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Imagem capturada na Internet Fonte: Propaganda da Amazon |
Por iniciativa do vereador Vitor Hugo (MDB) e tendo a aprovação do prefeito Eduardo Paes (PSD), a cidade do Rio de Janeiro poderá ter o “Dia da Cegonha Reborn”.
O Projeto de Lei nº 1892/2023 foi aprovado em sua segunda votação (07/05/2025) e segue para a sanção do prefeito. Se for aprovado, a data comemorativa da lei fará parte do calendário oficial da cidade, sendo comemorada no dia 4 de setembro.
O “Dia da Cegonha Reborn” é voltado para homenagear as artesãs que criam essas bonecas super-realistas, com técnicas artesanais capazes de simular os traços reais de um ser humano em bonecas, tanto para simular um bebê recém-nascido quanto criança de outra faixa etária. E, são elas, as artesãs, que são consideradas as “cegonhas”.
A ideia de se instituir este dia
específico partiu de um fato ocorrido no âmbito de uma escola com a filha da
artesã-cegonha, Janaina Afonso, que foi a autora do pedido de
criação da lei. Segundo a própria, citada em reportagem do G1/Globo:
"Minha filha fez um trabalho de escola,
e aí a professora falou que artista reborn
não era profissão,
porque nós não somos considerados como os
artesãs.
O nosso trabalho é considerado manual
do
nicho da bonecaria.
E aí eu falei, então, poderia ter o 'Dia da
Cegonha reborn'.
Foi quando tudo começou, eu comecei a fazer
eventos,
até que o vereador Vitor Hugo abraçou a
causa,
e foi aprovada essa lei."
Vale ressaltar aqui que este projeto de Lei, do referido vereador, ainda não foi sancionado pelo prefeito Eduardo Paes. Por isso, ainda não é lei.
Como justificativa da importância desta data comemorativa, o vereador Vitor Hugo enfatiza que essas bonecas são muito empregadas em terapias e trabalhos de recuperação de mulheres com depressão, sobretudo, em relação às artesãs, mas quem compra, seguramente, se encontra passando por este quadro:
“(...) Muitas delas passaram por momentos
difíceis,
como depressão, luto, dores profundas,
e encontraram nesse trabalho uma forma de cura e amor"
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Imagens capturadas na Internet Fonte: G1/Globo |
O trabalho de confecção de bonecas Reborn
é realizado
em diversos
países do mundo, com os mesmos propósitos, principalmente, como
forma de recordar um filho (pequeno ou bebê) que não sobreviveu. Assim como tem
colaborado, também, com a vida de adultos colecionadores, que passam a assumir os
papéis de mães ou pais a partir dessa experiência em suas vidas
reais.
Mas, quem as compra, seguramente, se encontra passando por esta mesma situação.
O trabalho de confecção de bonecas Reborn é realizado em diversos países do mundo, sob os mesmos propósitos, principalmente, como forma de recordar um filho (pequeno ou bebê) que não sobreviveu (processo de luto). Assim como tem colaborado, também, com a vida de adultos colecionadores, que passam a assumir os papéis de mães ou pais a partir dessa experiência em suas vidas reais.
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Imagem capturada na Internet Fonte: Casas Bahia |
Eu sei disso, pois tenho uma pessoa na família, que comprou este tipo de boneca para preencher a sua vida. Ela não perdeu nenhum dos filhos, mas - eles já crescidos – saíram de casa e foram morar com as respectivas famílias constituídas e, com isso, ela acabou se sentindo muito só. Segundo a própria, a boneca preenche o vazio que foi criado em sua casa e ela se sente útil e feliz, cuidando do “bebê”, ou seja, ele proporciona um conforto emocional a ela.
Aspectos psicológicos envolvidos:
1. Apego e vinculação afetiva
(substitutos
simbólicos);
2. Elaboração de perdas e traumas
(meio simbólico de expressar e reorganizar a dor da perda/luto);
3. Regulação emocional e redução
da solidão (sensação de rotina, companhia e pertencimento);
4. Identidade e papel social (oferece
um sentido de identidade mais estável e de valor pessoal em relação à
maternidade);
5. Colecionismo e estética (ligada mais ao aspecto artístico e estético, mas pode ser uma forma de controle, organização e prazer em criar um universo pessoal em torno de um objeto que representa algo significativo).
Segundo a psicóloga Rosana Cibok (Terra, 2025),
“A onda dos bebês reborn nos convida a refletir
sobre os modos contemporâneos de lidar com o
afeto,
a solidão, a perda e os papéis sociais.
Longe de ser um fenômeno meramente curioso,
esse comportamento toca em temas profundos
da
experiência humana
— como o desejo de cuidado, a maternidade, o
luto e
o valor simbólico dos objetos.
Cabe à psicologia investigar sem julgar,
acolher com escuta ativa e,
quando necessário, intervir com ética e
empatia.”
Fontes de Consulta:
. A Onda do Bebê Reborn: Uma Perspectiva Psicológica sobre o Apego Emocional e o Colecionismo Afetivo – Você/Bons Fluidos
. Câmara do Rio aprova 'Dia da Cegonha Reborn' em homenagem às artesãs que criam bonecas realistas – G1/Globo
. Rio: vereadores incluem ''Dia da Cegonha Reborn'' no calendário oficial - Diário de Pernambuco
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