sábado, 10 de maio de 2025

Anna Jarvis, a Filha que teve a Ideia de Criar o Dia das Mães

 

Marcador Histórico fixado na antiga
casa de madeira de Anna Jarvis
Fonte: The Clio

Amanhã, segundo domingo do mês de maio (11/05), comemoramos o Dia das Mães. De acordo com as mídias, trata-se da segunda data mais importante para o comércio, sendo superada apenas pelo Natal. E, por isso, os shoppings e outros centros comerciais ficaram lotados, principalmente, hoje, na véspera do Dia das Mães. 

Assim como, amanhã (domingo), restaurantes e praças de alimentação de shoppings estarão também cheios ou com longas filas de espera em razão das confraternizações entre os familiares por causa da data em si 

E é, por isso, também que a responsável pela criação desta data comemorativa – dedicada às mães – também se arrependeu de sua iniciativa, movida pelo repúdio ao caráter comercial que a data passou a ter. 

Eu já postei, neste espaço, acerca da origem do Dia das Mães, pois muitos desconheciam. Em razão disso, compartilharei, abaixo, a publicação que fiz, datada do ano de 2009, com algumas alterações...   

Originalmente, o Dia das Mães foi criado sem sentido comercial. Inclusive, consta em diversas fontes bibliográficas, que a sua percussora ao perceber a exploração comercial a que foi vinculado ao dia, tentou – por várias vezes - cancelar a data comemorativa.

Esta versão, mais difundida e aceita, se encontra associada ao papel dedicado e amoroso de uma estadunidense por sua mãe. Anna Marie Jarvis (1864-1948) promoveu uma campanha para a criação de um dia especial (e específico) voltado às mães vivas e/ou mortas.

Anna Marie Jarvis
Imagem capturada na Internet
Fonte: Wikipedia
 

Filha de pastores, Ana Jarvis entrou em grande depressão após a morte de sua mãe, Ann Marie Reeves Jarvis, em 1905.

Casa em Vírgina Ocidental onde Ana Jarvis nasceu e morou
(museu atualmente)
Fonte desconhecida

Na tentativa de minimizar o sofrimento de Ana Jarvis, algumas de suas amigas tiveram a ideia de eternizar a memória de sua mãe através de uma festa 

Ana Jarvis aprovou a ideia e resolveu estendê-la a todas as mães, vivas e/ou mortas, com a intenção que a mesma fosse capaz de conscientizar as pessoas, fortalecer os laços familiares e o respeito pelos pais. Contudo, sua luta pela criação do Dia das Mães não foi fácil. 

Dois anos após a morte de sua mãe, em 12 de maio de 1907, Anna Jarvis criou um memorial a sua mãe, dando início a uma campanha para oficializar o "Dia das Mães" como feriado. 

O primeiro registro oficial, no entanto, só veio a ocorrer no dia 26 de abril de 1910, no seu estado, Vírgina Ocidental (EUA), quando esta data passou a ser incorporada no calendário estadual por ordem do então Governador do estado, William E. Glasscock. Logo depois, outros estados norte-americanos passaram a aderir à comemoração em data fixa. 

Mas, foi somente em 1914, que o Dia Nacional da Mãe foi estabelecido e unificado em todo território estadunidense (EUA), ficando instituído o segundo domingo de maio como a data comemorativa, sancionada pelo presidente Woodrow Wilson. 

Em pouco tempo, vários países passaram a adotar a Data Comemorativa do Dia das Mães em seus respectivos calendários oficiais.

Pintor estadunidense, Norman Rockwell,
trabalhando em um cartaz do Dia das Mães (1951)
Imagem capturada na Internet
Fonte: BBC News Brasil

Embora, Anna Jarvis tenha realizado o seu sonho acerca da criação oficial do Dia das Mães, a mesma não se viu feliz ao perceber que a referida data passou a ser concebida para fins adversos a sua ideia original, isto é, a data se transformou em um dia lucrativo para os comerciantes.  

A propaganda e a comercialização, principalmente, de cravos brancos para homenagear às mães, marcou muito este período, porque a referida flor, que simboliza a maternidade, passou a ser o principal produto de consumo por esta ocasião. Assim, como outros bens de consumo, que segundo Anna Jarvis não substituiriam - com certeza - o sentimento maior de ligação dos filhos com as mães e vice-versa. 

Na verdade, inconscientemente, o caso do cravo branco partiu da própria Anna Jarvis, pois ela enviou cerca de 500 cravos brancos para a igreja de Grafton (Vírginia Ocidental), quando foi celebrada a primeira missa das mães e, em um telegrama, enviado por ela mesma à esta Congregação, ela orientou que todas as mães deveriam ganhar dois cravos. 

De acordo com as fontes de pesquisa, durante anos, Anna Jarvis enviou mais de 10 mil cravos para a igreja, sob a mesma intenção. Tal iniciativa acabou por desencadear, direta e/ou indiretamente, o sentido comercial em cima da data comemorativa. 

Em razão disso e pelo descontentamento quanto ao rumo tomado quanto à data comemorativa, Anna Jarvis iniciou uma campanha para cancelar a referida data. 

Na década de 1920, ela criou a Associação Internacional para o Dia das Mães, alegando direitos autorais sobre a data. Foi presa uma vez por perturbar a paz. E, em 1923, ela entrou com um processo para cancelar o Dia das Mães, sem sucesso.

Mesmo sem ter obtido êxito em sua nova empreitada, ela buscou conscientizar às pessoas quanto à importância do reconhecimento das mães no seio de uma família. 

Consta que ela e sua irmã Ellsinore utilizaram recursos próprios para dar continuidade a esta campanha, visando o cancelamento do feriado. Inclusive, que ambas gastaram toda a herança da família e que morreram pobres.

Anna Jarvis nunca se casou e nem teve filhos. E, mesmo assim, por anos seguidos, recebeu inúmeros cartões do mundo todo na ocasião do Dia das Mães. 

Ela morreu em 1948, aos 84 anos, em West Chester, no estado da Pensilvânia (EUA), sendo enterrada no cemitério West Laurel Hill, no mesmo estado.


No Brasil, o primeiro Dia das Mães foi promovido pela Associação Cristã de Moços de Porto Alegre, no dia 12 de maio de 1918. Mas, só em 1932, a data passou a ser oficializada no segundo domingo de maio, pelo então, presidente Getúlio Vargas.

 

Fontes de Pesquisa:

Portal da Família

Wikipedia

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