domingo, 25 de novembro de 2018

Letra de Música Contextualizada: Racismo Velado

Alunos da Turma 2006
Trabalhando na Representação do "Meu Guri"


Ainda sob o contexto do Dia Nacional da Consciência Negra, mais uma vez, o Colégio Estadual Prof.ª Sonia Regina Scudese desenvolveu o Projeto Étnico-Racial, junto às turmas, neste 4° Bimestre.

Eu e a Prof.ª Alessandra Goulart (Inglês) pegamos a Turma 2006, tendo como foco o Brasil 

Antes mesmo de iniciarmos a etapa de pesquisa, eu trabalhei - com todos os alunos da referida turma – a música Meu Guri, composta por Chico Buarque (lançada em 1976), tal como já fiz em outros anos. E o resultado obtido já era o esperado...
 
Infelizmente, devido ao tempo curto, eu não tive a intenção de trabalhar a leitura e a interpretação da letra de forma tradicional. A atividade em si teve por base trabalhar a letra, visando apenas a sua interpretação sob a forma expressa de desenho, levando as discussões acerca da leitura dos respectivos desenhos no contexto da música e do preconceito racial, implícito, configurado de forma velada.

A riqueza de sua letra nos leva a traçar detalhes acerca das condições de vida da mãe, antes e após o nascimento do “Meu Guri” e, sobretudo, das atividades que ele praticava no papel de provedor da família.

Ouvimos a música várias vezes, acompanhando a letra impressa. Ao término da audição e do canto, os alunos foram orientados a representar – por meio de desenho – a imagem do Guri que cada um concebia, bem como a sua descrição detalhada (nome, idade, altura, vestuário e acessórios).

Eu só pude analisar cada desenho em casa, pois dois tempos de aula foram curtos para dar continuidade da atividade na sala de aula, ficando a discussão para a aula seguinte.  

A partir da representação em desenho do “Meu Guri” e da descrição do mesmo, por cada aluno, foi possível traçar a linha de debate para as questões raciais e para o preconceito, sobretudo, o velado.

Quanto aos resultados obtidos, como era de se esperar, 67% dos alunos conceberam o “Meu Guri” como pertencente ao grupo negro (7 de cor preta e 8 de cor parda) e 33% dos alunos o definiram como branco (sete alunos).



Detalhe a ser observado, em nenhum trecho da letra do “Meu Guri”, o compositor menciona que o menino é negro (preto ou pardo). E a discussão vai mais adiante, quando levantamos outro aspecto associado, direto e/ou indiretamente, à definição da sua cor, que foi a sua condição social, família em situação de vulnerabilidade social (pobreza ou de extrema pobreza).

A partir desta discussão promovida na semana seguinte, partimos para divisão dos Grupos, tendo um deles a tarefa de trabalhar com o preconceito explícito e implícito (velado).


























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