sendo a Índia e o Paquistão as duas potências nucleares envolvidas no referido conflito histórico. Vale destacar, ainda, a possibilidade de haver o envolvimento de uma terceira potência nuclear, vizinha e fronteiriça, a China 

No início deste mês (07/05), o ataque da Índia ao Paquistão e à área da Caxemira paquistanesa, serviu para aumentar a tensão histórica entre os dois países, cuja origem remonta o ano de 1947, quando ambos faziam parte de um mesmo território sob o domínio colonial britânico 

Na verdade, essa ofensiva indiana foi uma retaliação ao ataque terrorista sofrido na região indiana da Caxemira, no dia 22 de abril, que resultou na morte de 26 pessoas, a maioria hindus e turistas de diferentes áreas do país. Além desses, 17 pessoas ficaram feridas neste ataque.  

Este foi considerado um dos piores ataques terroristas cometido contra civis indianos em décadas.

Manifestantes indianos protestando
contra a morte de turistas
Imagem capturada na Internet
Fonte: Brasil de Fato

A Índia acusou o envolvimento do Paquistão no referido atentado, o que as autoridades paquistanesas negaram. Por sua vez, o Paquistão iniciou uma ofensiva contra a Índia, em represália, que resultou em 12 mortos 

O ponto central da discordância entre eles é a região da Caxemira, que desde a independência da Índia e a formação dos dois países, se configurou como uma disputa territorial histórica e violenta entre ambos.  

Região da Caxemira
Imagem capturada na Internet
Fonte: DW


Quando a Índia declarou sua independência, em 1947, a Grã-Bretanha dividiu a sua ex-colônia, em duas partes, ou seja, em dois países independentes: a Índia composta majoritariamente por hindus e, o Paquistão, de maioria muçulmana. Contudo, o controle da Caxemira continuou a ser incerto 

Índia X Paquistão
Imagem capturada na Internet
Fonte: BBC News Brasil

O processo de divisão do território e a criação desses dois países independentes (Índia e Paquistão) foi violento e os seus efeitos foram sentidos por ambas as partes. Desencadeando uma onda de violência que deixou aproximadamente um milhão de mortos e 15 milhões de refugiados, gerando uma das maiores migrações em massa da história e vários conflitos étnicos e religiosos que persistem, até hoje.  

Com relação à região da Caxemira, tanto a Índia quanto o Paquistão a reivindicam integralmente quase oito décadas (77 anos), no entanto, até hoje, eles governam diferentes partes desta região 

Com uma área de aproximadamente 222 mil Km2, localizada no extremo norte do subcontinente indiano e encravada na cordilheira do Himalaia, estrategicamente, a região da Caxemira é muito importante, tanto em termos de recursos hídricos, porque engloba as nascentes dos rios da Índia e do Paquistão (respectivamente, o Ganges e o Indo) quanto em termos geopolítico e militar, pois faz fronteira com três potências nucleares, a Índia, o Paquistão e a China.  

Imagem capturada na Internet
Fonte: Agência Brasil

Rio Neelum e assentamentos ao longo da Linha de Controle
entre a Índia (lado esquerdo) e o Paquistão (lado direito)
Imagem capturada na Internet
Fonte: UOL Internacional


Apesar de a maioria da população de Caxemira, cerca de 60%, ser muçulmana e esta ter interesse de ser integrada ao território paquistanês, que abrange áreas do norte da Caxemira, incluindo, Caxemira Livre e Guilguite-Baltistão, a Índia é que possui a maior parte de sua área territorial, e a porção mais populosa da Caxemira 

A China, por sua vez, possui a menor porcentagem do seu território (Aksai Chin e o Vale de Shaksgam). Contudo, em relação a estas terras administradas pela China, a Índia também reivindica a região de Aksai Chin e não reconhece o controle chinês sobre o Vale de Shaksgam.  

Daí os conflitos históricos sobre Caxemira, que se caracteriza como uma região bastante instável, embasados em questões geopolíticas (relações de poder, disputa pelo território, conflitos militares, controle sobre as águas fluviais etc.), marcada pela forte presença militar, movida por rivalidades étnicas e religiosas, assim como por disputas territoriais, não solucionadas ao longo do tempo. A região é considerada uma das mais militarizadas do mundo

Desde a independência da ex-colônia da Grã-Bretanha, em 1947, a Índia e o Paquistão já se envolveram em três guerras em razão à disputa pela Caxemira.   

