Cartaz confeccionado e pregado na porta da sala
No dia 05 de setembro, na E.M. Dilermando Cruz, foi realizada a Feira Cultural, evento previsto para 3° Bimestre.
Cada turma do Ensino Fundamental II, de ambos os turnos do diurno (manhã e tarde), esteve sob a coordenação de um ou mais professores, cuja temática abordada era focada na ancestralidade.
Eu e outros professores estivemos à frente das turmas 1701 e 1705, estando a primeira sob a coordenação dos professores Alex (Educação Física), minha (Geografia) e Fábio (Matemática).
A turma 1705 ficou sob a responsabilidade dos professores Valter (Matemática), eu (Geografia) e Daniela (Ciências).
Para efeito descritivo de cada uma das abordagens, vou especificá-las separadamente.
Problemas quanto à elaboração e à apresentação propriamente dita, no dia da referida Feira Cultural, ocorreram em ambas as turmas.
Ademais, por recomendação da Direção e da Coordenação,
as salas de
aulas tiveram que ser divididas em dois espaços, sendo um para
a turma da
manhã e o outro para os alunos da tarde. Medida esta que
dificultou muito o desenvolvimento dos trabalhos e o espaçamento dos estudantes.
Não restam dúvidas que esta situação é normal e até previsível. No entanto, é algo que nos aborrece muito, pois explicamos passo a passo como deve ser feito e, muitos alunos, não seguem as nossas orientações.
O tópico principal da Turma 1701 foi a influência africana na cultura brasileira. Para este tópico foi tomado - por base - o samba-enredo da Mocidade Independente de Ilhabela, SP (2014), o qual já trabalhei com o Ensino Médio, em outra Feira Cultural e, como tópico no Círculo de Leitura, neste ano.
ÁFRICA BRASILEIRA
Edmara
Gonçalves (enredo) e Osvaldo de Filinho (samba-enredo)
Samba
enredo da Mocidade Independente de Ilhabela, SP (2014)
Vem no
batuque Iô Iô, vem Ia Iá
Vem com a
Mocidade nosso canto entoar
Tem
agogô, ago, tem berimbau (3 x)
Na batida
do tambor
A gente faz o ¨Carnaval¨
Ó Mãe
África
Berço da
existência humana
A vida se
refaz
na sua
fértil savana
Viemos
louvar o seu povo
Que mesmo
na dura escravidão
Preservou
sua cultura e a sua devoção
Com seu
trabalho muito contribuiu
no
alvorecer das riquezas do Brasil, do meu Brasil
Então
chegou Zumbi
E a luta
pela liberdade
Valeu,
valeu Zumbi
Hoje a
luta continua pela igualdade
E tem
também Maracatu, Caxambu, Afoxé
E o
batuque da senzala
que virou
samba no pé (BIS)
Reis e
Rainhas e
suas
Divindades
Salve
Mandela,
Salve a
Mocidade
Os
tambores vão rufar a noite inteira
E o samba
vai até de manhã
E a Águia
Guerreira com a velha afã
Vem na
esperança de ser Campeã...
Apesar da letra conter uma falha, pois não menciona
a influência
africana na culinária brasileira, um dos subgrupos
explanou a respeito.
Além do subgrupo de alunos que trabalharam com o Prof. Fábio (Matemática), os demais – sob a minha orientação e do Prof. Alex (Educação Física) – abordaram os seguintes tópicos:
1° Subgrupo: África: Do Berço da Humanidade ao Tráfico de
Escravos;
- A razão da
África ser o Berço da Humanidade;
- A Escravidão na África e o tráfico de escravos
para o Brasil;
- Principais
rotas do tráfico de escravo África-Brasil.
2° Subgrupo: África Brasileira: A Influência Africana em
nossa Cultura;
- As diversas contribuições da cultura africana em
nosso país (os alunos subdivididos por tópico):
2.1. Instrumentos Musicais;
2.2. Culinária;
2.3. Danças;
2.4. Religiões
e o Sincretismo Religioso.
3° Subgrupo: Personalidade/Zumbi;
- Quem foi, o seu papel junto ao Quilombo dos
Palmares e sua morte.
4° Subgrupo: Personalidade/Nelson Mandela.
- Quem foi, o seu papel contra o regime de segregação
racial (Apartheid) na África do Sul e sua morte.
Os alunos da 1701 foram muito prejudicados, pois a apresentação oral deles e a atividade finalizadora do Grupo (cantar o samba-enredo) foram afetadas diretamente pela turma, ao lado, que fez uso de instrumento musical de grande sonoridade, o bumbo.
Esses problemas foram relatados à Direção, sem prejuízo à avaliação da turma.
Em termos de lembrancinha para os professores-visitantes e responsáveis foi oferecido junto, a um tambor, a “Lenda do Tambor Africano”, que consiste em um conto popular da Guiné-Bissau.
A sorte dos alunos foi que o comércio do SAARA (Sociedade de
Amigos das Adjacências da Rua da Alfândega) já estava vendendo peças natalinas,
como o tambor
para enfeite de árvore de Natal.
FEIRA CULTURAL 2023 - TURMA 1701
Conto Popular da GUINÉ-BISSAU
LENDA DO TAMBOR AFRICANO
Dizem na Guiné que a primeira viagem à Lua foi feita pelo
Macaquinho de nariz branco.
Segundo dizem, certo dia, os macaquinhos de nariz branco
resolveram fazer uma viagem à Lua
a fim de trazê-la para a Terra.
Após tanto tentar subir, sem nenhum sucesso,
um deles, dizem que o menor,
teve a ideia de subirem uns por cima dos outros,
até que um deles conseguiu chegar à Lua.
Porém, a pilha de macacos desmoronou e todos caíram,
menos o menor, que ficou pendurado na Lua.
Esta lhe
deu a mão e o ajudou a subir.
A Lua gostou tanto dele que lhe ofereceu,
como regalo, um tamborinho.
O macaquinho foi ficando por lá,
até que começou a sentir saudades
de casa e resolveu pedir à Lua que o deixasse
voltar.
A lua o amarrou ao tamborinho para descê-lo pela corda,
pedindo a ele que não tocasse antes de chegar à Terra e,
assim que chegasse,
tocasse bem forte para que ela cortasse o fio.
O Macaquinho foi descendo feliz da vida,
mas na metade do caminho,
não resistiu e tocou o tamborinho.
Ao ouvir o som do tambor a Lua pensou
que o Macaquinho houvesse chegado à Terra
e cortou a corda.
O Macaquinho caiu e, antes de morrer,
ainda pode dizer a uma moça que o encontrou,
que aquilo que ele tinha era um tamborinho,
que deveria ser entregue aos homens do seu país.
A moça foi logo contar a todos sobre o ocorrido.
Vieram pessoas de todo o país e,
naquela terra africana,
ouviam-se os primeiros sons de tambor.
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