Imagem capturada na Internet para fim ilustrativo Fonte: CNN Brasil REUTERS/Mohammed Dabbous |
Faltam, praticamente, dois dias para o início do Campeonato Mundial de Futebol FIFA de 2022, ou melhor dizendo, da 22ª Edição da Copa do Mundo 2022, que será realizada, no Catar, a partir do próximo domingo (20 de novembro) até o dia 18 de dezembro, com a programação de 64 partidas (disputas entre duas seleções).
Pela primeira vez na história deste evento esportivo, o Campeonato será realizado em um país do Oriente Médio (Ásia) e, também, será pela primeira vez que o período de sua realização será no final do ano, entre 20 de novembro e 18 de dezembro.
Nunca visto antes, todos sabem que as edições dos Campeonatos Mundiais de Futebol acontecem sempre no meio do ano, em junho e julho, mas que neste ano, no Catar seria diferente. Devido as condições climáticas do Oriente Médio, nesta época do ano, quando as temperaturas são muito elevadas, podendo ultrapassar os 40ºC. Daí a necessidade e a decisão em alterar o calendário para o final do ano (conforto térmico).
Em 2010, Catar disputou e ganhou – por meio de votação - o direito de sediar a Copa do Mundo 2022 com os seguintes países: Estados Unidos, Coreia do Sul, Japão e Austrália.
Contudo, polêmicas acerca de sua escolha para sediar o Campeonato Mundial deste ano, Catar foi denunciado sob a acusação de um suposto pagamento a funcionários da FIFA, na ordem de US$ 3,7 milhões, a fim de assegurar a sua escolha como país-sede.
Tal denúncia motivou uma investigação, que durou dois anos, cujo parecer final inocentou o país do suposto “esquema fraudulento”.
Mas, outras polêmicas emergiram e o público tomou ciência...
ora por questões trabalhistas, ou seja, de maus
tratos aos trabalhadores envolvidos nas obras dos estádios (a
maioria imigrantes) ora por questões de gênero e
outras que permeiam tanto às esferas
de direitos humanos quanto às culturais
do país, sobretudo, religiosa, do islamismo (a maioria sunita).
A Anistia Internacional e o Human Rights Watch (organização internacional não governamental que defende os direitos humanos) acusaram o país de submeter - às condições de maus tratos - aos trabalhadores da construção civil, que ergueram os sete estádios de futebol no país para o respectivo evento esportivo.
De acordo com o que foi noticiado nas mídias, milhares deles morreram em consequência de acidentes nos canteiros de obras ou devido às condições de proteção insuficientes durante os meses das obras, sobretudo, nos meses de altas temperaturas.
Segundo o jornal britânico The Guardian, reportagem publicada no TERRA, desde quando iniciaram as obras para evento esportivo, em questão, no país, mais de 6.500 trabalhadores imigrantes foram a óbito devido às precárias condições de trabalho.
Outro caso polêmico e, também, reportado em publicação de FARIAS (2022) no site meio&mensagem e, amplamente divulgado, na Internet, diz respeito à discriminação de gênero.
Segundo a referida autora, o caso de maior visibilidade a esta questão foi a desistência da influenciadora digital, Bryanna Nack, em trabalhar na cobertura da Copa e produzir material sobre a mesma, a convite de uma marca brasileira (desconheço o nome).
Bryanna Nack Imagem capturada na Internet Fonte: Universa UOL |
O motivo de sua desistência foi por temer as leis restritivas do país acerca da intolerância e a discriminação homofóbica (transfobia), que são respaldadas pela legislação dos países mulçumanos, a qual criminaliza a homossexualidade.
Princípio ratificado por Khalid Salman, ex-jogador da seleção do Catar e embaixador da Copa do Mundo, que afirmou que o país não vai impedir visitantes LGBTQIAP+, mas que eles terão que aceitar as regras do país.
Ainda sob estes embates no
país-sede da Copa 2022, a FIFA não quis instigar e nem se envolver com
tais polêmicas, proibindo à seleção da Dinamarca usar camisas, durante os treinos, com
dizeres estampados
defendendo os direitos humanos aos cidadãos.
Além destas polêmicas, outros problemas aparecem associados tanto à sua distância geográfica quanto à estrutura logística do país em relação ao atendimento aos torcedores (turistas estrangeiros).
Para aqueles que residem em países muito longínquos do continente asiático, como nós, brasileiros, por exemplo, o custo da viagem para o Catar é muito alto. Segundo alguns dados a este respeito, publicados na Internet, a média dos preços variam de R$ 40 mil a R$ 60 mil.
E mais, o torcedor poderá ter também dificuldades quanto aos transportes e, sobretudo, em encontrar hospedagem, pois a capacidade hoteleira que o país oferece não atende à demanda de um evento deste porte.
Mas, existem alternativas a serem oferecidas, como quartos em navios, ocupação em tendas (que estariam sendo montadas) e, ainda, a hospedagem em países vizinhos, próximos.
Só para se ter uma ideia das
incertezas e dos desafios que pairam sobre esta edição da Copa do Mundo... É
sabido que o consumo de bebida alcoólica é restrito nos países mulçumanos, o
que não seria diferente no Catar.
Só que a polêmica não se espelha apenas
nas questões
culturais do país, ela vai mais além, tendo em vista que uma das principais empresas
patrocinadoras do evento é a cerveja estadunidense Budweiser
(já há três décadas).
Com relação à venda e ao consumo de álcool durante a Copa do Mundo, as autoridades do Catar e o Comitê Organizador (FIFA) pretendiam firmar um acordo e divulgar uma definição a esse respeito, bem como os locais e horários específicos. Isso estava sendo articulado...
No entanto, hoje, em cima da hora do referido evento acontecer, ambos (autoridades do Catar e a Fifa) - segundo reportagem do Carta Capital - anunciaram que a venda de cerveja está proibida nos estádios e em seus arredores durante a Copa do Mundo.
Nós, que estamos bem distantes e que não iremos assistir nenhum jogo, no país, vamos esperar para ver o desenrolar da Copa do Mundo no Catar!
Sob este contexto, não restam dúvidas que durante os últimos doze anos (2010 a 2022), ou seja, após a divulgação oficial de Catar, como país-sede da Copa do Mundo de 2022, até hoje, muitos desafios previstos e não-previstos aconteceram e marcaram pra sempre esta edição. E, certamente, a partir das 13 horas do próximo domingo em diante, ou seja, durante todos os dias das disputas entre as 32 seleções, até o ultimo dia, do encerramento do evento esportivo (18 de dezembro), outros deverão surgir.
Essa mudança, em cima da hora, com relação à bebida alcoólica traduz o clima de incertezas não só quanto os compromissos assumidos, anteriormente, como também ao que mais pode acontecer de inesperado.
Certa esteve a influenciadora digital, Bryanna Nack, que desistiu de ir ao Catar! Mesmo, as autoridades locais afirmando que todos serão bem-vindos ao país, ela sabendo das leis conservadoras e homofóbicas, abdicou de um trabalho na cobertura deste evento esportivo.
Fontes de Consulta
. Copa do Mundo 2022: veja 22 curiosidades sobre o Mundial do Catar - TERRA
. FARIAS, Taís. Quais os desafios de uma Copa do Mundo no Catar? meio&mensagem
. RUTE, Pina. Ela não vai para Copa por medo de transfobia: 'Não arriscaria a minha vida' – Universa UOL
. Venda de cerveja proibida nas
proximidades dos estádios da Copa do Mundo - CartaCapital
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