As
irmãs Mirabal (Maria Teresa, Minerva e Patria) Imagem capturada na Internet Fonte: Hoy (Guardianes de la Verdad) |
Na última 6ª feira, 25 de novembro, foi comemorado o Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres.
Mais uma data relacionada à violência sofrida pelo sexo feminino e, em escala mundial. Daí pensarmos não apenas em termos nacional, já que este tipo de violência é elevado em nosso país, mas também que ocorre no mundo inteiro.
A escolha desta data comemorativa coube à Organização das Nações Unidas (ONU), em 1999, sob a perspectiva de homenagear três irmãs, que foram brutalmente assassinadas em um país latino-americano.
O país, República Dominicana e o assassinato ocorrido em 25 de novembro de 1960, transformou-as em símbolos contra a violência de gênero no mundo todo.
A data foi escolhida em memória
das irmãs Mirabal (Patria Mercedes Mirabal, Minerva Argentina Mirabal e Antonia Maria Teresa Mirabal), que foram
assassinadas, em uma emboscada preparada pela polícia secreta do então presidente e ditador da República Dominicana, Rafael Leônidas Trujillo Molina (1930 a
1961).
Rafael Leônidas Trujillo Molina Imagem capturada na Internet Fonte: Wikipedia |
Com o título de “Generalíssimo do Exército” (patente militar especial), Leônidas Trujillo foi ditador absoluto na República Dominicana, cujo regime de governo foi marcado por diversas formas de repressão (torturas, assassinatos e desaparecimentos de opositores ao governo), a falta de liberdades civis e o seu enriquecimento desleal, que aumentaram a revolta e a indignação popular.
Embora, em geral, o país tivesse alcançado estabilidade econômica, o seu governo autoritário e as forças de opressão não se restringiam apenas à população dominicana, mas, sobretudo, aos opositores do seu regime. E, entre esses, os do Movimento Revolucionário 14 de Junho (movimento guerrilheiro de extrema esquerda da República Dominicana), do qual faziam parte as irmãs Mirabal (Pátria, Minerva e Maria Teresa), que eram ativistas bastante populares.
Ativistas políticas e opositoras ao governo de Rafael Trujillo, elas já haviam sido ameaçadas e sabiam que corriam sérios riscos de morte.
Conhecidas como "Las Mariposas" (as borboletas), as irmãs Mirabal eram de família rica da província de Salcedo, no norte do país (hoje, chamada de Hermanas Mirabal em homenagem a elas). Com formação Superior, as referidas irmãs eram casadas e tinham filhos.
Mediante às constantes ameaças, por parte do governo, uma das irmãs, a Minerva Mirabal, como se estivesse prevendo o futuro, rebateu às mesmas, proferindo:
"Se me matam, levantarei os braços do túmulo
e serei mais forte."
(BBC News Brasil)
E, infelizmente, há
exatamente 62 anos, as ameaças se concretizaram, quando o veículo (um
jipe) onde as três irmãs estavam foi interceptado - pela polícia secreta dominicana
- em uma estrada da Província de Salcedo.
Capturadas, as três irmãs foram espancadas e enforcadas. O jipe foi jogado em
um precipício,
na tentativa de forjar
um acidente e não atribuir a culpa à perseguição política. Além da morte
delas, o motorista que
as conduzia, Rufino
de la Cruz, também morreu. Ele era agricultor e,
também, motorista de
carga e de
passageiros.
Motorista Rufino de la Cruz Imagem capturada na Internet Fonte: Hoy (Guardianes de la Verdad) |
Como era de se esperar, o crime chocou o país e, até mesmo, os mais próximos do regime, aumentando a insegurança do povo sob o regime ditatorial de Trujillo.
A morte das três irmãs representou um “basta” popular contra a ditadura no país, cujo desfecho se deu no dia 30 de maio de 1961, quando o presidente Rafael Trujillo foi assassinado a tiros na estrada Santo Domingo (San Cristóbal), encerrando os 31 anos de seu regime político autoritário (ditadura).
Com isso, as irmãs Mirabal se converteram em um símbolo mundial da luta da mulher.
De acordo com a publicação no Site Hoy (Guardiães da Verdade), muitos concordam que o motorista Rufino de la Cruz, morto também na emboscada, merecia uma menção honrosa de herói, título não atribuído ao seu papel na história. Afinal, ciente dos riscos que corria devido à militância anti-Trujillo das irmãs Mirabal, ele assumiu a situação e as conduziu no veículo, sendo assassinado juntamente com elas em 25 de novembro de 1960.
Segundo o site (op.cit.), alguns afirmam que Rufino era simpatizante do Movimento Revolucionário 14 de junho e que foi, justamente, a alta liderança desse grupo que lhe atribuiu a tarefa de conduzir e proteger as irmãs.
“Muitas
pessoas concordam
que
não foi feita justiça a essa figura histórica,
talvez
por causa de suas origens humildes”.
Fontes de Pesquisa
. ARROYO, Lorena. Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres: o assassinato das irmãs Mirabal que deu origem à data – BBC News Brasil
. Assassinado Rafael Leonidas Trujillo - History
. Informativo: Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra a Mulher - Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) e Secretaria Nacional de Assistência Social (SNAS). Disponível em PDF
. Quem era Rufino de la Cruz, o motorista assassinado junto com os Mirabal? - Hoy
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