Durante a Guerra Fria, os EUA apoiaram o Paquistão, enquanto a Índia recebeu apoio da antiga União Soviética (URSS). Em razão dos grandes investimentos no setor bélico, feitos por ambas as partes, atualmente, a Índia e o Paquistão fazem partes do grupo seleto dos nove países que possuem armas nucleares em seu arsenal militar, o que aumenta as tensões na região 

A nível de curiosidade, os nove países que possuem armas nucleares no mundo, atualmente, são: Estados Unidos, Rússia, China, França, Reino Unido, Índia, Paquistão, Israel e Coreia do Norte 

E, ainda, também a nível de curiosidade, o seu nome faz referência a um material têxtil de alta qualidade, extremamente macia e valiosa, a lã de caxemira, que é produzida com o subpelo (camada inferior de pelo) das cabras nativas da localidade.  

A saída imediata para evitar maior escalada deste conflito, capaz de evitar a deflagração de uma guerra, seria um acordo de cessar-fogo entre ambas as partes (Índia e Paquistão). O que foi feito no último dia 10 de maio, o qual propôs o fim de ataques e ações militares tanto por terra quanto pelo ar e mar 

O anúncio deste acordo foi feito pelo presidente dos EUA, Donald Trump, que reivindicou o seu papel de mediador nas negociações. No entanto, Índia e Paquistão apresentaram narrativas divergentes quanto ao seu envolvimento efetivo neste acordo de trégua.  

Paquistaneses comemorando o acordo de Cessar-Fogo
Imagem capturada na Internet
Fonte: CNN Brasil
 

Horas após o anúncio de trégua entre os países, em questão, houve acusações de violações de ambos os lados, com confrontos e explosões, colocando em dúvida a seriedade e duração do acordo estabelecido.  

No dia 12 de maio foi realizada uma nova reunião, entre os chefes militares das partes envolvidas (Índia e Paquistão), para discutir a continuidade do acordo de cessar-fogo e os procedimentos a serem tomados.

Embora o acordo de cessar-fogo esteja em vigência, a situação atual do conflito entre a Índia e o Paquistão, sobre a região da Caxemira, continua tensa, pois há muitos aspectos envolvidos quanto às rivalidades existentes (étnicas e religiosas), às disputas territoriais e o poderio bélico nuclear de cada um dos países envolvidos. Havendo com isso, o risco deste acordo fracassar, bem como a deflagração de uma guerra mais ampla.


Fontes de Pesquisa

 . COELHO, Rodrigo Durao: Tensão entre Índia e Paquistão aumenta na região da Caxemira; entenda a disputa – Brasil de Fato

 . EDWARDSDA, Christian: O que se sabe sobre o cessar-fogo entre Índia e Paquistão – CNN Brasil 

. GHAEDI, Monir: Entenda o conflito entre Paquistão e Índia na Caxemira - DW 

. Índia e Paquistão concordam com cessar-fogo - G1/Globo 

. Índia x Paquistão: 3 questões para entender divisão dos 2 países há 75 anos e as consequências até hoje – BBC News Brasil 

. LEÓN, Lucas Pordeus: Caxemira: entenda guerra entre Paquistão e Índia que assustou o mundo – Agência Brasil 

. MOGUL, Rhea e SAIFIDA, Sophia: Ataque mortal na Caxemira agrava tensões entre Índia e Paquistão – CNN Brasil 

. PRESSE, France: Índia x Paquistão: entenda histórico de conflitos entre as potências nucleares, que dura mais de 70 anos – G1/Globo 

. SALBERT, Sara: Risco de conflito? Entenda as novas tensões entre Índia e Paquistão - VEJA 

. SHAHZAD, Asif, PESHIMAM, Gibran e SHAHID, Ariba: Índia ataca Paquistão após a morte de turistas na Caxemira – Agência Brasil 

. YAHYAI, Oman Al: Primeira noite de calma entre Índia e Paquistão após mediação dos EUA - Euronews