segunda-feira, 6 de setembro de 2010

ETA anuncia cessar fogo em troca de negociação para fim de conflito político secular


Imagem capturada na Internet (Fonte: R7 Notícias)


Ainda acerca da Europa, continente em evidência nas mídias nos últimos dias, de modo quase permanente, além da exaltação ao sentimento nacionalista contra os imigrantes, o seu quadro político é marcado também por movimentos separatistas, nos quais minorias étnicas existentes em alguns países europeus lutam pela emancipação da região onde vivem.
 
Em situação semelhante a outros povos no mundo, que vivem em regiões dentro de um país constituído por outro povo ou povos, tal como os Mongóis (norte da China), aos Tibetanos (sudoeste da China) e aos Curdos (espalhados no Iraque, Irã e Turquia), os Bascos são um grupo étnico que vivem numa região autônoma denominada de País Basco (também conhecido como Euskadi ou Euskal Herria), localizada entre o norte da Espanha e o sudoeste da França.
 
Neste último domingo, a Organização separatista basca ETA (Euzkadi Ta Askatasuna, na língua basca/ Pátria Basca e Liberdade), fundada em 1959 por dissidentes do Partido Nacional Basco, anunciou, mais uma vez, um cessar-fogo através de um vídeo, no qual mostravam três membros do ETA, encapuzados e sentados em uma mesa, tendo ao fundo o símbolo da Organização e, nas laterais, as bandeiras do País Basco.
 
De acordo com a mensagem do vídeo, lida por uma mulher, o ETA se mostra decidido a dar início – mais uma vez - a um processo não armado em busca do fim deste conflito entre a Organização e o governo espanhol. Se o cessar-fogo é definitivo ou temporário, ninguém sabe.
 
O ETA sempre lutou pela independência completa do País Basco, no norte da Espanha. A atuação da organização ficou conhecida, mundialmente, a partir da década de 60 (século XX), pela forma violenta de seus ideais separatistas. E uma das formas de ataque terrorista preferidas da organização era a explosão de carros-bomba, tendo como alvos principais, os políticos, os membros do Governo e policiais.
 
Em 1975, com o fim da ditadura, a Espanha tentou estabelecer um acordo com o povo basco, porém sem conceder a independência tão almejada por ele. Como era de se esperar, a população basca recusou e o ETA retomou os ataques armados.
No ano de 1995, a referida organização chegou a propor – numa segunda tentativa - um tratado de paz, no qual reivindicava o reconhecimento territorial do País Basco, a liberdade política e a anistia aos prisioneiros políticos, refugiados e deportados. Por sua parte, ele se comprometeu a suspender as investidas armadas.

De ambos os lados não houve compromisso firmado.

O governo espanhol estima que o ETA tenha matado, desde a década de 60 (século XX), mais de 800 pessoas em cerca de 1.600 atividades terroristas.

Ultimamente, a organização foi perdendo apoio popular, inclusive, entre os próprios bascos e, consequentemente, o número de atentados diminuiu.

Além da cultura, a mais forte distinção entre os bascos e os povos vizinhos (espanhóis, franceses e outros) é a língua. Portugueses, espanhóis, italianos e franceses descendem de povos de origem latina, ou seja, nações que integravam o antigo e poderoso Império Romano (a língua era o latim). As línguas faladas por estes são chamadas, hoje, de neolatinas.

Em função disso, diferentemente dos seus vizinhos de línguas neolatinas, mais próximos (Espanha, França e Portugal), os bascos falam o Euskera, língua que lhes confere uma identidade nacional, única na região. Acredita-se que ela é uma continuidade da língua falada pelos antigos povos que habitavam a região, bem antes da época pré-romana, porém da uma época pré-céltica, provavelmente, de um período antes das grandes invasões de tribos asiáticas na Europa.

E, é por isso, que esta seja possivelmente a língua mais antiga – ainda - falada na Europa. Porém, além do euskera, na região também fala-se o castelhano.


Imagem capturada na Internet (Fonte: Coisaparecida)

Fontes:

. Folha.com

. Material didático particular (apostila)

. R7 Notícias

 

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